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Estado de Minas

A inven��o que tornou a vacina��o em massa poss�vel

Um m�dico escoc�s � amplamente reconhecido pela inven��o da seringa hipod�rmica %u2014 uma ferramenta crucial no combate � covid-19.


19/05/2021 20:53 - atualizado 19/05/2021 20:52

(foto: Getty Images)
(foto: Getty Images)
Milh�es de adultos em todo o mundo aguardam ser vacinados contra a covid-19 nos pr�ximos meses. O imunizante ser� aplicado por meio de uma seringa hipod�rmica — mas voc� sabe quem inventou este dispositivo?

 

A maioria das pessoas com acesso a sistemas de sa�de v� as vacinas como a coisa mais natural do mundo.

A seringa que est� sendo usada agora para fornecer prote��o contra a covid-19 pode parecer simples — mas as apar�ncias enganam.

 

A seringa hipod�rmica levou milhares de anos para ser criada de modo que permitisse a vacina��o em massa hoje.

 

O cirurgi�o irland�s Francis Rynd e o m�dico franc�s Charles Pravaz deram uma grande contribui��o para esse campo em meados do s�culo 19.

 

Mas o m�dico escoc�s Alexander Wood � amplamente reconhecido como o inventor da seringa hipod�rmica dos dias modernos.

 

Wood pode n�o ter tido muita no��o da import�ncia de sua inven��o na d�cada de 1850.

 

Mas sua cria��o — uma seringa toda de vidro com �mbolo e agulha de orif�cio fino — se tornaria um dispositivo m�dico t�o simb�lico quanto o estetosc�pio.


Hipócrates usou seringas feitas de bexigas de animais para realizar enemas (litografia colorida de 1932)(foto: Getty Images)
Hip�crates usou seringas feitas de bexigas de animais para realizar enemas (litografia colorida de 1932) (foto: Getty Images)

 

As seringas, de uma forma ou de outra, existem pelo menos desde a �poca do m�dico grego Hip�crates no s�culo 5 a.C.

 

As primeiras vers�es eram rudimentares. Feitas a partir de bexigas de animais, tubos ou penas, eram amplamente usadas %u200B%u200Bpara irriga��o — a pr�tica de limpar ou lavar uma ferida ou corpo — ou enemas (lavagem que injeta �gua no intestino).

 

No s�culo 11, um oftalmologista eg�pcio usou a primeira ferramenta semelhante � seringa hipod�rmica para remover cataratas.

 

Mas somente em meados do s�culo 17 que os primeiros experimentos confirmados de inje��o intravenosa foram realizados.

 

Em experimentos com c�es em 1656, o brit�nico Christopher Wren — mais conhecido como arquiteto — injetou drogas nos cachorros usando uma bexiga de animal presa a uma pena de ganso oca.

 

"Ele injetou �pio, �lcool e crocus metallorum (em�tico, indutor do v�mito, do s�culo 17) em c�es diferentes", explica a anestesista Christine Ball, curadora honor�ria do Museu Geoffrey Kaye de Hist�ria da Anestesia em Melbourne, na Austr�lia.

 

"Como era de se esperar, o primeiro foi dormir, o segundo ficou muito b�bado e o terceiro bem morto."


Jenner aplicou a primeira vacina contra a varíola em 1796 por meio de um corte (pintura de Ernest Board)(foto: Getty Images)
Jenner aplicou a primeira vacina contra a var�ola em 1796 por meio de um corte (pintura de Ernest Board) (foto: Getty Images)

 

Quando Edward Jenner, que criou a primeira vacina do mundo, apareceu em cena quase 150 anos depois, ainda n�o havia sinal de um m�todo sofisticado de inje��o de drogas no corpo humano.

 

Em 1796, ele vacinou com sucesso um menino de oito anos contra a var�ola.

No entanto, a vacina foi aplicada por meio de um corte e, portanto, n�o era tecnicamente uma inje��o.

 

Em meados do s�culo 19, a medicina come�ou a se concentrar em um sistema mais eficiente de administra��o de medicamentos.

 

Em 1844, o cirurgi�o irland�s Francis Rynd inventou o que foi indiscutivelmente a primeira agulha oca do mundo.

 

Mas era um dispositivo que usava a gravidade para fazer o l�quido fluir e envolvia romper a pele com uma ferramenta conhecida como trocarte.

Em 10 anos, no entanto, surgiu a vers�o moderna da agulha hipod�rmica.


Alexander Wood estava focado em aliviar a dor localizada(foto: RCPE)
Alexander Wood estava focado em aliviar a dor localizada (foto: RCPE)

 

Em 1853, o m�dico Alexander Wood, nascido em Fife, na Esc�cia, adicionou um �mbolo e desenvolveu a primeira seringa totalmente de vidro que permitia aos m�dicos estimarem a dosagem com base na quantidade de l�quido observada atrav�s do vidro.

 

Sua primeira paciente foi uma mulher de 80 anos que sofria de uma forma de neuralgia.

 

Preocupado apenas em aliviar a dor localizada, ele injetou nela 20 gotas de solu��o v�nica de morfina (morfina dissolvida em vinho xerez) na parte do ombro onde a dor era mais forte.

 

Na sequ�ncia, ela adormeceu profundamente, mas depois se recuperou.

A inven��o de Wood coincidiu, ao que tudo indica completamente por acaso, com a cria��o no mesmo ano de um instrumento semelhante pelo cirurgi�o franc�s Charles Pravaz.

 

Mas enquanto o dispositivo de Wood era feito de vidro e apresentava um �mbolo, a inven��o de Pravaz era composta em grande parte por prata e usava um parafuso que precisava ser girado para empurrar o medicamento para dentro do corpo.


A seringa original de Alexander Wood permitiu aos médicos estimarem as dosagens(foto: Surgeons%u2019 Hall Museums, RCSED)
A seringa original de Alexander Wood permitiu aos m�dicos estimarem as dosagens (foto: Surgeons%u2019 Hall Museums, RCSED)

 

O tratamento de Wood por inje��o subcut�nea rapidamente se tornou popular na Gr�-Bretanha.

 

E seus instrumentos foram anunciados como "seringas para inje��o de narc�ticos do Dr. Alexander Wood".

 

V�rios anos se passaram at� que o cirurgi�o londrino Charles Hunter cunhou o termo "hipod�rmico", baseado nas palavras gregas "hipo" (abaixo) e "derma" (pele).

 

O Royal College of Physicians de Edimburgo (RCPE) diz que h� duas raz�es pelas quais Wood, um dos ex-presidentes da organiza��o, deve receber o cr�dito em vez de Pravaz.


A seringa de Pravaz era feita de vidro e prata %u2014 e tinha um parafuso no lugar do êmbolo(foto: Getty Images)
A seringa de Pravaz era feita de vidro e prata %u2014 e tinha um parafuso no lugar do �mbolo (foto: Getty Images)

 

"Em primeiro lugar, Wood testou sua nova seringa usando-a para injetar rem�dio (morfina) em uma paciente, enquanto Pravaz testava a sua em uma ovelha.

 

Portanto, a efic�cia do m�todo de Wood era mais clara", explica Daisy Cunynghame, gerente de biblioteca e patrim�nio do RCPE.

 

"Em segundo lugar, Pravaz morreu antes de publicar suas descobertas — enquanto Wood publicou sobre sua descoberta."

 

Segundo ela, a agulha hipod�rmica dos dias modernos mudou muito pouco em rela��o ao design de Wood.

 

"A principal diferen�a est� no material de que a seringa � feita — mais pl�sticos descart�veis, menos vidro e metal —, mas, fora isso, o design permanece praticamente inalterado."

 

"A dosagem precisa que � necess�ria para muitos medicamentos, incluindo vacinas, s� foi poss�vel com a inven��o de Wood."

 

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