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Estado de Minas PANDEMIA

4� onda de COVID-19: o que explica alta de casos no Brasil

Variantes com alta transmissibilidade, relaxamento de medidas preventivas e redu��o da imunidade meses ap�s a vacina��o explicam aumento de casos


02/06/2022 09:33 - atualizado 02/06/2022 10:09


Mulher no transporte coletivo
(foto: Getty Images)

O Brasil enfrenta agora o que especialistas consideram a quarta onda de covid.

Em pouco mais de um m�s, o pa�s registrou uma alta de 78,3% nos registros de novos casos. Em 26 de abril, os dados mostravam uma m�dia m�vel de 14.600 novos diagn�sticos nos �ltimos sete dias. J� em 31 de maio, o n�mero saltou para 26.032.

"Estamos observando esse processo desde metade de abril, mas com um ritmo maior agora. � o in�cio de uma quarta onda, mas felizmente ainda n�o se compara ao que o Brasil j� passou", diz Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-�mica do MCTI (Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es), que monitora e sequencia o genoma do v�rus circulante no pa�s.

A presen�a de variantes com alta transmissibilidade, o relaxamento de medidas preventivas e a redu��o da imunidade contra a covid-19 meses ap�s a vacina��o s�o fatores que explicam o aumento de casos. Ao mesmo tempo, com a vacina��o avan�ada, casos n�o t�m mesma gravidade de ondas anteriores.

O boletim epidemiol�gico da Fiocruz (Funda��o Oswaldo Cruz) divulgado na quinta-feira (26/5) aponta que quase metade dos registros de SRAG (S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave) foi decorrente da covid-19 no per�odo entre 15 e 21 de maio.

De acordo com dados do Conass (Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de), mais de 40 mil brasileiros foram diagnosticados com covid-19 nas �ltimas 24 horas. O n�mero, no entanto, pode ser bem maior, segundo especialistas.

"Estamos enfrentando a quarta onda com um processo in�dito. Nunca tivemos uma qualidade t�o ruim de dados em termos de n�mero de casos registrados. Testa-se e registra-se muito pouco. Al�m disso, com a possibilidade de autoteste, para evitar burocracias, v�rios acabam n�o registrando. Nunca navegamos t�o �s escuras", aponta Spilki.

O que explica aumento de casos

Na avalia��o de Spilki, h� diferentes fatores envolvidos. Entre eles, est� a falta de iniciativa — tanto p�blica quanto individual - para tentar evitar infec��es. "Muita gente parou de usar m�scara, inclusive em ambientes fechados, ent�o ficamos expostos � eleva��o de casos."

A m�dica Vera Rufeisen, infectologista do Vera Cruz Hospital, lembra tamb�m que a taxa de prote��o das vacinas sofre uma queda alguns meses ap�s a imuniza��o. No entanto, os imunizantes contra a covid-19 continuam a funcionar para aquilo que eles foram desenvolvidos: a preven��o de casos mais graves da doen�a, que causam hospitaliza��o e morte.

"Al�m disso, n�s n�o temos imunidade completa contra todas as variantes, e pela mudan�a de esta��o, as pessoas, j� cansadas de usar m�scara, tendem a ficar mais confinadas, em ambientes fechados."

Outro ponto, bastante estudado por Spilki � a presen�a de variantes com alta transmissibilidade no territ�rio brasileiro, como a �micron.

"Variantes da �micron, como a BA.2, associada a ondas na Europa, est�o circulando em alguns locais, assim como a BA.2.12.1, que n�o est� completamente espalhada em territ�rio nacional, mas j� pode ser encontrada em alguns nichos e tamb�m � respons�vel por onda fora do pa�s, nos EUA. Fora essas, temos ainda as recombinantes como a 'XQ', uma mistura da variante BA.1.1 E BA.2", explica Spilki.

Essas variantes, de acordo com o especialista, geram preocupa��o pela capacidade de dissemina��o. "Elas facilitam o caminho para um processo de maior transmiss�o. N�o esperamos 'chuva de mortes', como aconteceu antes, mas fica o alerta."


Enfermeira segura vacina e ampola
Imunizantes continuam a funcionar para aquilo que eles foram desenvolvidos: a preven��o de casos mais graves da doen�a, que causam hospitaliza��o e morte (foto: Getty Images)

Por que h� menos casos graves atualmente

Apesar da forte alta de novos casos, a m�dia m�vel de �bitos n�o tem passado de 200 mortes por semana, de acordo com dados do CONASS — um n�mero expressivamente menor do que os �ndices observados antes da disponibiliza��o dos imunizantes.

"Nesse contexto, felizmente temos a vacina��o. N�o tanto em rela��o de transmiss�o, que � algo que a vacina n�o impede, mas sim mas para casos graves e �bitos — algo que o imunizante � capaz de evitar muito bem", afirma Spilki.

N�o h� estudos recentes que analisem o perfil dos pacientes que vieram a �bito pela covid-19 nos �ltimos meses, mas pesquisas feitas em diferentes partes do mundo mostram que quem recebeu o esquema completo de imuniza��o tem 20 vezes menos chance de morrer pela doen�a.

� por isso que o Boletim do Observat�rio Covid-19 Fiocruz aponta como preocupante a estagna��o no crescimento da cobertura vacinal na popula��o adulta, al�m da desacelera��o da curva de cobertura de terceira dose, especialmente pela ades�o substancialmente menor de adultos � aplica��o da dose de refor�o.

"As vacinas e o al�vio do sistema de sa�de t�m contribu�do para a redu��o da letalidade no Brasil e em diversos outros pa�ses que alcan�aram altas coberturas de vacina��o. Importante reconhecer, portanto, que a amplia��o da vacina��o, priorizando especialmente regi�es com baixa cobertura e doses de refor�o em grupos populacionais mais vulner�veis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre a mortalidade e as interna��es", diz o documento.

Spilki defende que agora "temos que lidar com a pandemia com as ferramentas dispon�veis".

"� hora de definir estrat�gias de combate daquilo que o imunizante n�o consegue conferir, ou seja, diminuir a transmiss�o. Ningu�m mais fala no Brasil em grandes lockdowns, em cancelamento de eventos ou atividades, mas precisaria repensar se a medida de remover m�scaras foi correta. Sabemos que a exposi��o prolongada de um indiv�duo ao outro � a principal forma de transmiss�o, ent�o por que n�o usar m�scaras?", diz.

A infectologista do Vera Cruz Hospital refor�a que, por mais cansadas que as pessoas estejam, � importante manter medidas de precau��o.

"O que devemos pedir � que as pessoas voltem a evitar aglomera��o, n�o chegar perto das pessoas e sempre usarem m�scaras em ambientes fechados. Caso apresentem algum sintoma respirat�rio, se ausentem do trabalho, testem e fiquem isoladas para que a gente interrompa a cadeia de transmiss�o do v�rus", recomenda Vera Rufeisen.

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