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Estado de Minas BRASIL

COVID-19 faz diminuir a expectativa de vida do brasileiro

Artigo publicado na Nature mostra que longevidade do brasileiro caiu em 1,3 ano, em 2020, e vai decrescer em torno de 1,8 ano em 2021


30/06/2021 07:47

Além de diminuir a longevidade do brasileiro, pandemia fez com que o acompanhamento de outras doenças passasse a ser feito precariamente(foto: Miguel Schincariol/AFP)
Al�m de diminuir a longevidade do brasileiro, pandemia fez com que o acompanhamento de outras doen�as passasse a ser feito precariamente (foto: Miguel Schincariol/AFP)
O descontrole da pandemia e o excesso de mortes causadas pela COVID-19 diminu�ram a expectativa de vida do brasileiro em 1,3 ano, em 2020, e vai reduzir em pelo menos 1,8 ano em 2021. As informa��es constam num artigo publicado nesta ter�a-feira (29/6) , na revista inglesa Nature, cujo t�tulo � Reduction in life expectancy in Brazil after COVID-19 (Redu��o da expectativa de vida no Brasil ap�s covid-19), de autoria dos pesquisadores Marcia C. Castro, Susie Gurzenda, Cassio M. Turra, Sun Kim, Theresa Andrasfay e Noreen Goldman. De acordo com a publica��o, “a redu��o da expectativa de vida aos 65 anos em 2020 era de 0,9 ano, recolocando o Brasil nos n�veis de 2012”.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a longevidade no Brasil, em 2019, era de 76,6 anos, tr�s meses a mais do que em 2018. Entre homens, a dura��o m�dia da vida era de 73,1 anos e, nas mulheres, de 80,1 anos.

O artigo come�a apontando os governos de Donald Trump e de Jair Bolsonaro como “lament�veis” na resposta ao avan�o da COVID-19, nos Estados Unidos e no Brasil. E lembra que, juntos, respondem por 28% do total de mortos no mundo e 59% do total de �bitos nas Am�ricas. “Em ambos os pa�ses, a resposta � pandemia em 2020 foi d�spar regionalmente, com lament�vel coordena��o nacional, resultando em uma carga de mortalidade elevada e desigual”. Mas, desde a chegada de Joe Biden � Casa Branca, dos dois pa�ses apenas o Brasil seguiu na contram�o das pol�ticas p�blicas consagradas pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) contra o espalhamento do novo coronav�rus — como o distanciamento social, o uso de m�scaras e a higiene pessoal, em associa��o � vacina��o.

“O Brasil continua enfrentando uma situa��o desafiadora. Abril de 2021 foi o m�s mais letal desde o in�cio da pandemia: nove capitais relataram mais mortes do que nascimentos e, em 25 de abril, o n�mero de mortes de COVID-19 em 2021 ultrapassou o relatado em 2020”, lembra o artigo, logo no segundo par�grafo.

Retrocesso

O impacto maior do novo coronav�rus foi sobre os homens, que perderam 1,57 ano em expectativa de vida, do que nas mulheres (0,95 ano). A maior redu��o de idade, absoluta e relativa, entre os estados foi estimada para o Amazonas (3,46 anos), seguido pelo Amap� (3,18 anos) e pelo Par� (2,71 anos). No sentido contr�rio, o Rio Grande do Sul foi o �nico estado com proje��o de aumento no prolongamento da vida para ambos os sexos (0,07 ano), por�m com queda para o sexo masculino calculada em 0,11 ano.

A expectativa de vida de pessoas a partir de 65 anos tamb�m caiu no ano passado e, no Brasil, foi de 0,94 ano para ambos os sexos — 0,66 ano para as mulheres e 1,17 ano para os homens, resultado que jogou o pa�s de volta ao patamar de 2012.

De acordo com o artigo, o �nico acerto do governo no meio de tantos erros foi a institui��o do programa emergencial de renda b�sica, que “mitigou os desafios impostos pela pandemia” e reduziu parte da crise econ�mica trazida pela pandemia. Por�m, lembra que o aux�lio foi pago apenas at� dezembro de 2020 e “nenhum apoio financeiro foi fornecido de janeiro a mar�o de 2021”. “A COVID-19 exacerbou a desigualdade, expondo os mais vulner�veis � inseguran�a alimentar e � fome severa”, observa.

Consequ�ncias

Os efeitos da pandemia sobre o sistema de sa�de p�blica, de acordo com a publica��o, v�o muito al�m dos n�meros de mortes e casos provocados pela COVID-19. Uma das conclus�es mostra que a doen�a “interrompeu os servi�os de aten��o prim�ria no Brasil” e, sobretudo, fez com que outras enfermidades deixassem de ser acompanhadas de perto — cujos reflexos na expectativa de vida do brasileiro ainda n�o se consegue mensurar.

“Isso (o descontrole da pandemia) comprometeu o rastreamento do c�ncer, com redu��o de cerca de 35% em novos diagn�sticos. A vacina��o infantil foi reduzida, principalmente entre as crian�as pobres da Regi�o Norte. A interrup��o do tratamento e diagn�stico da tuberculose e do HIV pode aumentar a mortalidade nos pr�ximos cinco anos. As condi��es gerais de sa�de dos diab�ticos pioraram em 2020 devido � redu��o da atividade f�sica, adiamento de consultas m�dicas e interrup��o do tratamento medicamentoso regular. Esses s�o alguns exemplos de deteriora��o das condi��es de sa�de que n�o s� ir�o gerar uma maior demanda por servi�os de sa�de, mas tamb�m podem afetar os padr�es de mortalidade futuros”, explica a publica��o.

O estudo conclui, ainda, que as “consequ�ncias de longo prazo da COVID-19 entre os sobreviventes continuam a surgir, incluindo fadiga e complica��es neurol�gicas, pulmonares e cardiovasculares, entre outras”. E alerta: “Um grande estudo mostrou um maior risco de morte seis meses ap�s o diagn�stico de COVID-19, mesmo entre aqueles que n�o necessitaram de hospitaliza��o. Portanto, as sequelas” da doen�a podem encurtar a vida �til das pessoas.

O artigo tra�a um cen�rio sombrio sobre os efeitos de longo prazo trazidos pelo novo coronav�rus: “As redu��es no or�amento e as mudan�as no modelo de financiamento da sa�de provavelmente afetar�o os resultados. Eles podem reduzir o acesso e a cobertura da aten��o prim�ria e aumentar a mortalidade infantil e as mortes evit�veis. Em �ltima an�lise, a desigualdade pode piorar, exacerbando um cen�rio j� angustiante”.

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