(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CHECAMOS

Estudo de 'Oxford' sobre ivermectina contra COVID-19 n�o � definitivo

Os pr�prios autores reconheceram as limita��es do estudo e alertaram que os resultados positivos ainda precisam ser confirmados em ensaios maiores


16/07/2021 20:28 - atualizado 16/07/2021 20:28


 

Captura de tela feita em 14 de julho de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 14 de julho de 2021 de uma publica��o no Facebook
Publica��es nas redes sociais sugerindo que a “Universidade de Oxford” mostrou que a ivermectina reduz em 56% as mortes por covid-19 foram compartilhadas mais de 2,1 mil vezes desde o �ltimo 7 de julho. Elas tamb�m afirmam que �bitos poderiam ter sido evitados se a Rede Globo n�o tivesse feito “propaganda contr�ria”. Entretanto, essas postagens omitem que a metan�lise publicada pelo Open Forum Infectious Diseases, uma plataforma de publica��o de estudos cient�ficos ligada � universidade brit�nica, n�o foi conclusiva sobre a efic�cia desse tratamento. Apesar de o uso da ivermectina ter se revelado promissor, os pr�prios autores reconheceram as limita��es do estudo e alertaram que os resultados positivos ainda precisam ser confirmados em ensaios maiores.


“Globo genocida! Quantas mortes poderiam ter sido evitadas se voc�s n�o estivessem feito tanta propaganda contr�ria?”, diz o texto da imagem compartilhada no Facebook e no Instagram.

“Ivermectina reduz mortes por COVID-19 em 56%, mostra estudo da Universidade de Oxford. Segundo a pesquisa, a utiliza��o do medicamento possibilita a recupera��o cl�nica favor�vel do paciente e reduz a hospitaliza��o”, complementa.

No dia 6 de julho de 2021, o Open Forum Infectious Diseases publicou uma metan�lise que re�ne 24 ensaios cl�nicos randomizados nos quais a ivermectina - um medicamento desenvolvido para o tratamento de doen�as parasit�rias - foi testada em um total de 3.328 pacientes com covid-19. Essa metan�lise identificou uma redu��o de 56% na mortalidade de quem recebeu esse tratamento, al�m de uma recupera��o cl�nica mais r�pida.

No entanto, os pr�prios autores reconhecem em seu texto algumas limita��es da pesquisa. Uma delas � que, dos 24 ensaios cl�nicos considerados, apenas oito foram publicados. Os demais s�o “preprints” - ou seja, n�o passaram pela avalia��o cient�fica dos pares - ou trabalhos cujos resultados foram compartilhados somente para essa an�lise.

Outra limita��o apontada pelos autores diz respeito � problem�tica “comparabilidade dos dados”, na medida em que os ensaios cl�nicos analisados utilizaram diferentes dosagens por diferentes per�odos de tempo, al�m de tratamentos distintos no grupo de controle. Alguns, por exemplo, compararam a ivermectina com placebos, enquanto outros fizeram a compara��o com rem�dios, como hidroxicloroquina - medicamento originalmente usado para tratar mal�ria - ou lopinavir/ritonavir, usados no tratamento de HIV.

Os autores tamb�m informaram que, em tr�s dos estudos cl�nicos analisados, a ivermectina foi administrada junto com outro medicamento, a doxiciclina, indicada para tratar mal�ria. Al�m disso, alertaram que “a maioria dos estudos foi realizada em popula��es com apenas infec��o leve/moderada”, e que “alguns estudos exclu�ram pacientes com m�ltiplas comorbidades”.


O texto da metan�lise ressalta, ainda, que medicamentos usados para tratamentos de outras doen�as se mostraram promissores em estudos iniciais com grupos menores de pacientes, mas que esse resultado n�o foi verificado posteriormente em ensaios maiores. Por isso, os autores esclarecem que o benef�cio demonstrado na metan�lise - de 56% de sobrevida para pacientes que receberam a ivermectina em compara��o com os grupos de controle - “precisa ser validado em estudos confirmat�rios maiores”.

Em sua conta no Twitter, Andrew Hill, um dos autores da metan�lise, foi cauteloso ao afirmar, no dia em que ela foi publicada, que existem pesquisas com grupos muito maiores em andamento e que “os ensaios cl�nicos randomizados devem ser continuados”.

A suposta efic�cia da ivermectina na preven��o e tratamento da covid-19 come�ou a ser debatida desde que um estudo australiano publicado em abril de 2020 observou a efic�cia in vitro (laborat�rio) da ivermectina contra o v�rus SARS-CoV-2.

At� o momento, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) desaconselha seu uso, uma vez que faltam dados conclusivos e, tanto nos Estados Unidos e na Europa quanto no Brasil, o medicamento � aprovado apenas como antiparasit�rio.

O AFP Checamos j� verificou outras alega��es relacionadas � suposta efic�cia da ivermectina (1, 2, 3).

No Brasil, o debate cient�fico ganhou contornos pol�ticos durante a pandemia. A ivermectina, assim como a hidroxicloroquina, foi reiteradamente defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (1, 2, 3).

O mandat�rio tamb�m critica a forma como a m�dia repercute as not�cias relacionadas � covid-19 e j� se referiu � Rede Globo mais de uma vez como a “TV Funer�ria” (1, 2).

 

Leia mais sobre a COVID-19

Confira outras informa��es relevantes sobre a pandemia provocada pelo v�rus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infogr�ficos e v�deos falam sobre sintomaspreven��opesquisa vacina��o.
 

Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns

Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.

Veja v�deos explicativos sobre este e outros tema em nosso canal

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)