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Estado de Minas L�BANO DE LUTO

Explos�es em Beirute deixaram mais de 100 mortos, diz Cruz Vermelha

Mais de 4 mil pessoas ficaram feridas; equipes de salvamento ainda vasculham escombros em busca de corpos e sobreviventes da trag�dia


05/08/2020 06:25 - atualizado 05/08/2020 16:40

Explosão foi sentida a 200 km de distância do porto de Beirute(foto: Anwar AMRO / AFP)
Explos�o foi sentida a 200 km de dist�ncia do porto de Beirute (foto: Anwar AMRO / AFP)

Mais de 100 pessoas morreram, e mais de 4.000 ficaram feridas, nas duas grandes explos�es ocorridas no porto de Beirute, na ter�a-feira (4), e que devastaram bairros inteiros da cidade - aponta um novo relat�rio divulgado nesta quarta pela Cruz Vermelha Libanesa.

"At� agora, mais de 4.000 pessoas ficaram feridas, e mais de 100 perderam a vida. Nossas equipes ainda est�o realizando opera��es de busca e salvamento nas �reas circundantes", afirmou o comunicado da Cruz Vermelha.

 

Declarada "cidade sinistrada" pelo Conselho Superior de Defesa, a capital libanesa acordou em choque e enlutada.

 

De acordo com o governo, de 250 mil a 300 mil pessoas est�o desabrigadas. At� o momento, os danos est�o estimados em mais de US$ 3 bilh�es e atingem quase metade da cidade de Beirute.

 

"Dei uma volta por Beirute. Os danos podem chegar a entre US$ 3 bilh�es e US$ 5 bilh�es", disse � AFP o governador Marwan Abbud, acrescentando que est� � espera da avalia��o de especialistas e engenheiros.

Destruição é total no entorno do porto e prejuízos podem chegar a US$ 5 bilhões(foto: Anwar AMRO / AFP)
Destrui��o � total no entorno do porto e preju�zos podem chegar a US$ 5 bilh�es (foto: Anwar AMRO / AFP)

 

"Quase metade de Beirute est� destru�da, ou danificada", afirmou.

 

A pot�ncia das explos�es foi t�o intensa que os sensores do Servi�o Geol�gico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em ingl�s) as registraram como um terremoto de 3,3 pontos na escala Richter.

 

A onda de choque dessas deflagra��es foi sentida at� na ilha do Chipre, a mais de 200 quil�metros de dist�ncia,

 

No epicentro da trag�dia, o panorama � apocal�ptico: lixeiras parecem latas de conserva retorcidas, e carros est�o incinerados pelas ruas.

 

Com a ajuda de policiais, os socorristas passaram a noite em busca de sobreviventes e mortos sob os escombros. 

Mais de 4 mil pessoas ficaram feridas com as explosões(foto: AFP)
Mais de 4 mil pessoas ficaram feridas com as explos�es (foto: AFP)


Dia de luto nacional 

 

O primeiro-ministro Hassan Diab decretou dia de luto nacional para esta quarta-feira.

 

Ontem, ele afirmou que as explos�es foram causadas pela detona��o de 2.750 toneladas de nitrato de am�nia.

 

A subst�ncia � um sal branco e inodoro, usado na composi��o de certos tipos de fertilizantes na forma de gr�os, altamente sol�veis em �gua. Tamb�m � usado na fabrica��o de explosivos e j� causou v�rios acidentes industriais.

 

Antes, o diretor da Seguran�a Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explos�es poderiam ter sido causadas por "materiais altamente explosivos confiscados h� anos", mas acrescentou que uma investiga��o determinar� a "natureza exata do incidente". 

 

"� inadmiss�vel que um carregamento de nitrato de am�nia, estimado em 2.750 toneladas, esteja h� seis anos em um armaz�m, sem medidas preventivas. Isso � inaceit�vel e n�o podemos permanecer em sil�ncio sobre o tema", declarou o primeiro-ministro durante a reuni�o do Conselho Superior de Defesa.

 

Diab prometeu que os respons�veis dever�o "prestar contas" e pediu ajuda aos "pa�ses amigos" do L�bano.


Hospitais saturados 

 

Por volta das 18h locais (12h, hor�rio de Bras�lia), uma primeira explos�o foi ouvida em Beirute, seguida de outra muito mais potente. Os edif�cios tremeram, e os vidros das janelas quebraram em um raio de v�rios quil�metros.

 

Os hospitais da capital, que j� lidam com a pandemia do coronav�rus, est�o saturados.

 

A ONU afirmou que v�rios capacetes azuis ficaram gravemente feridos a bordo de um barco atingido pelas explos�es. Membros da embaixada da Alemanha tamb�m ficaram feridos, segundo Berlim.

 

Nas ruas de Beirute, soldados evacuavam moradores atordoados, muitos ensanguentados, com camisas atadas ao redor da cabe�a para conter os ferimentos.

 

Em uma das entradas do porto de Beirute, uma jovem corria gritando o nome do irm�o desaparecido.

 

V�rios carros e �nibus foram abandonados no meio das estradas. Diversas lojas nos arredores do porto ficaram destru�das.

 

"� uma cat�strofe. Existem corpos no ch�o. Ambul�ncias est�o pegando os corpos", disse � AFP um soldado pr�ximo ao porto. 

 

Um homem chorava enquanto perguntava a um militar pelo paradeiro do filho, que estava no porto no momento das explos�es.

 

V�rias horas ap�s a trag�dia, helic�pteros seguiam despejando �gua do mar para tentar conter as chamas.

Durante horas, Helicópteros usaram água do mar para apagar os diversos incêndios(foto: STR/AFP)
Durante horas, Helic�pteros usaram �gua do mar para apagar os diversos inc�ndios (foto: STR/AFP)

 

As for�as de seguran�a isolaram a regi�o portu�ria. O acesso est� autorizado apenas para os servi�os de Defesa Civil, as ambul�ncias e os bombeiros.

 

Fotos publicadas nas redes sociais mostram danos no interior do terminal do aeroporto de Beirute, situado a nove quil�metros de dist�ncia do local das explos�es.

 

"Foi como uma bomba at�mica. J� vi de tudo [na vida], mas nada igual a isso", declarou � AFP Makruhie Yerganian, um professor aposentado que vive h� mais de 60 anos na regi�o portu�ria.

 

Apoio do exterior 

 

Uma testemunha disse que a explos�o foi "mais forte que a do assassinato de Rafik Hariri", alvo de um atentado espetacular com um furg�o repleto de explosivos que atingiu o comboio do ent�o primeiro-ministro em 14 de fevereiro de 2005.

 

O mandat�rio e outras 21 pessoas morreram no ataque, e outras 200 ficaram feridas. A explos�o causou chamas de v�rios metros de altura e quebrou os vidros das janelas de edif�cios em um raio de meio quil�metro.

 

A trag�dia desta ter�a-feira se soma � j� dif�cil situa��o do L�bano, que atravessa a pior crise econ�mica em d�cadas, marcada por uma deprecia��o cambial sem precedentes, hiperinfla��o e demiss�es em massa que alimentam a agita��o social h� v�rios meses.

 

No exterior, uma onda de solidariedade surgiu.

 

No Twitter, o presidente Emmanuel Macron anunciou o envio de um destacamento de seguran�a civil e de "v�rias toneladas de material sanit�rio" a Beirute, assim como a chegada de m�dicos "o quanto antes".

 

Canad�, Reino Unido e Estados Unidos tamb�m se declararam dispostos a ajudar o povo liban�s.

 

Apesar de estar tecnicamente em guerra com o L�bano, Israel ofereceu "ajuda humanit�ria e m�dica ao governo liban�s", em meio a novas tens�es entre os dois Estados vizinhos.


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