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Estado de Minas PANDEMIA

Vacina contra COVID: como ser�o feitos os estudos da ButanVac

Testes cl�nicos v�o avaliar a seguran�a e a efic�cia do imunizante e devem levar pouco mais de quatro meses para serem conclu�dos.


16/06/2021 20:27 - atualizado 16/06/2021 20:57

De acordo com Doria, o Butantan já terá fabricado 40 milhões de doses da ButanVac até outubro deste ano(foto: Getty Images)
De acordo com Doria, o Butantan j� ter� fabricado 40 milh�es de doses da ButanVac at� outubro deste ano (foto: Getty Images)
Anunciada no final de mar�o como mais uma candidata a vacina contra a covid-19, a ButanVac deve come�ar a ser testada em seres humanos nas pr�ximas semanas.

 

Os estudos cl�nicos com o imunizante receberam a libera��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) em 11 de junho.

 

Os detalhes de como isso ser� realizado na pr�tica foram divulgados na quarta-feira (16/6) em uma coletiva de imprensa do Butantan e do governo de S�o Paulo, ao qual o instituto � ligado.

 

"Lan�amos o programa com orienta��es e pr�-cadastro para volunt�rios com mais de 18 anos que desejam participar dos testes", informou o governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria (PSDB).

A estimativa inicial era que a ButanVac j� estivesse testada e aprovada pelas ag�ncias regulat�rias em julho de 2021, mas o prazo era realmente apertado e foi impactado por uma s�rie de entraves burocr�ticos.

 

Agora, a expectativa � concluir as tr�s etapas de pesquisa necess�rias em cerca de 17 semanas, pouco mais de quatro meses.

 

"� preciso destacar que as fases de estudo s�o progressivas e, portanto, o avan�o depende dos resultados que tivermos em cada uma delas", destacou Dimas Covas, diretor do Butantan, que ficou respons�vel por parte do desenvolvimento da vacina e de sua fabrica��o no Brasil.

 

Embora o an�ncio n�o tenha apresentado todas as min�cias de como v�o ocorrer os testes, j� � poss�vel ter uma boa ideia de como eles se desenvolver�o a partir das pr�ximas semanas.

Primeiros passos

Com o sinal verde da Anvisa, o Butantan e os centros de pesquisa parceiros est�o quase liberados para iniciar as fases 1 e 2 da pesquisa com a ButanVac.

 

H� ainda um �ltimo entrave para que tudo comece para valer: o estudo ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Nacional de �tica em Pesquisa (Conep). A expectativa o Butantan � que isso aconte�a nos pr�ximos dias.

 

Nesse est�gio inicial, a meta definir se a vacina � segura e n�o provoca efeitos colaterais preocupantes.

 

Outro objetivo aqui � determinar a dosagem ideal. Ser� que precisa de uma ou duas doses? Quantos mililitros do produto devem ser aplicados nas pessoas? Se for necess�rio fazer duas aplica��es, qual o intervalo m�nimo entre elas?

 

De acordo com as informa��es divulgadas hoje, a fase 1 da ButanVac envolver� um total de 418 volunt�rios.

 

O trabalho do Butantan neste momento � fornecer as doses para os estudos. O instituto n�o � respons�vel pela pesquisa em si: quem faz todo o processo s�o os centros parceiros.

 

"Esse ensaio cl�nico ser� realizado pelo Hospital das Cl�nicas da Universidade de S�o Paulo (USP), em Ribeir�o Preto", detalhou Doria.


Governador de São Paulo anuncia pré-cadastro de voluntários para testes da ButanVac(foto: Governo do Estado de São Paulo)
Governador de S�o Paulo anuncia pr�-cadastro de volunt�rios para testes da ButanVac (foto: Governo do Estado de S�o Paulo)

Quem pode participar?

Nesse primeiro momento, a ButanVac ser� testada em volunt�rios com mais de 18 anos.

 

Diferentemente do que ocorreu com a CoronaVac, outra vacina contra covid-19 estudada no pa�s com apoio do Butantan, os candidatos n�o precisar�o ser profissionais de sa�de para participarem.

 

O governo de S�o Paulo lan�ou hoje um site em que as pessoas interessadas em se voluntariar podem realizar um pr�-cadastro.

 

Esses dados ser�o direcionados para os respons�veis diretos pela pesquisa para que eles fa�am o recrutamento posteriormente.

 

Sem entrar em detalhes, Covas adiantou que a fase 3 do estudo deve incluir grupos com perfis espec�ficos.

 

A taxa de efic�cia do imunizante s� ser� determinada justamente nessa etapa, que costuma envolver milhares de indiv�duos.

 

"A progress�o do estudo prev� a inclus�o n�o apenas de pessoas que ainda n�o foram vacinadas, mas tamb�m de indiv�duos j� imunizados e aqueles que tiveram covid-19 anteriormente", detalhou.

 

"O objetivo � comparar a resposta imune em diferentes perfis e situa��es."

Prazos, resultados e perspectivas

Ainda segundo Covas, a tend�ncia � que o estudo inteiro, que engloba as fases 1, 2 e 3, demore ao redor de 17 semanas.

 

Na pr�tica, isso significa que, se tudo correr conforme o planejado, os resultados de efic�cia estar�o dispon�veis a partir do final de novembro.

 

"Quando tivermos essas informa��es, poderemos submeter o pedido de aprova��o para uso da ButanVac na Anvisa", explicou o diretor do Butantan.


Covas estima que todas as fases de estudo da Butanvac podem ser concluídas em 17 semanas(foto: Governo do Estado de São Paulo)
Covas estima que todas as fases de estudo da Butanvac podem ser conclu�das em 17 semanas (foto: Governo do Estado de S�o Paulo)

 

Essa futura aprova��o regulat�ria depende, claro, do desempenho do imunizante na pesquisa: para ser aceito, o produto dever� apresentar uma efic�cia m�nima de 50%, como preconizado pela Organiza��o Mundial da Sa�de. At� o momento, essa taxa foi superada por todas as vacinas dispon�veis hoje no pa�s.

 

O cronograma estipulado hoje na coletiva de imprensa parece ser um pouco mais realista do que os prazos anteriores, quando a ButanVac foi anunciada.

 

No dia 26 de mar�o, Doria assegurou que seria poss�vel entregar ao Programa Nacional de Imuniza��es um total de "40 milh�es de doses, se poss�vel, em julho".

 

� �poca, especialistas em imuniza��o ouvidos pela BBC News Brasil destacaram que a estimativa era irreal.

 

O imunologista Gustavo Cabral, do Instituto de Ci�ncias Biom�dicas da Universidade de S�o Paulo (USP), calculou que era poss�vel terminar as fases 1 e 2 at� julho, mas o estudo completo demoraria um pouco mais para ficar pronto.

O que a ButanVac traz de novo?

Um dos principais pontos fortes dessa vacina � o fato de ela n�o depender da importa��o de insumos para ficar pronta.

 

O Butantan possui toda a tecnologia e o equipamento necess�rios para produzi-la 100% em territ�rio nacional.

 

O aparato � o mesmo utilizado pelo instituto na fabrica��o das 80 milh�es de doses do imunizante contra a gripe, que s�o entregues todos os anos ao Minist�rio da Sa�de.

 

Tanto a vacina contra o v�rus influenza como essa nova, que promete barrar o coronav�rus, s�o fabricadas a partir de ovos de galinha embrionados.

 

A t�cnica � bastante conhecida e garante uma produ��o r�pida e barata — Doria estimou que cada dose da Butanvac sair� por R$ 10, um valor de cinco a sete vezes mais baixo que os imunizantes importados.

 

A candidata a vacina se baseia na tecnologia do vetor viral: os cientistas pegam o v�rus da doen�a de Newcastle (que n�o provoca nenhum problema em seres humanos) e usam a engenharia gen�tica para colocar dentro dele a prote�na S.

 

O "S" vem de spike, ou esp�cula em portugu�s: essa � a parte do coronav�rus respons�vel por se conectar aos receptores na superf�cie de nossas c�lulas para dar in�cio � infec��o.

 

A ideia � que, ap�s a vacina��o, nosso sistema imune reconhe�a a prote�na S e passe a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. Esse mecanismo ser� testado e validado nos estudos cl�nicos.


Ovos sendo inspecionados no Butantan; é neles que está sendo injetado vírus da 'doença de Newcastle' com proteína S do coronavírus, para produzir a ButanVac(foto: Instituto Butantan)
Ovos sendo inspecionados no Butantan; � neles que est� sendo injetado v�rus da 'doen�a de Newcastle' com prote�na S do coronav�rus, para produzir a ButanVac (foto: Instituto Butantan)

Um novo n�vel de exig�ncias

H� ainda um detalhe interessante em rela��o � fase 3 do estudo da Butanvac: ao contr�rio das outras vacinas testadas at� agora, ela n�o ser� comparada com placebo.

 

Como n�o existiam op��es de imunizantes contra o coronav�rus, a primeira gera��o de imunizantes foi confrontada com essas subst�ncias inertes, sem nenhum efeito no nosso organismo.

 

Nesses estudos, metade dos volunt�rios recebia a vacina de verdade, enquanto a outra parcela tomava o placebo. Depois de algum tempo, os cientistas avaliaram quantos participantes de cada grupo tinham covid-19. A partir da�, era poss�vel definir a taxa de efic�cia de cada produto.

 

S� que a barra de exig�ncias subiu um pouquinho: n�o � considerado justo (e nem �tico) dar placebo a uma parte dos volunt�rios quando se sabe que h� imunizantes testados e aprovados no mercado.

 

A ButanVac, portanto, ser� avaliada diante das melhores alternativas que temos at� o momento.

 

"N�s faremos agora um estudo de compara��o da resposta imune. Vamos avaliar a a��o desta vacina em rela��o �s outras j� dispon�veis", assegurou Covas.

 

Outro desafio que os testes cl�nicos ter�o que responder � o poderio desta candidata a vacina contra as variantes do coronav�rus.

 

Por ser um produto novo, � importante que ela seja capaz de conter as linhagens mais preocupantes, que mostram uma maior taxa de transmissibilidade ou a capacidade de "driblar" uma resposta imune pr�via.

A vacina � brasileira?

Outro detalhe bastante evidente na coletiva de quarta-feira foi a origem da Butanvac: nos an�ncios de mar�o, o governo paulista e o Butantan refor�aram a ideia de que ela seria uma vacina 100% brasileira.

 

Mas reportagens publicadas naquele mesmo dia apontaram que o desenvolvimento da f�rmula aconteceu no exterior, mais especificamente na Icahn School of Medicine de Mount Sinai e na Universidade do Texas em Austin, ambas nos Estados Unidos.

 

Ap�s a cria��o "molecular" da vacina, ela foi oferecida pelo Centro Path de Inova��o e Acesso � Vacina a potenciais parceiros internacionais.

 

Foi a� que o Butantan entrou na hist�ria e se tornou um dos respons�veis por realizar os estudos cl�nicos e, caso d� tudo certo, pela futura fabrica��o e distribui��o em larga escala.

 

Al�m do centro brasileiro, o imunizante tamb�m ser� testado e desenvolvido pelo Instituto de Vacinas e Biologia M�dica do Vietn� e pela Organiza��o Farmac�utica Governamental da Tail�ndia.

 

"A ButanVac � produto do desenvolvimento de um cons�rcio internacional, que pode fornecer um grande quantitativo de vacinas 2.0 contra a covid-19", esclareceu Covas.

Por que testar mais candidatas?

Outro ponto refor�ado durante a coletiva foi a necessidade de criar novos imunizantes contra o coronav�rus, mesmo que o Brasil j� tenha uma gama deles � disposi��o.

 

Se os testes apresentarem bons resultados e a Anvisa aprovar, a ButanVac ser� mais uma op��o para o Programa Nacional de Imuniza��es, que hoje depende das remessas ou insumos que v�m do exterior.

 

Com um produto fabricado inteiramente em territ�rio nacional, essa depend�ncia � bem menor e fica mais f�cil planejar e dar previsibilidade aos esfor�os brasileiros contra o coronav�rus.

 

Covas ainda antecipa um poss�vel problema a ser enfrentado a partir de 2022: a necessidade de aplicar doses de refor�o nas pessoas que j� foram imunizadas nesses �ltimos meses.

 

"Tudo indica que precisaremos fazer campanhas de vacina��o contra a covid-19 de tempos em tempos, ent�o vamos necessitar de mais doses no futuro", adianta.

 

De acordo com Doria, o Butantan j� ter� fabricado 40 milh�es de doses da Butanvac at� outubro deste ano.

 

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