Resenha// “O vento mudou de dire��o”
Sete vidas que contam uma grande hist�ria

� no contexto da sucess�o de guerras e de trag�dias humanit�rias que se desdobram no Oriente M�dio e na �sia Central a partir de 11 de setembro que se insere o magistral livro-reportagem da jornalista Simone Duarte, “O vento mudou de dire��o: o Onze de Setembro que o mundo n�o viu” (Editora F�sforo), que acaba de ser lan�ado no Brasil e em Portugal pela Editora Oficina do livro/leya.
� um mergulho profundo na vida de sete pessoas que vivem no Afeganist�o, Paquist�o e Iraque, impactadas pelos epis�dios que transbordam do ataque em solo americano, desestabilizando a �sia Central e o Oriente M�dio, provocando mortes aos milhares e �xodo populacional em massa: a invas�o do Afeganist�o pelos Estados Unidos e Reino Unido, e o ataque americano ao Iraque de Saddam Hussein, onde nasce e ganha vulto o Estado Isl�mico, que se expande na regi�o alimentando guerras em v�rios pa�ses, a maior delas a da S�ria.
Ao pesquisar e acompanhar por dois anos e meio a vida desses sete cidad�os de origens afeg�, paquistanesa e iraquiana – pessoas de carne e osso que d�o voz e representam contingentes populacionais afetados pela anunciada Guerra ao Terror de George Bush, Simone Duarte desloca o foco do 11 de Setembro para o outro lado do mundo. Nas palavras de uma das vozes do livro, o general paquistan�s Ehsan Ul-Haq, chefe do �rg�o de espionagem do Paquist�o: “Eles nunca se importaram com os nossos mortos, nunca reconheceram o nosso sacrif�cio. Os Estados Unidos tiveram um 11 de Setembro, j� o nosso 11 de Setembro ainda n�o terminou”. O vizinho Paquist�o foi um dos pa�ses mais afetados pela guerra no Afeganist�o.
Para os Estados Unidos, o 11 de Setembro de 2001 traz a marca dos 2.606 mortos no World Trade Center; das 125 v�timas sob os destro�os do Pent�gono; das 206 pessoas que estavam dentro dos tr�s voos sequestrados atirados contra os centros do poder financeiro e militar americanos; e mais 40 passageiros e tripulantes que morreram lutando contra os sequestradores dentro do voo 93 da United Airlines que caiu em Shanksville, na Pensilv�nia. S�o 2.983 pessoas homenageadas no memorial e museu do 11 de Setembro, em Nova York, entre os quais se incluem seis mortos em 1993, em investida terrorista precursora.
Tais estat�sticas de mortes e tamb�m de danos indiretos – como mais de 3 mil crian�as que perderam os pais, e superam em n�mero de v�timas Pearl Harbour, s�o minuciosamente exploradas no livro “O �nico avi�o no c�u” (Editora Todavia), do historiador e jornalista Garrett M. Graff, que compila cinco centenas de vozes e mem�rias de pessoas que sobreviveram ao 11 de Setembro.
Mas a cifra da macabra contabilidade dos mortos em conflitos que se desdobram a partir do 11 de Setembro na �sia e no Oriente M�dio � bem mais alta e, ao mesmo tempo, imprecisa, contundente sintoma do pouco valor atribu�do a certos corpos. O general paquistan�s Ehsan Ul-Haq, em seu depoimento a Simone Duarte que data de dezembro de 2019, cita o esc�ndalo do “Afghan papers” publicado pelo Washington Post, assim projetando aqueles que perderam a vida. “Cento e cinquenta e sete mil pessoas foram mortas no Afeganist�o desde o 11 de Setembro. No Iraque, as estimativas s�o ainda piores, de 1 milh�o a 2 milh�es, ningu�m sabe ao certo. Aqui no Paquist�o, foram 70 mil em 18 anos. Os Estados Unidos tiveram 3 mil mortos no dia 11 de setembro. Eles disseram que o mundo n�o seria mais o mesmo, e sa�ram matando mais de 1 milh�o de pessoas. � inacredit�vel”, assinala o general.
Nessa contagem aproximada das mortes n�o se incluem as guerras que derivam da ascens�o do Estado Isl�mico ap�s a invas�o do Iraque pelos Estados Unidos e a execu��o de Saddam Hussein, como a guerra da S�ria. Gena � a personagem que representa esse drama: nascida em Bagd�, vive em bairro de elite onde est� instalado o staff governamental de Saddam. Tem oito anos e brinca com a boneca Barbie quando cai o governo sob o bombardeio americano e brit�nico. Aos 13 anos, Gena deixa a cidade ao lado do pai, que consegue levar a fam�lia para a S�ria, mas � assassinado quando retorna � capital iraquiana. Gena aterrissa num pa�s que quatro anos depois, com dois ter�os do territ�rio ocupado pelo Estado Isl�mico, mergulharia por uma d�cada numa violenta guerra. “Eu amo a S�ria, mas preciso ir embora. Quero me mudar para um pa�s normal. Viver pelo menos um ano num pa�s sem guerra. Desejo criar novas mem�rias”, diz ela em depoimento ao livro.
Esfor�o de reportagem
Os acontecimentos e teatro de opera��o s�o narrados por Simone Duarte no contexto do que representam sobre as vidas dos sete protagonistas. O esfor�o de reportagem captura o leitor, que se envolve no fio das hist�rias. De origem palestina, o jornalista jordaniano Baker Atyani tem papel central na trama. Naquele 11 de Setembro de 2001, data que entra para a hist�ria como marco temporal do novo mil�nio, consumava-se o ataque da Al-Qaeda, grupo extremista fundamentalista isl�mico, outrora treinado pelos Estados Unidos na guerra afeg�-sovi�tica. Foi uma trag�dia anunciada.
Osama Bin Laden, que naquele momento listava atentados na periferia do mundo contra as embaixadas americanas no I�men, no Qu�nia e na Tanz�nia, em 20 de junho de 2001 confirmara em entrevista a Baker Atyani a inten��o de atingir novos alvos. Os detalhes do agendamento da entrevista, do deslocamento at� o l�der da organiza��o s�o narrados transportando o leitor para um filme de fatos reais.
O ataque previamente alardeado por esse homem, frequentemente refugiado nas cavernas afeg�s de Tora Bora, seria assim, meses antes, divulgado por Baker, acompanhado do coment�rio de Mohammed Atef, o comandante militar da Al-Qaeda ao se despedir naquele dia do jornalista: “O neg�cio de caix�es vai prosperar nos Estados Unidos”. O fracasso da CIA em identificar os sinais de alerta do mais inusitado ato terrorista visto talvez seja um dos temas mais controversos na hist�ria dos servi�os de intelig�ncia.
Na lista de protagonistas em “O vento mudou de dire��o”, o afeg�o Rafi, a afeg� Gawhar e a poeta iraquiana Faleeha Hassan integram o drama que corre paralelo ao teatro de opera��es: o �xodo humano for�ado de milhares de pessoas. Alguns, como Rafi, se entregam aos traficantes das fronteiras e s�o arrastados como “cargas” por caminhos incertos; outros, como Faleeha, levados pelas circunst�ncias a se refugiarem nos Estados Unidos, pa�s que invadiu a sua terra natal, ali exposta � discrimina��o e preconceito que o simples hijab e a cor de pele despertam.
Por caminhos diferentes, assim como Rafi, Gawhar, jovem m�dica, termina a sua epopeia na �ustria, mas o faz na condi��o de refugiada. E ao final dessa trajet�ria, ela reflete e estabelece a liga��o entre os grandes eventos e a sua vida: “Passei a noite pensando no que voc� me perguntou. Nunca tinha associado o 11 de Setembro ao que aconteceu na minha vida. Mas tudo est� relacionado. Fiquei horas na cama acordada. Revivi cada momento. Tudo mudou para pior. Minha fam�lia est� separada. Uma das minhas irm�s aqui em Viena, outra na B�lgica, um irm�o na Turquia, o outro na �ndia, e meu irm�o mais velho e meus pais em Cabul.
Nunca mais estivemos todos juntos. Mesmo com emprego, com meu status de refugiada, mesmo com tudo isso meus sentimentos s�o amargos e nada positivos. N�o consigo me livrar dessa sensa��o de confus�o mental desde que sa� do meu pa�s. E � assim para milhares de afeg�os. Minha vida teria sido outra se n�o fosse o 11 de Setembro”, revela Gawhar em depoimento a Simone Duarte.
Ahmer � o s�timo protagonista na obra de Simone Duarte. De fam�lia muito pobre, vive no Paquist�o, numa aldeia entre as montanhas do Vale do Swat. Foi recrutado pelo Talib�, passou tr�s meses em campos de treinamento e, aos 13 anos, na imin�ncia da miss�o suicida, com o cinto cheio de explosivos, em meio ao som das preces da mesquita, se entregou a um militar que por ali passava.
� preso, encaminhado para um centro de reabilita��o, que recebe jovens com s�ndrome de estresse p�s-traum�tico, o que � muito frequente entre crian�as e adolescentes expostos ao contexto daquela regi�o. “A maioria das pessoas hoje no mundo acha que s� os mu�ulmanos � que s�o terroristas. Hitler matou 6 milh�es; n�o � um terrorista? Os Tamil Tigers n�o mataram tamb�m? Mas os mu�ulmanos s�o culpados de tudo. No ataque contra a mesquita na Nova Zel�ndia, disseram que o homem branco sofria de doen�a mental, n�o diziam que era terrorista. Se for um mu�ulmano, � extremista. Se for branco, � doente. Por qu�?”, questiona o jovem.
“O vento mudou de dire��o: o Onze de Setembro que o mundo n�o viu”
De Simone Duarte
240 p�ginas
Editora F�sforo
R$ 69,90
E-book: R$ 44,90

Resenha// 'O �nico avi�o no c�u'
Quebra-cabe�a de vozes e sentimentos
“T�nhamos noventa minutos para deixar tudo pronto antes de passarmos de novo sobre os Estados Unidos. Preparamos todas as c�meras que pudemos. Eu disse: ‘Gente, vamos fotografar tudo o que der para enxergar quando sobrevoarmos os Estados Unidos’. Uma hora e meia mais tarde, cruzamos Chicago. Eu procurava ind�cios de novos ataques por todos os lados. Conseguia enxergar at� Houston. Minutos depois, passamos por Washington e diretamente sobre o Pent�gono. Olhando para baixo em linha reta, pude ver o talho na lateral do pr�dio.
Via as luzes dos ve�culos de resgate, a fuma�a dos inc�ndios. Olhando para o Norte, conseguia ver claramente Nova York e a coluna de fuma�a. A cada �rbita, tent�vamos entender melhor o que estava acontecendo. Uma das consequ�ncias mais surpreendentes � que depois de uma ou duas voltas, os rastros de avi�es que normalmente riscam o c�u do pa�s inteiro haviam desaparecido, j� que todas as aeronaves estavam pousadas e ningu�m voava no espa�o a�reo dos Estados Unidos – � exce��o de um �nico avi�o que cruzava o centro do pa�s rumo a Washington. Era o Air Force One, levando o presidente Bush de volta � capital.”
O depoimento � do astronauta da Nasa, capit�o Frank Culbertson. A bordo do �nibus espacial Discovery, ao ser informado do atentado de 11 de setembro ele procurava registrar do espa�o o dram�tico ataque. A voz de Culbertson � uma entre as mais de 500 de sobreviventes da trag�dia: de cidad�os comuns a pol�ticos do alto poder da Rep�blica; de bombeiros e profissionais que trabalharam no resgate arriscando a pr�pria vida; de professoras e m�es que correram para recolher os filhos das escolas, tais s�o as hist�rias que comp�em o livro “O �nico avi�o no c�u – Uma hist�ria oral do 11 de Setembro”, do historiador Garrett M. Graff (Todavia).
Durante tr�s anos, o autor coletou depoimentos. “Este livro pretende captar como os norte-americanos viveram aquele dia, como os ataques em Nova York, no Pent�gono e nos c�us do condado de Somerset, na Pensilv�nia, ecoaram na vida das pessoas de costa a costa, das Torras G�meas a uma escola de ensino fundamental em Sarasota, Fl�rida, e como o governo e os oficiais do Ex�rcito no Capit�lio, na Casa Branca, em bunkers nas montanhas, nos centros de controle de tr�fego a�reo e nas cabines de ca�as reagiram a horrores inimagin�veis nesse momento sem precedentes”, assinala Graff.
O livro � um quebra-cabe�a de vozes, organizadas em certa cronologia, que reconstitui mem�rias que formatam a fotografia do impacto sobre a popula��o atingida pelo maior ataque terrorista da hist�ria. H� falas emocionadas, que carregam a dor de perdas; h� depoimentos que narram momentos; e outros que retratam a dimens�o pol�tica do atentado.
Na Casa Branca, agentes do Servi�o Secreto correram com o vice-presidente e outros assessores para o bunker abaixo do gramado norte, instala��o conhecida como Centro de Opera��es de Emerg�ncia Presidencial (Coep), projetada na Segunda Guerra Mundial pra proteger o presidente de ataques. “Houve uma chamada pra come�ar a evacua��o. Inicialmente, nos mandaram ir para a copa, no piso mais baixo da ala oeste. Ficamos todos l� sentados por alguns minutos. Ent�o, do nada, veio um novo aviso: ‘Corram, corram, corram, eles v�m na dire��o da Casa Branca, corram, salvem-se!’. Eu estava de saia-l�pis roxa e sapatos Charles Jordan vermelhos, de salto agulha. N�o � a roupa ideal para correr para salvar sua vida”, revela Mary Matalin, assistente de George Bush e consultora de Dick Cheney.
George W. Bush participava de uma agenda com crian�as numa escola da Fl�rida. Quando o primeiro avi�o se jogou contra a torre do World Trade Center, ele acabara de chegar. “Est�vamos em frente � escola. Meu telefone tocou. Era minha assistente, Susan Ralston, dizendo que um avi�o tinha atingido o World Trade Center – n�o estava claro se tinha sido um avi�o particular, de linha, um teco-teco, um jato. Era tudo o que sabia. O chefe estava a menos de um metro, cumprimentando as pessoas. Repeti exatamente a mesma coisa para ele. Ele arqueou as sobrancelhas, como quem diz: ‘Preciso saber mais’”, narra Karl Rove, assessor s�nior da Casa Branca.
Minutos depois, quando o segundo avi�o se chocou contra as Torres G�meas e, na sequ�ncia, o Pent�gono foi atingido, a poucos quil�metros da Casa Branca, do outro lado do Rio Potomac, a lideran�a militar conclu�a: a na��o estava em guerra.
“O �nico avi�o no c�u – Uma hist�ria oral do 11 de Setembro”
De Garrett M. Graff
Tradu��o de Julia Debasse e �rico Assis
Todavia Editora
555 p�ginas
R$ 99,90. E-book:
R$ 54,90

Entrevistas // Dawisson Bel�m Lopes, Danny Zahreddine e Simone Duarte
Consequ�ncias da Guerra ao Terror
Vinte anos depois de 11 de Setembro, acompanhando o desfecho da retirada das tropas americanas do Afeganist�o, quais s�o as consequ�ncias trazidas pela Guerra ao Terror para a geopol�tica internacional?
Dawisson Bel�m Lopes (cientista pol�tico) –
A ascens�o de um competidor no plano do sistema internacional, global, muito mais consistente do que a Uni�o Sovi�tica jamais foi, pois opera a fronteira tecnol�gica, tem parque acad�mico, tem economia gigantesca, tem estabilidade institucional, tem demografia em seu favor e uma classe m�dia crescente, economia pujante. Estamos falando da China. Isso aponta para um certo decadentismo dos Estados Unidos, que, claro, est�o longe de entrar numa fase ag�nica, mas a dianteira em rela��o ao resto do mundo diminuiu muito.
Existe hoje a percep��o de que h� alternativa aos Estados Unidos para liderar o planeta. Inclusive, os Estados Unidos j� n�o chegam com tanta for�a em algumas regi�es do mundo, como o Sudeste Asi�tico, que j� foi quintal daquele pa�s. Tamb�m a �frica � muito chinesa. Al�m disso, a China j� � o maior parceiro comercial da Am�rica do Sul. Ali�s, com a pandemia, a dianteira se alargou, responde hoje por algo como um ter�o do com�rcio externo brasileiro e os Estados Unidos respondem por 10%, somando exporta��o e importa��o.
Danny Zahreddine (cientista social) –
Ao mesmo tempo em que enfraquece a confian�a nos Estados Unidos como for�a estabilizadora, assistimos na regi�o ao crescimento da influ�ncia da China e ao empoderamento da R�ssia. A retirada das for�as americanas da S�ria, abandonando os curdos que lutaram ao seu lado, deixou a mesma mensagem. Os americanos n�o t�m cumprido as suas promessas e sido leais �s suas alian�as. Veja no caso do Ir�: Barack Obama assinou um acordo de Estado. O outro governo assume e n�o o aceita. Isso revela certa decad�ncia da for�a que seria importante para o mundo.
E isso tamb�m gera instabilidade. Outras for�as v�o ocupar o espa�o. Cresce a presen�a da China e da R�ssia na regi�o. E os talib�s, no Afeganist�o, tendem a se constituir como um governo � semelhan�a da teocracia iraniana. � um momento de transi��o, em que s� a for�a econ�mica e a for�a militar n�o representam o elemento final de quem pode dar as cartas no mundo contempor�neo. Os Estados Unidos n�o t�m o poder de mobilizar todos os atores. E isso � evidente, desde a invas�o do Iraque, age unilateralmente sem o respaldo das Na��es Unidas e da comunidade internacional.
Simone Duarte (jornalista e escritora) –
O Afeganist�o � muito rico em min�rio, em l�tio. Alguns afeg�os acreditam que se a reserva natural de min�rio for devidamente explorada, vai beneficiar tanto o pa�s quanto o petr�leo beneficiou o Golfo P�rsico. Ent�o, h� muitos inte- resses. O Afeganist�o � uma rota do com�rcio. A China tem muito interesse, porque 42% da popula��o mundial daqui a 79 anos vai estar na �sia e 40% na �frica. A China dominando todo o corredor da rota comercial, a Rota da Seda, o Afeganist�o para isso � importante, ou seja, h� um interesse econ�mico grande ali.
Os Estados Unidos n�o aprenderam at� hoje que com a for�a militar voc� n�o consegue vencer. Como o afeg�o disse, o americano chega com uma arma. O chin�s pergunta o que queremos vender para ele. � diferente a abordagem. N�o estamos falando do mesmo talib� de 20 anos atr�s, que era formado por jovens que sa�am das escolas religiosas muito pobres, sem cultura, a maior parte sem um bra�o, sem um olho, porque ti- nha lutado contra os sovi�ticos. E agora h� uma nova gera��o de ta- lib�s, que, ali�s, aprenderam muito com os americanos.