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Estado de Minas TITAN

A teoria do que pode ter causado implos�o do submarino do Titanic

A trag�dia do submarino que desapareceu no Oceano Atl�ntico nesta semana deixou muitas perguntas a serem respondidas


25/06/2023 04:04 - atualizado 25/06/2023 07:43
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A trag�dia do submarino que desapareceu no Oceano Atl�ntico nesta semana deixou muitas perguntas.

As autoridades dos Estados Unidos informaram nesta quinta-feira sobre a poss�vel implos�o do Titan, o navio com cinco passageiros que se dirigia para a regi�o onde ficam restos do transatl�ntico Titanic, localizado a cerca de 4.000 metros de profundidade nas �guas do Atl�ntico Norte.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou que fragmentos do ve�culo foram encontrados, sugerindo que o submers�vel foi esmagado pela press�o do oceano de forma "catastr�fica”. A entidade ofereceu suas condol�ncias pela morte da tripula��o.

Agora os especialistas se preparam para investigar o que aconteceu e o que deveria ter sido feito para evitar a trag�dia, por meio do estudo das pe�as encontradas nas �guas pr�ximas ao hist�rico navio.

As autoridades v�o juntar o m�ximo de fragmentos que puderem para construir um quadro completo da sequ�ncia de eventos que levaram � trag�dia, de acordo com Ryan Ramsey, ex-capit�o de submarino da Marinha Real Brit�nica.

“Isso n�o ser� diferente de uma queda de avi�o, mas, nesse caso, n�o h� caixa preta, ent�o voc� n�o ser� capaz de rastrear os �ltimos movimentos da embarca��o”, diz Ramsey.

“Mas � importante trazer de volta o m�ximo de peda�os poss�vel. Os peritos ser�o capazes de analisar a estrutura quebrada, quaisquer fraturas que tenham acontecido e talvez juntar o que realmente aconteceu naqueles �ltimos momentos”, afirma.


imagem de navio de buscas
As buscas pelo submers�vel duraram cinco dias (foto: EPA)

Os cinco fragmentos encontrados incluem "o conv�s traseiro do submers�vel" e um cone da frente do submarino.

Eles foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic.

O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira, disse que � muito cedo para determinar o momento da implos�o.

No entanto, horas depois de encontrar os fragmentos, a Marinha dos EUA disse ter detectado "uma anomalia ac�stica consistente com uma implos�o" logo ap�s Titan perder contato com a superf�cie.

O submers�vel perdeu toda a comunica��o com o exterior no domingo.

No submarino estavam Stockton Rush, 61, fundador da empresa propriet�ria do submers�vel, OceanGate Expeditions; o empres�rio paquistan�s Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, 19; o bilion�rio brit�nico Hamish Harding, 58, e o explorador franc�s Paul-Henri Nargeolet, 77.

Todos morreram no acidente.

A teoria da implos�o

A chave para a investiga��o ser�o os peda�os de fibra de carbono com que foi feita parte do ve�culo.

A grande d�vida � se ele sofreu uma falha estrutural que ocasionou a ruptura do casco, que por sua vez provocou a poss�vel implos�o.

Cada pe�a ser� examinada de perto no microsc�pio para analisar a dire��o dos filamentos de fibra de carbono, em busca de rasgos que sugiram o local exato onde ocorreu a ruptura.

Blair Thornton, professor de autonomia marinha na Universidade de Southampton, falou � BBC sobre o que pode ter acontecido.

“No caso de uma falha catastr�fica do inv�lucro principal, o submers�vel teria sido submetido a press�es incrivelmente altas, equivalentes ao peso da Torre Eiffel, dezenas de milhares de toneladas, comprimindo a embarca��o”, disse ele.

"Estamos falando de uma implos�o muito poderosa na parte principal."

Will Kohnen, presidente do Comit� de Ve�culos Subaqu�ticos Tripulados da Sociedade de Tecnologia Marinha, disse que o ve�culo pode ter explodido "para dentro em quest�o de mil�simos de segundo".

"Esse foi um final ‘mais gentil’ do que a situa��o incrivelmente dif�cil de ficar quatro dias no frio, no escuro, em um espa�o confinado, com oxig�nio acabando. Ent�o, isso teria acontecido muito rapidamente. Eu n�o acho que qualquer um ali teria tido tempo de perceber o que aconteceu", acrescentou.

Os investigadores tamb�m devem analisar se o acidente ocorreu por falta de vistorias e manuten��o previamente necess�rios.

O engenheiro Roderick A. Smith, professor do Imperial College London, disse que um dos fragmentos mais importantes para responder a essa pergunta seria a se��o de fibra de carbono do local da ruptura.

"A fibra de carbono falha devido a defeitos internos em sua constru��o. As juntas entre a fibra de carbono e o tit�nio precisam de uma inspe��o muito cuidadosa", comentou o especialista.

A viol�ncia da implos�o significa que pode ser muito dif�cil determinar a sequ�ncia dos eventos. "Da� a necessidade de uma recupera��o completa para a per�cia, se poss�vel", acrescentou.

Outra fonte potencial de informa��es sobre exatamente o que aconteceu com o Titan podem ser os hidrofones, microfones subaqu�ticos usados %u200B%u200Bpara ouvir evid�ncias de armas at�micas il�citas.

Essas ferramentas ajudaram a estabelecer que o submarino argentino San Juan implodiu depois de desaparecer na costa do pa�s em 2017.


submarino
Muitas perguntas sobre o que aconteceu exatamente com o submers�vel Titan, da empresa OceanGate, permanecem sem resposta (foto: PA Media)

� poss�vel que os hidrofones tenham detectado a explos�o do submers�vel da empresa OceanGate e possam nos dar o momento exato de quando ocorreu a trag�dia.

N�o est� claro nesta fase qual ag�ncia governamental vai conduzir a investiga��o, pois n�o h� protocolo para esse tipo de evento com submers�veis.

De acordo com o contra-almirante John Mauger, uma investiga��o pode ser particularmente complexa porque o incidente ocorreu em uma parte remota do Oceano Atl�ntico, envolvendo pessoas de v�rias nacionalidades.

O que � uma implos�o catastr�fica?

Texto de Eric Fusil, professor da Escola de Engenharia El�trica e Mec�nica da Universidade de Adelaide, Austr�lia.

A maioria, sen�o todos os submers�veis e submarinos que operam em profundidade, possuem um vaso de press�o feito de um �nico material met�lico de alta resist�ncia ao escoamento.

Ele geralmente � feito de a�o para profundidades relativamente rasas (menos de 300 metros ou mais) ou tit�nio para profundidades mais profundas.

Um vaso de press�o grosso de a�o ou tit�nio tem geralmente uma forma esf�rica que pode suportar as press�es de esmagamento esperadas de at� 12.000 p�s (cerca de 4 mil metros), a profundidade em que os destro�os do Titanic se encontram.

O Titan, no entanto, era diferente.

Seu vaso de press�o era feito de uma combina��o de tit�nio e fibra de carbono composta. Isso � um tanto incomum do ponto de vista da engenharia, pois, em um contexto de mergulho profundo, o tit�nio e a fibra de carbono s�o materiais com propriedades muito diferentes.

O tit�nio � el�stico e pode acomodar uma ampla gama de tens�es sem qualquer tens�o permanente mensur�vel remanescente ap�s o retorno � press�o atmosf�rica.

Ele se contrai para acomodar as for�as de press�o e se expande novamente quando essas for�as s�o aliviadas. Um composto de fibra de carbono, por outro lado, � muito mais r�gido e n�o tem o mesmo tipo de elasticidade.

Podemos apenas especular sobre o que aconteceu com a combina��o dessas duas tecnologias, que dinamicamente n�o se comportam da mesma forma sob press�o.

Mas o que podemos afirmar, quase com certeza, � que algum tipo de perda de integridade teria ocorrido devido �s diferen�as entre esses materiais.

Um material pode potencialmente sofrer de "delamina��o", o que leva a uma separa��o das camadas de refor�o.

Isso teria criado uma falha que desencadeou a implos�o instant�nea devido � press�o subaqu�tica.

Em menos de um segundo, a embarca��o, empurrada para baixo pelo peso de uma coluna de �gua de 12.000 p�s, teria implodido imediatamente por todos os lados.


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