
Os deputados estaduais que comp�em o comit� v�o analisar e votar as recomenda��es feitas pelo relator, C�ssio Soares (PSD). O texto pode, segundo as normas que regem inqu�ritos conduzidos pelo Legislativo, conter sugest�es de indiciamento. As considera��es da comiss�o ser�o encaminhadas a �rg�os como o Minist�rio P�blico.
A CPI come�ou a funcionar na Assembleia Legislativa em mar�o deste ano, ap�s a vacina��o de servidores que n�o atuam na linha de frente do combate � pandemia vir � tona.
O Parlamento chegou a receber listas com nomes de funcion�rios p�blicos cuja imuniza��o estava sob suspeita. O esc�ndalo culminou na exonera��o do ent�o chefe da Sa�de estadual, Carlos Eduardo Amaral.
Em uma esp�cie de segunda etapa do da apura��o, os parlamentares examinaram os gastos do governo de Romeu Zema (Novo) no enfrentamento � pandemia.
Para apreciar e votar o relat�rio da CPI dos “fura-filas”, o poder Legislativo agendou duas reuni�es: uma �s 9h e outra �s 16h.
A tend�ncia, segundo apurou o Estado de Minas, � que C�ssio Soares distribua aos colegas, na sess�o da manh�, o texto com suas conclus�es. Durante a tarde, os parlamentares v�o deliberar sobre o documento.
O pedido de indiciamento de Carlos Amaral chegou a figurar como uma das possibilidades de conclus�o do inqu�rito. O relat�rio, contudo, � guardado a sete chaves e n�o � poss�vel cravar seu conte�do.
Durante as investiga��es sobre os “fura-filas”, a CPI ouviu servidores e ex-servidores da secretaria de Sa�de. Em depoimentos, funcion�rios admitiram que trabalhadores administrativos receberam doses da reserva t�cnica, contingente destinado para suprir eventualidades como quebras ou problemas no acondicionamento.
Os deputados, ent�o, passaram a procurar documento que avalizava a pr�tica, mas descobriram que n�o h� norma tratando do tema.
Ao prestar explica��es, em meados de maio, Carlos Amaral, que foi vacinado com a primeira dose em 19 de fevereiro, refutou a exist�ncia de irregularidades e disse ter recebido a inje��o por “bom exemplo” aos subordinados.
O ex-secret�rio foi questionado sobre o fato de ter sido vacinado no in�cio do ano mesmo pertencendo a um n�vel inferior na ordem de distribui��o das doses. Ele argumentou que estava no terceiro grupo de prioridades, que abriga servidores em trabalho de campo.
Em oitivas anteriores, contudo, integrantes da equipe do ex-secret�rio asseguraram que ele pertencia ao n�vel quatro.
� �poca, o presidente da CPI, Jo�o V�tor Xavier (Cidadania), o acusou de mentir.
Em meio �s investiga��es, deputados descobriram que uma �rea t�cnica da Sa�de se op�s � escolha do aeroporto de Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, como sede da cerim�nia simb�lica de abertura da vacina��o.
A subsecret�ria de Vigil�ncia em Sa�de, Jana�na Passos, entregou � CPI �udios em que reprova a mudan�a do cronograma original, que previa as imuniza��es inaugurais no Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro.
Para evitar perda de doses por acondicionamento, segundo informa��es recebidas pelos parlamentares, 30 servidores precisaram ser vacinados ainda no terminal. As ampolas estavam na caixa que abrigava as inje��es utilizadas na cerim�nia. Se n�o fossem usadas de pronto, teriam que ser descartadas, pois sofreram varia��o de temperatura
Segunda etapa mirou gastos em sa�de
Para destrinchar os gastos do governo Zema na conten��o da infec��o causada pelo novo coronav�rus, os deputados sabatinaram F�bio Baccheretti, que assumiu a Sa�de no lugar de Carlos Amaral.
Lu�sa Barreto, da pasta de Planejamento e Gest�o, e Gustavo Barbosa, da Fazenda, tamb�m prestaram depoimentos.
A apura��o gira em torno do cumprimento do m�nimo de investimentos em sa�de, fixado pela Constitui��o Federal em 12% da receita anual do Estado.
O �ltimo a falar foi Julvan Lacerda, presidente da Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM), que falou sobre a d�vida do Estado com as prefeituras por causa de restos a pagar referentes a investimentos em sa�de.
Os d�bitos, acumulados de gest�es anteriores, podem chegar a R$ 6,8 bilh�es.
O que � uma CPI?
O que a CPI dos fura-fila investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que uma CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
- executar pris�es em caso de flagrante
- solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
- Ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
- quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
- solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
- elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
- pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que uma CPI n�o pode fazer?
Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telef�nicos
- solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
- impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
- documentos relativos � CPI
- determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o
2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal
2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
