
Engra�ado como alguns fatos ficam firmes em nossa mem�ria, mas as conversas desaparecem e n�o voltam nunca mais. � algo que acontece comigo e com as mem�rias que tenho de Fernando Sabino.
Conhecia o escritor, cujas colunas adorava e acompanhava sempre, assim como o livro “O encontro marcado”. Tinha certa facilidade familiar com ele, irm�o de Gerson Sabino, casado com uma contra-parente minha e em certa �poca fizemos trabalhos juntos, na cria��o do Clube Serra Del Rey.
Fernando, apesar de ter se mudado para o Rio, guardava toda a mineiridade na alma e em seus escritos. Guardava tamb�m as amizades que fez aqui desde os tempos de estudante no Grupo Escolar Affonso Penna.
Como vinha muito a Belo Horizonte, Fernando gostava de falar de seu passado, do Minas T�nis Clube, onde nadava na meninice, do footing da Pra�a da Liberdade e do Mercado Novo, que achava uma maravilha, n�o tinha nada igual no Rio, e de outras mem�rias que guardava com raro cuidado. Eu adorava segui-lo por onde ia, sempre com aquela curiosidade de mulher nova, trabalhando em jornal.
Numa dessas vindas, o programa foi, nada mais, nada menos, pegar uma domingueira no Iate T�nis Clube, que era o sucesso social da �poca. Falei na festa, na dan�a, ele se interessou pelo programa e l� fomos n�s, ele, com um grupo de amigos que trouxe do Rio.
A diretoria do clube, orgulhosa em ter na sua noite de anima��o e dan�a um escritor como Fernando Sabino, consagrado nacionalmente, n�o fez por menos: reservou para n�s uma mesa de pista.
A mesa se transformou no show da noite, todos que dan�avam queriam v�-lo e conversar com ele. A horas tantas do inc�modo, chamei um diretor que conhecia e perguntei se podia arrumar para n�s uma mesa no fundo da sala. Custou um pouco, mas a mesa apareceu. E para que ele aproveitasse a noite, ca�mos na dan�a. Estava t�o calmo que ficamos no clube at� a m�sica acabar.