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Estado de Minas CHECAMOS

� falsa a mensagem sobre uma suposta produ��o de vacina pela Fiocruz com Israel

Not�cia foi compartilhada mais de 4,5 mil vezes nas redes sociais desde o �ltimo dia 19 de mar�o


01/04/2021 16:27 - atualizado 01/04/2021 16:39

Uma mensagem que afirma que a Fiocruz estaria produzindo, em sigilo, o ingrediente farmac�utico ativo (IFA) e uma vacina, que j� seria 100% nacional, e contaria com a supervis�o de cientistas de Israel, foi compartilhada mais de 4,5 mil vezes nas redes sociais desde o �ltimo dia 19 de mar�o. Al�m disso, o texto indica que s� poderiam entrar na f�brica pessoas autorizadas pelo vice-presidente, o general Hamilton Mour�o. � AFP, a Fiocruz e a assessoria do vice-presidente desmentiram essas alega��es.

 

 

As postagens come�am indicando que em um pronunciamento do ent�o ministro da Sa�de Eduardo Pazuello foi “revelado” que “foi assinado e injetado bilh�es na funda��o [Fiocruz] para a produ��o da vacina brasileira”.

O texto, que circulou no Facebook (1, 2, 3), Instagram e Twitter (1, 2, 3), segue: o “Brasil ter� sua pr�pria vacina, foi revelado agora pela FIOCRUZ  [...]  500 mil mais 6 milh�es por semana com um maquinario e cinco cientistas todos vindos de Israel, 40 estagi�rios que ficaram 90 dias em Israel e mais 300 funcion�rios recrutados nas universidades”.

Ainda segundo a mensagem, “manter tudo em sigilo, com a Fiocruz produzindo a IFA e a vacina” foi o “golpe de mestre”. E finaliza, assinalando que “s� agora est�o sabendo inclusive do Maior Parque Industrial da Am�rica Latina que tem 11 f�bricas de vacinas diferentes onde s� entra quem estiver autorizado pelo General Hamilton Mour�o. [...] PIVFI-Parque Industrial de Vacinas. Com supervis�o dos cientistas de Israel”.

O que se sabe da produ��o da vacina

Em 31 de julho de 2020 foi assinado um documento com a farmac�utica AstraZeneca “sobre a transfer�ncia de tecnologia e produ��o de 100 milh�es de doses da vacina” contra a covid-19. 

Mas foi em 10 de setembro de 2020 que a Fiocruz divulgou ter assinado o contrato garantindo o acesso “a 100,4 milh�es de doses do Ingrediente Farmac�utico Ativo (IFA) para o processamento final (formula��o, envase, rotulagem e embalagem) e controle de qualidade”

Em meados de mar�o de 2021, o diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiol�gicos (Bio-Manguinhos), unidade da Fiocruz respons�vel pela produ��o de vacinas, Maur�cio Zuma, indicou que devem ser entregues cerca de 6 milh�es de doses por semana da vacina, at� atingir as 100,4 milh�es de doses previstas no contrato com a AstraZeneca. 

O acordo com o Reino Unido para garantir a produ��o nacional da vacina a partir da transfer�ncia total de tecnologia significa que n�o ser� mais necess�rio importar o insumo. 

Ao Checamos, a assessoria de Bio-Manguinhos afirmou que “a �rea para a produ��o do IFA est� sendo preparada para receber a certifica��o da Anvisa no final de abril”.

Mas essa a��o ainda exige o cumprimento de outras etapas, como “a valida��o dos processos do IFA nacional”, que devem ser conclu�dos em julho, para solicitar a inclus�o do novo local de fabrica��o do insumo no registro do imunizante. A partir de agosto, ent�o, a institui��o poder� entregar “as vacinas 100% produzidas em Bio-Manguinhos/Fiocruz”.

Captura de tela feita em 30 de março de 2021 de uma publicação no Instagram
Captura de tela feita em 30 de mar�o de 2021 de uma publica��o no Instagram

Produ��o da vacina em sigilo e com a participa��o de Israel?

Sobre a produ��o da vacina em sigilo, como indicam as publica��es nas redes sociais, a assessoria de Bio-Manguinhos esclareceu que o imunizante “Oxford/AstraZeneca teve seu processo de desenvolvimento divulgado em publica��es cient�ficas”.

De fato, em maio de 2020 a imprensa j� anunciava uma colabora��o entre o laborat�rio farmac�utico brit�nico AstraZeneca com a Universidade de Oxford na busca por uma vacina contra a covid-19.

Em 3 de junho, foi afirmado que a vacina em desenvolvimento seria testada em cerca de dois mil volunt�rios no Brasil, o que teve in�cio algumas semanas depois. Finalmente, em 27 de junho de 2020, o pa�s chegou a um acordo de produ��o de doses do imunizante, com a participa��o da Fiocruz.

No site da Universidade de Oxford � poss�vel conferir todas as etapas de testes e estudos, inclusive em outros pa�ses, como �frica do Sul, Qu�nia, Estados Unidos, al�m do Brasil.

Por e-mail, a assessoria de imprensa de Bio-Manguinhos tamb�m descartou qualquer participa��o de Israel - seja de maquin�rio e cinco cientistas, “vindos de Israel”, de 40 estagi�rios que “ficaram 90 dias em Israel”, como assinalam as publica��es.

O texto compartilhado termina indicando que no “maior Parque Industrial da Am�rica Latina”, cujo nome dado � “PIVFI (Parque Industrial de Vacinas)”, h� “11 f�bricas de vacinas diferentes”, onde s� se pode entrar com a autoriza��o do vice-presidente, o general Hamilton Mour�o.

O local onde s�o produzidas as vacinas pela Fiocruz se chama, na realidade, Complexo Tecnol�gico de Vacinas (CTV), que realmente � um dos maiores centros de produ��o da Am�rica Latina. E, diferentemente do que foi afirmado nas redes, n�o se tratam de 11 f�bricas de imunizantes diferentes: “Na verdade, nosso portf�lio � composto por 11 vacinas, produzidas nas edifica��es do CTV”, explicou a assessoria da institui��o.

Sobre a suposta necessidade de autoriza��o do vice-presidente para entrar nas instala��es, tanto a Fiocruz quanto a assessoria de Mour�o negaram, afirmando que a alega��o “n�o possui veracidade”.

A enfermeira Janete da Silva Oliveira prepara uma dose da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 em uma comunidade ribeirinha próxima a Manaus, em 9 de fevereiro de 2021 (Michael Dantas / AFP)
A enfermeira Janete da Silva Oliveira prepara uma dose da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 em uma comunidade ribeirinha pr�xima a Manaus, em 9 de fevereiro de 2021 (Michael Dantas / AFP)

Vacinas autorizadas no Brasil

Atualmente, dois imunizantes contra a covid-19 t�m sido aplicados no Brasil: Oxford/AstraZeneca e CoronaVac. 

A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) concedeu a autoriza��o de uso emergencial da vacina CoronaVac e da Janssen, bra�o farmac�utico da Johnson & Johnson.

Atualmente, t�m registro definitivo as vacinas da Pfizer/BioNTech, embora ainda n�o esteja dispon�vel no pa�s, e da Fiocruz/AstraZeneca. Neste �ltimo caso, a Anvisa aprovou dois registros diferentes para que as duas empresas possam, assim, “adotar estrat�gias diferentes de distribui��o e comercializa��o do produto”.

Um conte�do semelhante foi verificado pelas equipes do Estad�o Verifica, Aos Fatos, Boatos.org e da Ag�ncia Lupa.


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