
Para Ghebreyesus, o mundo poderia estar em uma situa��o muito melhor atualmente se houvesse uma distribui��o igualit�ria de vacinas, mas “um pequeno grupo de pa�ses que fabrica e compra a maioria das vacinas do mundo controla o destino do resto do mundo”.
O diretor cobrou na Assembleia da OMS (24/05) os pa�ses ricos a transferirem mais vacinas e recursos ao programa de distribui��o global de vacinas (Covax), que tem como meta vacinar at� setembro 10% da popula��o de pa�ses de renda baixa ou m�dia (250 milh�es de pessoas). At� agora, houve doses suficientes para vacinar 1%.
A institui��o tamb�m cobrou as fabricantes de vacinas a separarem 50% de sua produ��o para ser adquirida por esse programa de distribui��o igualit�ria. At� o momento, foram distribu�das 72 milh�es de doses para 125 pa�ses.
O Brasil, que recebeu 5 milh�es at� agora, aplicou R$ 2,5 bilh�es no programa e optou por receber metade das vacinas a que teria direito (42 milh�es em vez de 84 milh�es). O ex-ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, afirmou � CPI que o pa�s fez essa op��o porque havia “riscos” envolvidos j� que o Covax n�o conta com cronograma fixo de entregas, j� que depende de doa��es e negocia��es com fabricantes, e que seria mais vantajoso ao Brasil negociar diretamente suas aquisi��es.
Ainda assim o pa�s sofreu atualmente com falta de vacinas, e mais de 1.000 munic�pios (1 em cada 5) precisou suspender as aplica��es por escassez de doses, segundo a Confedera��o Nacional dos Munic�pios. Desde fevereiro, o pa�s leva de 12 a 14 dias para aplicar 10 milh�es de vacinas. Quase 42 milh�es de brasileiros receberam a primeira dose e 21 milh�es, as duas (cerca de 10% da popula��o).
Desde dezembro, foram aplicadas mais de 1,7 bilh�o de doses de vacinas contra o coronav�rus em 189 pa�ses, segundo levantamento da Universidade de Oxford. Do total, 1,3 bilh�o ficaram concentrados em 10 pa�ses. S�o eles: China (527 milh�es), Estados Unidos (286 milh�es), �ndia (194 milh�es), Reino Unido (61 milh�es), Brasil (59 milh�es), Alemanha (45 milh�es), Fran�a (33 milh�es), It�lia (31 milh�es), Turquia (28 milh�es) e R�ssia (27 milh�es).

Segundo a OMS, em 2019 havia 703 milh�es de pessoas no mundo com mais de 65 anos, sendo 61 milh�es deles na �frica, que recebeu at� agora doses suficientes para imunizar 14 milh�es de pessoas no continente inteiro.
Por outro lado, jovens a partir de 12 anos come�aram a ser vacinados nos EUA, onde 80% dos mortos por covid tinham mais de 65 anos e 1%, menos de 35 anos.
“Os pa�ses que vacinam crian�as e outros grupos de baixo risco agora o fazem �s custas dos profissionais de sa�de e grupos de alto risco em outros pa�ses. Essa � a realidade”, afirmou Ghebreyesus, da OMS.
No Brasil, 8 em cada 10 mortos por covid tinham mais de 60 anos. Atualmente, o pa�s j� ofereceu a primeira dose da vacina para todos os idosos e agora aplica o imunizante em outros grupos priorit�rios, a depender da cidade, como pessoas com S�ndrome de Down e profissionais de sa�de com mais de 30 anos.
A OMS estima que o mundo conta atualmente com quase 60 milh�es de profissionais de sa�de, como m�dicos e enfermeiros. Cerca de 2 milh�es deles est�o na �frica.
No Brasil, o governo estima haver quase 7 milh�es de profissionais de sa�de em atividade no pa�s, incluindo tamb�m auxiliares e t�cnicos de enfermagem.
Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Federal de Enfermagem, um profissional de sa�de morreu a cada 7,5 horas, em m�dia.
Segundo dados do �rg�o nacional de estat�stica do Reino Unido, os profissionais do setor de enfermagem comp�em a segunda categoria mais exposta ao v�rus dentre 359 profiss�es.
A Anistia Internacional fala em 17 mil profissionais de sa�de mortos por covid ao redor do mundo em 2020. Vale lembrar que todos esses dados s�o estimativas e podem estar subnotificados como quase todas as informa��es ligadas � pandemia.
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