
O septeto � considerado o maior fen�meno cultural do pa�s. O BTS lota arenas ao redor do mundo, domina as paradas, arrecada bilh�es de d�lares e tem uma legi�o global de f�s conhecidas como ARMYs.
Ainda assim, n�o escapou � regra de que todo homem apto deve servir pelo menos 18 meses no Ex�rcito sul-coreano.
Jin, cujo nome completo � Kim Seok-jin, apresentou-se hoje para suas cinco semanas de treinamento antes de ingressar em uma unidade.
Centenas de pessoas lotaram um cruzamento em frente � entrada do campo de treinamento de Yeoncheon — onde uma placa diz "Ber�o dos soldados de primeira classe" —, � espera da chegada de Jin.
"Por um lado, � normal que ele se aliste, porque � obrigat�rio para homens coreanos", comentou Veronique, uma f� indon�sia de 32 anos. "Mas, por outro, n�o poderemos v�-lo por pelo menos 18 meses (...) Estou feliz, mas tamb�m triste e orgulhosa".
O local de treinamento fica perto da fronteira com a Coreia do Norte, com a qual o Sul est� tecnicamente em guerra.
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Os f�s ficaram chocados quando o BTS revelou em junho que entraria em hiato, devido � exaust�o, � press�o e ao desejo de seguir carreiras separadas. Analistas comentaram, por�m, que o an�ncio foi estrategicamente planejado por causa do alistamento.
O grupo deve voltar a se reunir por volta de 2025, quando os sete integrantes completarem o servi�o militar.
A Coreia do Sul isenta alguns atletas de elite, como medalhistas ol�mpicos e m�sicos cl�ssicos do servi�o militar, mas as estrelas pop n�o se qualificam.
O BTS se beneficiou, contudo, de uma revis�o de 2020 na lei de recrutamento que aumentou a idade m�xima de alistamento de 28 para 30, no caso de alguns artistas. Jin, o membro mais velho do grupo, completou 30 anos em 4 de dezembro.
N�o ser�o esquecidos
As mudan�as geraram especula��es sobre o futuro do grupo. Manter� a fama, ou ter� dificuldade em reviver seu sucesso?
Alguns astros do K-pop tiveram problemas para retomarem suas carreiras, ap�s o servi�o militar, em uma ind�stria bastante competitiva, onde os artistas s�o facilmente substitu�dos.
"Para a ind�stria do K-pop, o hiato do BTS ser� importante", disse � AFP Lee Taek-gwang, professor de comunica��o da Universidade Kyung Hee.
"O interesse do p�blico pode diminuir, e esse decl�nio na popularidade prejudicar� seus neg�cios. N�o ser� f�cil para a banda voltar", acrescentou.
Outros especialistas ressaltam, por�m, o enorme sucesso do BTS e antecipam que dever� ser uma exce��o a essa tend�ncia.
"Eles alcan�aram outro n�vel de popularidade, influ�ncia e credibilidade", acredita Lee Ji-young, especialista em BTS e professora da Universidade Hankuk de Estudos Internacionais.
Desde sua estreia em 2013, o BTS fez mais do que qualquer diplomata, ou celebridade, para promover o "soft power" da Coreia do Sul, considerada uma pot�ncia cultural global.
Foram convidados para falar na ONU e se encontraram com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca. Tamb�m s�o embaixadores da campanha para levar a Expo Mundial para Busan, na Coreia do Sul. De acordo com o governo sul-coreano, o BTS injetou bilh�es de d�lares na economia.
Apesar do sucesso, um projeto de lei para isent�-los do servi�o militar se mostrou t�o controverso que n�o foi aprovado no Parlamento.
"O servi�o militar na Coreia do Sul � um indicador de igualitarismo", explicou Lee, da Universidade Kyung Hee.
Jin se juntar� a uma "unidade de frente" perto da fronteira, segundo a imprensa local.
"Isso demonstra o papel da cultura e da opini�o p�blica nos assuntos internacionais. Esse papel 'na frente' ser� de combate, ou de rela��es p�blicas?", questiona Sarah Keith, professora de m�dia e m�sica da Universidade Macquarie.
Na segunda-feira (12), Jin postou uma foto de si mesmo, na rede social sul-coreana Weverse, com o cabelo raspado. "Mais bonito do que eu esperava", dizia a legenda.