(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Preso na Grande BH tio suspeito de estuprar e engravidar menina de 10 anos no Esp�rito Santo

Pris�o foi confirmada pela Pol�cia Civil e pelo governador do estado vizinho. Informa��es extraoficiais d�o conta que o homem teria sido localizado em Betim


18/08/2020 07:43 - atualizado 19/08/2020 10:19

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

O homem suspeito de estuprar e engravidar uma menina de 10 anos no Esp�rito Santo foi preso na madrugada desta ter�a-feira. A informa��o foi divulgada no Twitter pelo governador do estado, Renato Casagrande (PSB). 

“A nossa pol�cia efetuou nesta madrugada a pris�o do estuprador da menina violentada no no interior do ES. Que sirva de li��o para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceit�vel dessa natureza. Detalhes da opera��o ser�o repassada pela equipe seguran�a ainda hoje”, informou o governador. 

Informa��es extraoficiais d�o conta de que o homem de 33 anos, tio da menina, teria sido localizado em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Foragido, o ex-presidi�rio j� chegou a cumprir pena por tr�fico de drogas, associa��o criminosa e posse ilegal de arma. 



O novo mandado de pris�o, por estupro de vulner�vel, foi expedido pela 3ª Vara Criminal de S�o Mateus, do Tribunal de Justi�a do Esp�rito Santo (TJ-ES), na quarta-feira passada, dia 12.

Por meio de nota enviada nesta manh� � reportagem da TV Alterosa, a Pol�cia Civil do Esp�rito Santo informou que investigadores do munic�pio de S�o Mateus, onde o crime ocorreu, disseram que o homem foi encontrado nesta madrugada na Grande BH, sem informar o munic�pio. A institui��o vai realizar uma coletiva de imprensa sobre a pris�o.



Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que casos como o da menina de 10 anos se repetem pelo Brasil. Dos 1.024 abortos permitidos por raz�es m�dicas entre janeiro e junho deste ano, 35 foram de meninas de at� 14 anos, conforme a plataforma DataSus, do Minist�rio da Sa�de. Em 2019, o total foi de 72 - m�dia de uma a cada cinco dias.

Menina passa bem ap�s aborto legal


Centro de Saúde em Pernambuco, onde procedimento ocorreu, informou que ela deve receber alta ainda hoje (foto: ARTHUR SOUZA/LEIAJÁ IMAGENS/ESTADÃO CONTEÚDO )
Centro de Sa�de em Pernambuco, onde procedimento ocorreu, informou que ela deve receber alta ainda hoje (foto: ARTHUR SOUZA/LEIAJ� IMAGENS/ESTAD�O CONTE�DO )
Profissionais de sa�de respons�veis pela interrup��o da gesta��o da menina confirmaram a realiza��o do procedimento. A menina foi transferida de S�o Mateus, no Norte do Esp�rito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, ap�s decis�o do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Inf�ncia e da Juventude do munic�pio onde ela mora. Desde domingo, a menina est� internada no Centro Integrado de Sa�de Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), que fica no Bairro da Encruzilhada. Ao longo do dia, diversas pessoas se manifestaram, a favor e contra o procedimento m�dico, que � assegurado pela lei em caso de estupro e quando a gravidez representa risco para a m�e.

O caso se tornou p�blico depois que a menina deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em S�o Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava gr�vida de cerca de tr�s meses.

De acordo com o gestor executivo e diretor do Cisam, o m�dico Ol�mpio Barbosa de Morais Filho, o procedimento de interrup��o da gesta��o, pelo qual ele foi respons�vel, teve in�cio no domingo e foi finalizado ontem.  “Ontem (domingo) mesmo foi procedido o �bito fetal, ent�o n�o tem mais vida, o feto. E hoje (ontem) vamos proceder com o esvaziamento, que � para causar contra��es para expuls�o do feto. E esperamos, a partir de amanh� (hoje), em algum momento, que ela tenha condi��es de alta”, afirmou na manh� de ontem. Questionado sobre o estado de sa�de da menina, o m�dico disse que “ela est� bem, com apoio psicol�gico, assist�ncia social e a av�. Est� tendo algumas contra��es, c�licas, mas est� bem”.

Segundo a coordenadora de enfermagem do Cisam, Maria Benita Spinelli, a institui��o optou pelo tipo de procedimento menos invasivo poss�vel. Benita Spinelli explicou ainda que a menina deveria sentir algumas dores de contra��es, mas que s�o dores esperadas e que n�o demonstram risco para a paciente. “Elas est�o bem (a menina e a av�), acolhidas, est�o em uma enfermaria, sendo bem cuidadas por toda a nossa equipe profissional e aguardando o desfecho. Assim que ela estiver bem, em condi��es de alta, sem nenhum sangramento ou processo infeccioso, ela poder� voltar para a cidade dela.”

Protestos 


No domingo, grupos religiosos fizeram atos, numa esp�cie de barreira humana na frente do Cisam para tentar impedir a entrada do m�dico respons�vel pelo procedimento na unidade de sa�de. Ao chegar ao local, o m�dico foi recebido aos gritos de “assassino”. V�deos do momento circulam nas redes sociais.




� noite, j� com boatos de que a gesta��o havia sido interrompida com seguran�a para a menina, um movimento de apoio e suporte �s mulheres tamb�m se mobilizou na frente do Cisam. O v�deo mostra mulheres repetindo juntas, em voz alta, um discurso proferido por uma delas.



“Dentro da maternidade, em alguns momentos, a gente escutava alguns ru�dos l� de fora (dos protestos), mas conseguimos manter a menina fora e alheia ao que estava acontecendo l�. A gente sabia o que era, mas no nosso espa�o est�vamos cuidando dela. Fazendo o procedimento acontecer, explicando a ela direitinho. Para que ela se sentisse acolhida e segura com quem estava ali com ela. Afinal de contas, foi o nosso primeiro contato com ela”, afirmou Benita.

Justi�a 


Os protestos ocorreram depois que a extremista Sara Giromini (Winter) divulgou o nome da crian�a, o hospital onde ela estava e disse que “o aborteiro est� a caminho”. Mas a Justi�a do Esp�rito Santo atendeu pedido da Defensoria P�blica do Estado e deferiu liminar na noite de domingo, determinando que o Google (Youtube), o Facebook e o Twitter retirassem, em 24 horas, “informa��es divulgadas em suas plataformas sobre a menina. O ju�zo estabeleceu multa di�ria de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A defensora p�blica Maria Gabriela Agapito afirmou que a decis�o foi dada no �mbito de uma a��o civil p�blica que foi apresentada com base no Marco Civil da Internet. “H� de se tomar muito cuidado nesse momento. Essa menina j� foi v�tima de muita viol�ncia e o que ela precisa agora � restabelecer a sua vida, assim como a sua fam�lia. � necess�rio diminuir a exposi��o para evitar sua revitimiza��o", afirmou Maria Gabriela.

Ajuda


Youtubers comentaram sobre o caso em seus perfis no Twitter e se disponibilizaram a ajudar (foto: Reprodução da internet/Redes sociais)
Youtubers comentaram sobre o caso em seus perfis no Twitter e se disponibilizaram a ajudar (foto: Reprodu��o da internet/Redes sociais)
Os youtubers Felipe Neto e Whindersson Nunes usaram as redes sociais para oferecer ajuda para a menina. Mostrando indigna��o, o empres�rio Felipe Neto disse que ficou perturbado com a not�cia e que gostaria de ajudar a v�tima pagando seus estudos at� a maioridade. Whindersson Nunes, que sempre fala sobre problemas com a depress�o, que j� teve na vida, ofereceu apoio psicol�gico. “Algu�m da fam�lia, por favor, entre em contato pelo e-mail da minha bio (link na descri��o da biografia). Eu me disponho a arcar com todos os custos de educa��o dela at� o fim da faculdade. Num mundo de injusti�as e desigualdades, que ela possa receber a melhor arma poss�vel", declarou Felipe Neto em uma rede social.

Whindersson Nunes ironizou as pessoas que s�o crist�s e que defendiam que a menina tivesse o beb� aos 10 anos de idade, fruto de um estupro. "A Terra devia estar em paz com tantos 'Jesus' nas redes sociais, tantos imaculados. Me preocupa o tanto de atrocidades que essa crian�a vai ouvir no decorrer da vida. Algu�m da fam�lia entre em contato, quero ajudar com toda assist�ncia psicol�gica at� os 18 anos”, prometeu. Para o humorista, quem foi contra o aborto legal da garota est� fora da realidade. “Querem julgar todo assunto igual na Idade M�dia, na base da fantasia. Querem julgar todo tipo de situa��o que nem uma �poca medieval”, afirmou.

Religiosos 


As entidades religiosas tamb�m se manifestaram. A Frente de Evang�licos pelo Estado de Direito cobrou investiga��o dos protestos liderados por um grupo de religiosos – cat�licos e evang�licos – na frente do Cisam. A Frente condena, ainda, o “oportunismo” de parlamentares que participaram do ato e hostilizaram a crian�a, os familiares e os profissionais de sa�de. “Cobramos que os envolvidos nesse epis�dio sejam investigados e, em caso de crimes, punidos”, diz a entidade na nota.



J� a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou ontem um artigo em que um bispo de Rio Grande (RS), condena a interrup��o de gesta��o da menina. O artigo “Por que n�o viver?” � assinado por dom Ricardo Hoepers, presidente da Comiss�o Episcopal Pastoral para a Vida e a Fam�lia da CNBB. No texto, ele chama o aborto legal de “crime hediondo”. “Por que n�o foi permitido esse beb� viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condena��o t�o r�pida, sem um processo justo e fora da legalidade?”, questiona o arcebispo.

M�dico expulso da igreja duas vezes


Respons�vel pelo procedimento na menina, o diretor m�dico e obstetra Ol�mpio Moras Filho j� foi “excomungado duplamente” pela Igreja Cat�lica, uma delas por fazer o mesmo procedimento, com assustadora semelhan�a, mas numa menina de 9 anos de Alagoinha, no interior de Pernambuco, tamb�m estuprada, mas ent�o gr�vida de g�meos.

Olímpio Moraes Filho, médico e obstetra (foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A. Press)
Ol�mpio Moraes Filho, m�dico e obstetra (foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A. Press)


Acostumado com os xingamentos e maldi��es que lhe s�o lan�ados, dr. Ol�mpio, como � conhecido, h� muito fez as pazes com seu conforto espiritual. Teme pela m�e, religiosa, sofre de preocupa��o com as dana��es propostas a plenos pulm�es por fi�is que dizem seguir ensinamentos como “amai ao pr�ximo como a si mesmo” e “quem dentre v�s n�o tiver pecado, que atire a primeira pedra”. Apedrejado, at� n�o foi, mas j� foi alvo de bomba de tinta vermelha em protesto em turma de medicina.

A primeira vez que foi excomungado (e, para efeitos pr�ticos, a “definitiva e n�o midi�tica”) foi por se envolver – e acabar sendo apontado como respons�vel – pela campanha de controle de natalidade da Secretaria de Sa�de durante o carnaval de Pernambuco em 2006. Naquele ano, o governo passou a distribuir a chamada “p�lula do dia seguinte” gratuitamente, para a popula��o. A ousadia de impedir gravidezes indesejadas e evitar previamente abortos clandestinos lhe rendeu a puni��o m�xima no rito crist�o cat�lico. Criado por fam�lia cat�lica, Ol�mpio Moraes hoje se diz agn�stico. (Com Estad�o Conte�do)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)