(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Mulheres, as barreiras est�o a� para serem rompidas!

Dividir espa�os sociais com princ�pios b�sicos de justi�a, empatia e igualdade de oportunidades est� para al�m de reivindicar direitos


08/03/2021 06:00 - atualizado 22/03/2021 14:59

"� no mercado de trabalho que diversas express�es do saber se manifestam" (foto: Pixabay)


Com pouco mais de 20 anos de idade voltei minhas leituras para escritoras mulheres e, a partir da�, mesclei interesses acad�micos e pessoais. Adentrei-me no universo liter�rio de Simone de Beauvoir e Camila Paglia para entender o papel da mulher na sociedade e no mercado de trabalho; posteriormente direcionei meu interesse para mulheres mais enigm�ticas como Clarice Lispector, Virginia Wolf, Florbela Espanca e mais recentemente atrai-me pela literatura cortante de Leila Slimani e Svetlana Alexievitch. 

O universo feminino � algo sempre a ser desvendado. A come�ar pelo corpo cheio de curvas, que reflete sua maneira de conduzir escolhas e afetos, em contraponto ao masculino, mais reto, lidando de forma direta e objetiva com suas quest�es. As esculturas de Camille Claudel e Rodin s�o �timas express�es da diferen�a entre os tra�os que marcam quest�es de g�nero e se refletem na arte: Claudel, artista singular (tratada como louca!) apresenta em suas esculturas marcante sensibilidade de um olhar feminino. 

A arte, em suas diversas formas, � instrumento de express�o dos sujeitos e precisa de espa�os sociais para lhe garantir forma e vida. E s�o nesses mesmos espa�os sociais que os sujeitos constroem suas rela��es de afeto e de saber. � no mercado de trabalho que diversas express�es do saber se manifestam.

Maior vulnerabilidade foi imposta às mulheres na pandemia de COVID-19, muitas com tripla jornada de trabalho(foto: Pixabay)
Maior vulnerabilidade foi imposta �s mulheres na pandemia de COVID-19, muitas com tripla jornada de trabalho (foto: Pixabay)


Neste dia 08 de mar�o de 2021, adentrando no segundo ano da pandemia da COVID-19, com as sociedades exauridas pelos desafios impostos � uma vida com restri��es para se viver, no m�nimo duas evid�ncias s�o motivos de grande reflex�o para as mulheres: a primeira diz respeito � ex�mia condu��o dessa crise sanit�ria por duas chefes de Estado, Angela Merkel e Jacida Ardern; e, a segunda, � deflagra��o da condi��o de maior vulnerabilidade imposta �s mulheres. Foram elas as mais sacrificadas, encerraram o ano com taxa l�quida negativa de contrata��o e viram-se no desafio de trabalhar e cuidar dos filhos que j� n�o tinham mais as escolas e creches em funcionamento.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulgou, no �ltimo dia 04, os Indicadores sociais das mulheres no Brasil - 2a edi��o, com resultados relativos ao ano de 2019. As mulheres apresentaram melhor performance educacional e eram maioria nos cursos das �reas de ci�ncias biol�gicas e afins (68,1%), bem como nas ci�ncias f�sicas (50,2%), por�m ainda grande minoria em engenharia e profiss�es correlatas (24%).

Muito embora 19,4% das mulheres com mais de 25 anos de idade possu�ssem n�vel superior de escolaridade, ante 15,1% dos homens, sua participa��o em cargos gerenciais era de 37,4%.

Acrescida � despropor��o de ocupa��o tem-se as disparidades salariais: nos cargos de diretoria e ger�ncia, assim como nos de profissionais das ci�ncias e intelectuais, os homens auferiram rendimentos, em m�dia, cerca de 60% superior �s mulheres.

Na vida p�blica, mulheres representavam 14,8% do total de parlamentares na C�mara dos Deputados e 16% nas c�maras de vereadores.

"Cabe �s mulheres tornarem-se rainhas de seus destinos, apropriarem-se de seus pap�is e seguirem seus caminhos" (foto: Pixabay)


Na divis�o dom�stica do trabalho, elas dedicavam n�mero m�dio de 18,5 horas semanais enquanto os homens despendiam 10,4 horas semanais de seu tempo nos mesmos afazeres. Na distribui��o setorial, 85,1% das mulheres trabalhavam nos servi�os, 10,7% na ind�stria e 4,1% na agricultura. J� os homens se distribu�am de maneira menos disforme, com 59,5% nos servi�os, 27,4% e 13,0%, na ind�stria e na agricultura, respectivamente.

Para refor�ar o coro das disparidades, o mais recente resultado do c�lculo do d�ficit habitacional do Pa�s, divulgado pela Funda��o Jo�o Pinheiro e o Minist�rio do Desenvolvimento Regional, no dia 05, aponta que, em 2019, o componente �nus excessivo com aluguel urbano, respons�vel por 51,7% do d�ficit habitacional total, recaiu predominantemente (62%) sobre os domic�lios cujo respons�vel era mulher. 

O equil�brio entre realiza��o profissional e pessoal ainda exige esfor�os de forma mais desigual e injusta por parte das mulheres frente aos homens. Dividir espa�os sociais com princ�pios b�sicos de justi�a, empatia e igualdade de oportunidades est� para al�m de reivindicar direitos. Cabe �s mulheres tornarem-se rainhas de seus destinos, apropriarem-se de seus pap�is e seguirem seus caminhos, arcando com o �nus e o b�nus da beleza de serem o que s�o. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)