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Estado de Minas CHECAMOS

A mulher vista em v�deo sendo detida em aeronave n�o � a esposa do presidente da CPI da covid

Visualizada mais de 180,2 mil vezes, a grava��o tamb�m circulou no Twitter e no Youtube


26/05/2021 21:02 - atualizado 27/05/2021 00:21


 

Captura de tela feita em 25 de maio de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 25 de maio de 2021 de uma publica��o no Facebook
Um v�deo no qual uma mulher � retirada � for�a de dentro de um avi�o pela Pol�cia Federal foi compartilhado mais de 9 mil vezes nas redes sociais desde o �ltimo dia 10 de maio com a alega��o de que mostra a esposa do senador Omar Aziz (PSD-AM) sendo presa por desvio de verbas p�blicas. Embora Nejmi Aziz j� tenha sido detida em 2019, o v�deo n�o mostra a deputada. A sequ�ncia, registrada em 2018, retrata uma passageira sendo retirada da aeronave ap�s se recusar a despachar a bagagem de m�o, que havia excedido os limites de peso.

 

“O Aziz que � o atual presidente da CPI do Covid no Senado desviou milh�es de verbas e colocou no nome da mulher dele e as pol�cias prenderam ela dentro do avi�o O momento da pris�o da ladra. Vamos espalhar esse v�deo da esposa do Omar Aziz. Ele � o presidente da CPI que vai investigar a atua��o do Bolsonaro e governadores na PANDEMIA....”, diz a legenda de um dos v�deos compartilhados no Facebook (1, 2).

 

Visualizada mais de 180,2 mil vezes, a grava��o tamb�m circulou no Twitter (1) e no YouTube com alega��es semelhantes envolvendo a esposa do senador Omar Aziz, detida em 2019 no �mbito de opera��es da Pol�cia Federal que investigam os crimes de corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

 

Uma busca reversa por capturas de tela da sequ�ncia levou a uma reportagem transmitida em 5 de outubro de 2018 no notici�rio JA 2ª edi��o, da Rede Globo, e intitulada: “V�deo mostra passageira sendo retirada � for�a pela pol�cia de dentro de avi�o em Goi�nia”

 

De acordo com a descri��o da mat�ria, no registro de ocorr�ncia constava que a protagonista das imagens se recusou a despachar sua bagagem, al�m de ter insultado comiss�rios de bordo e passageiros. A equipe de reportagem do JA chegou a entrar em contato com a mulher, que pediu para n�o ser identificada.

 

Uma segunda pesquisa no Google, dessa vez pelas palavras-chave “passageira + Goi�nia + avi�o + pol�cia”, mostrou como resultado v�rios artigos publicados a respeito do ocorrido na capital goiana. 

 

O caso aconteceu um dia antes da publica��o das mat�rias (1, 2, 3, 4) pelos ve�culos de comunica��o, em 4 de outubro de 2018, e, segundo as informa��es divulgadas, o avi�o tinha como destino o aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo.

 

Devido ao fato da sua bagagem de m�o estar fora dos padr�es vigentes, a passageira foi solicitada a despachar a mala, mas se recusou. 

 

Ap�s os funcion�rios da companhia a�rea solicitarem a presen�a da Pol�cia Federal, vista no v�deo viralizado, foi pedido, ainda, o refor�o da Pol�cia Militar do estado, como se pode ver no fragmento de v�deo abaixo.

CPI da pandemia

No �ltimo dia 27 de abril teve in�cio no Senado uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) com o objetivo de analisar se houve neglig�ncia ou atos de corrup��o durante a gest�o da pandemia de coronav�rus, incluindo a crise de suprimento de oxig�nio em Manaus, capital do Amazonas.

 

Os membros da comiss�o escolheram o senador amazonense Omar Aziz para presidi-la

 

Uma busca no Google a respeito da pris�o da esposa do senador Aziz mostrou que, de fato, a atual deputada estadual pelo PSD Nejmi Aziz foi detida pela Pol�cia Federal em 19 de julho de 2019, depois em 31 de julho do mesmo ano e em 1º de agosto tamb�m de 2019, saindo no dia seguinte.

 

As pris�es ocorreram no �mbito de duas opera��es realizadas pela PF - Maus Caminhos e Vertex - que investigam os crimes de corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

 

O AFP Checamos j� verificou outras publica��es que afirmavam que esse mesmo v�deo mostrava uma passageira retirada de um avi�o ap�s se indignar com os partid�rios do presidente Bolsonaro.

 

Um conte�do semelhante foi checado pelas equipes do Estad�o Verifica e do Boatos.org.

 

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?


O presidente do colegiado � Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) � o relator. O prazo inicial de trabalho s�o 90 dias, podendo esse per�odo ser prorrogado por mais 90 dias.



Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares

O que a CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que a CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
 


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