A estrela da direita que amea�ou tirar roupa e m�scara e foi deportada

Katie Hopkins estava a ponto de estrelar o Big Brother na Austr�lia. Mas a brit�nica foi enviada de volta para casa, no Reino Unido, sem pared�o, antes mesmo de o programa come�ar.

O motivo? A colunista de extrema-direita, que sempre despertou raiva por suas falas racistas e seu negacionismo ante a pandemia de covid-19, brincou que desrespeitaria as regras de quarentena dos hot�is.

Hopkins havia viajado ao pa�s para fazer parte do reality show. Na sexta-feira (16/7), ela postou um v�deo de seu quarto de hotel em Sydney, no qual disse que planejava "ficar esperando" que os funcion�rios entregassem comida em seu quarto para poder abrir a porta "pelada, sem m�scara".

No v�deo, Hopkins tamb�m chamou os lockdowns de "a maior farsa da hist�ria humana". As duas maiores cidades da Austr�lia, Sydney e Melbourne, est�o em confinamento ap�s a detec��o de casos locais de covid-19. Seus coment�rios geraram raiva generalizada. A postagem j� foi apagada de seu Instagram.

Na segunda-feira (19/7), o governo australiano confirmou que cancelou seu visto, depois que sua participa��o no Big Brother foi suspensa.

A pol�cia disse que ela foi multada em 1 mil d�lares australianos (R$ 3,9 mil) por n�o usar m�scara e foi escoltada at� o aeroporto para ser deportada ao Reino Unido.

A ministra do Interior, Karen Andrews, chamou os coment�rios de Hopkins de "terr�veis" e um "tapa na cara" para os australianos em confinamento. "Pessoalmente, estou muito feliz que ela v� embora", disse Andrews � emissora ABC.

Hopkins n�o comentou sobre sua deporta��o, mas, no domingo, disse que estava "brincando" no v�deo.

A pol�mica comentarista foi banida do Twitter em junho do ano passado por violar sua pol�tica contra propaga��o de �dio. Ela tinha 1,1 milh�o de seguidores.

Hopkins, queridinha do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, chamou imigrantes de "baratas" e descreveu o Isl� como "repugnante".

Andrews disse que a decis�o de permitir a entrada de Hopkins no pa�s foi tomada pelo governo do Estado de Nova Gales do Sul "com base no benef�cio potencial para a economia". Mas os opositores acusaram as autoridades de "permitir a entrada de um troll de extrema-direita na Austr�lia". Hopkins tamb�m foi detida na �frica do Sul em 2018 acusada de propagar o �dio racial.

"A decis�o � particularmente dolorosa para os 35 mil australianos que permanecem presos no exterior", diz o parlamentar trabalhista Andrew Giles, que faz oposi��o ao governo.

A Austr�lia fechou suas fronteiras em mar�o de 2020 por causa da pandemia, impedindo o retorno de muitos cidad�os de fora do pa�s. A pol�tica prolongou separa��es familiares. Mas dezenas de celebridades, estrelas do esporte e outras personalidades com isen��es conseguiram contornar a regra, gerando cr�ticas e protestos da popula��o.

Fama

Katie Hopkins chamou a aten��o do p�blico pela primeira vez como concorrente do programa O Aprendiz em 2006. Mas, desde ent�o, construiu uma reputa��o de locutora de r�dio e escritora controversa.

Em maio de 2017, a emissora de r�dio LBC, uma das mais populares do Reino Unido, anunciou sua demiss�o pouco mais de um ano depois de ela ter sido contratada para apresentar um programa semanal.

Hopkins ficou conhecida por coment�rios pol�micos e tiradas racistas. Sobre o atentado terrorista de Manchester, no Reino Unido, Hopkins defendeu uma "solu��o final" para lidar com extremistas.

Posteriormente, ela mudou o termo "solu��o final" para "solu��o verdadeira", descrevendo a vers�o anterior como um "erro de digita��o".

Mas alguns usu�rios do Twitter chamaram a aten��o da pol�cia para os coment�rios, alegando que eles poderiam incitar o �dio racial ou religioso. Na ocasi�o, a pol�cia confirmou que o assunto estava sendo "analisado e avaliado por oficiais especializados".

J� durante sua campanha eleitoral, Donald Trump tuitou que os pol�ticos do Reino Unido deveriam tomar conhecimento de Hopkins e de suas opini�es.

Em dezembro de 2015, Trump pediu a suspens�o da entrada de mu�ulmanos nos Estados Unidos. Em resposta aos coment�rios do ent�o presidente americano, Hopkins escreveu em sua coluna no jornal que ele n�o deveria ser demonizado.

"Obrigado � respeitada colunista Katie Hopkins, do Daily Mail, por seus textos poderosos sobre os problemas mu�ulmanos do Reino Unido", disse Trump na ocasi�o.

E, em um document�rio de TV de 2014, Katie causou pol�mica ao dizer que pessoas gordas s�o "pregui�osas". Ela acrescentou que n�o contrataria pessoas gordas porque elas parecem pregui�osas. Ela ilustrou seu ponto de vista ao ganhar — e depois perder — cerca de 20 kg.

Mais recentemente, Hopkins criticou o movimento Black Lives Matter (BLM), bem como a decis�o do governo brit�nico de oferecer refei��es gratuitas para crian�as durante as f�rias escolares, uma campanha promovida pelo jogador de futebol do Manchester United Marcus Rashford, que tamb�m joga pela sele��o da Inglaterra.

Antes de ser banida do Twitter, Hopkins postava regularmente mensagens pr�-Trump, pr�-Brexit e anti-imigra��o. Tamb�m chegou a lan�ar uma s�rie de ataques ao prefeito de Londres, Sadiq Khan, que � de origem mu�ulmana.

Durante a pandemia, ela ganhou milhares de seguidores por seus coment�rios negacionistas, em que diminu�a a import�ncia do coronav�rus e criticava medidas para cont�-lo.

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