O v�deo de um pol�tico belga fingindo se vacinar mostra uma simula��o

Um v�deo em que uma enfermeira aplica uma vacina sem destampar a seringa foi compartilhado nas redes sociais desde, pelo menos, 3 de dezembro de 2021, em publica��es que denunciam que o primeiro-ministro belga simulou ter tomado o imunizante contra a covid-19.

Mas as imagens n�o tinham como objetivo enganar o p�blico. Na verdade, elas correspondem a um ensaio de vacina��o para o qual tampas foram deixadas intencionalmente nas seringas. Al�m disso, quem aparece na sequ�ncia � Bart Somers, vice-ministro presidente do governo da regi�o belga de Flandres, que posteriormente se vacinou.

“B�lgica: O primeiro-ministro Alexander de Croo, tentou encenar sua vacina��o, mas infelizmente para ele, a enfermeira que aplica a inje��o n�o � t�o boa atriz quanto ele”, l�-se em publica��es no Facebook (1, 2, 3) e no Twitter (1, 2).

O conte�do tamb�m circulou em espanhol, ingl�s, franc�s e holand�s.

De fato, no v�deo se v� um homem supostamente recebendo uma vacina, e em seguida, fica evidente que a seringa que a profissional de sa�de utiliza segue tampada. Nos coment�rios das publica��es em holand�s, os usu�rios de redes sociais mencionaram o centro de vacina��o Bilzen, na prov�ncia belga de Limburgo.

Buscas no Google com as palavras-chave “Bilzen vaccinatiecentrum test” (Teste do centro de vacina��o Bilzen, em portugu�s), levaram a uma reportagem televisiva, publicada em 1º de fevereiro de 2021 pela cadeia belga de r�dio e televis�o VTR, na qual se explica que as imagens realmente correspondem a uma simula��o de vacina��o contra a covid-19.

O v�deo n�o est� mais dispon�vel nesse site. Mas o material audiovisual foi compartilhado no mesmo dia no Facebook por Bart Somers, vice-ministro presidente e ministro do Interior do governo da regi�o flamenga, uma das tr�s comunidades constitucionais da B�lgica.

Na verdade, � ele o pol�tico que aparece na pe�a audiovisual, n�o o primeiro-ministro da B�lgica, Alexander De Croo, como afirmam as publica��es difundidas nas redes sociais.

A partir do minuto 1 e 32 segundos � poss�vel ver a mesma sequ�ncia viralizada nas redes sociais:

Somer escreveu na publica��o que o objetivo do ensaio era analisar �reas que precisavam ser melhoradas no centro de vacina��o para iniciar a imuniza��o quando as vacinas estivessem dispon�veis. Ele ainda explicou que realmente n�o recebeu a primeira dose no evento. “Para ser claro: n�o recebi uma inje��o real”, disse em holand�s.

O jornal local Het Laatste Nieuws tamb�m publicou um artigo sobre o teste: “Sob o olhar de aprova��o do ministro flamengo de Administra��o Interna, Bart Somers, cerca de cinquenta pessoas de Bilzen [no nordeste da B�lgica] e seus arredores receberam hoje sua primeira dose contra o coronav�rus. Ao menos por assim dizer, porque foi um ensaio. O centro de vacina��o do pavilh�o esportivo De Kimpel foi submetido a testes extensivos pela primeira vez”, diz o texto.

O ministro do Interior explicou � AFP, em 4 de fevereiro de 2021, que o evento que aparece no v�deo foi um ensaio para provar capacidades log�sticas dos pontos de vacina��o e n�o uma vacina��o real:

“Vemos novamente o perigo das not�cias falsas. Esta semana come�ar� o teste em v�rios centros de vacina��o flamengos. Para ver se tudo andar� bem assim que as vacinas estiverem dispon�veis, v�rios centros de vacina��o organizaram uma simula��o. Por exemplo, eles olham quanto tempo demora para vacinar uma pessoa e se n�o h� grandes filas. � irrespons�vel e perigoso que as pessoas usem esse momento de pr�tica para difundir not�cias falsas”.

O ministro tamb�m publicou, em holand�s, sobre o material que foi usado para desinformar. Em tradu��o livre, diz: “Para ser claro: nenhuma vacina foi administrada durante esse ensaio e nem mesmo uma inje��o foi dada. Do contr�rio, teria gritado ‘ai’ mais alto”.

Em 7 de junho de 2021 o pol�tico divulgou uma foto do momento em que recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19. No mesmo dia, o canal belga RTV publicou um v�deo do evento no Facebook.

No in�cio de 2021, publica��es falsas e enganosas envolvendo dirigentes ao redor do mundo e a vacina��o foram recorrentes. A AFP verificou v�rias dessas alega��es (1, 2, 3).

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