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Estado de Minas CONCLUS�ES

ALMG: CPI dos 'fura-filas' da vacina apresenta relat�rio nesta quinta-feira

Aberto em mar�o, comit� apurou irregularidades no uso de imunizantes em servidores da Sa�de; esc�ndalo gerou a demiss�o de Carlos Amaral, ex-chefe da pasta


08/07/2021 06:00 - atualizado 08/07/2021 00:56

Carlos Amaral, ex-secretário de Saúde de Minas Gerais, prestou depoimento em CPI que apura possíveis 'fura-filas'(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Carlos Amaral, ex-secret�rio de Sa�de de Minas Gerais, prestou depoimento em CPI que apura poss�veis 'fura-filas' (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Os integrantes da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Fura-Filas da Vacina��o, instalada para apurar poss�veis irregularidades na aplica��o de imunizantes contra a COVID-19 em servidores administrativos da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG), apresentam nesta quinta-feira (8/7) as conclus�es da investiga��o.

Os deputados estaduais que comp�em o comit� v�o analisar e votar as recomenda��es feitas pelo relator, C�ssio Soares (PSD). O texto pode, segundo as normas que regem inqu�ritos conduzidos pelo Legislativo, conter sugest�es de indiciamento. As considera��es da comiss�o ser�o encaminhadas a �rg�os como o Minist�rio P�blico.

A CPI come�ou a funcionar na Assembleia Legislativa em mar�o deste ano, ap�s a vacina��o de servidores que n�o atuam na linha de frente do combate � pandemia vir � tona.

O Parlamento chegou a receber listas com nomes de funcion�rios p�blicos cuja imuniza��o estava sob suspeita. O esc�ndalo culminou na exonera��o do ent�o chefe da Sa�de estadual, Carlos Eduardo Amaral.

Em uma esp�cie de segunda etapa do da apura��o, os parlamentares examinaram os gastos do governo de Romeu Zema (Novo) no enfrentamento � pandemia.

Para apreciar e votar o relat�rio da CPI dos “fura-filas”, o poder Legislativo agendou duas reuni�es: uma �s 9h e outra �s 16h.

A tend�ncia, segundo apurou o Estado de Minas, � que C�ssio Soares distribua aos colegas, na sess�o da manh�, o texto com suas conclus�es. Durante a tarde, os parlamentares v�o deliberar sobre o documento.

O pedido de indiciamento de Carlos Amaral chegou a figurar como uma das possibilidades de conclus�o do inqu�rito. O relat�rio, contudo, � guardado a sete chaves e n�o � poss�vel cravar seu conte�do.

Durante as investiga��es sobre os “fura-filas”, a CPI ouviu servidores e ex-servidores da secretaria de Sa�de. Em depoimentos, funcion�rios admitiram que trabalhadores administrativos receberam doses da reserva t�cnica, contingente destinado para suprir eventualidades como quebras ou problemas no acondicionamento.

Os deputados, ent�o, passaram a procurar documento que avalizava a pr�tica, mas descobriram que n�o h� norma tratando do tema.

Ao prestar explica��es, em meados de maio, Carlos Amaral, que foi vacinado com a primeira dose em 19 de fevereiro, refutou a exist�ncia de irregularidades e disse ter recebido a inje��o por “bom exemplo” aos subordinados.

O ex-secret�rio foi questionado sobre o fato de ter sido vacinado no in�cio do ano mesmo pertencendo a um n�vel inferior na ordem de distribui��o das doses. Ele argumentou que estava no terceiro grupo de prioridades, que abriga servidores em trabalho de campo.

Em oitivas anteriores, contudo, integrantes da equipe do ex-secret�rio asseguraram que ele pertencia ao n�vel quatro.

� �poca, o presidente da CPI, Jo�o V�tor Xavier (Cidadania), o acusou de mentir.

Em meio �s investiga��es, deputados descobriram que uma �rea t�cnica da Sa�de se op�s � escolha do aeroporto de Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, como sede da cerim�nia simb�lica de abertura da vacina��o.

A subsecret�ria de Vigil�ncia em Sa�de, Jana�na Passos, entregou � CPI �udios em que reprova a mudan�a do cronograma original, que previa as imuniza��es inaugurais no Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro.

Para evitar perda de doses por acondicionamento, segundo informa��es recebidas pelos parlamentares, 30 servidores precisaram ser vacinados ainda no terminal. As ampolas estavam na caixa que abrigava as inje��es utilizadas na cerim�nia. Se n�o fossem usadas de pronto, teriam que ser descartadas, pois sofreram varia��o de temperatura

Segunda etapa mirou gastos em sa�de


Para destrinchar os gastos do governo Zema na conten��o da infec��o causada pelo novo coronav�rus, os deputados sabatinaram F�bio Baccheretti, que assumiu a Sa�de no lugar de Carlos Amaral.

Lu�sa Barreto, da pasta de Planejamento e Gest�o, e Gustavo Barbosa, da Fazenda, tamb�m prestaram depoimentos.

A apura��o gira em torno do cumprimento do m�nimo de investimentos em sa�de, fixado pela Constitui��o Federal em 12% da receita anual do Estado.

O �ltimo a falar foi Julvan Lacerda, presidente da Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM), que falou sobre a d�vida do Estado com as prefeituras por causa de restos a pagar referentes a investimentos em sa�de.

Os d�bitos, acumulados de gest�es anteriores, podem chegar a R$ 6,8 bilh�es.

 

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI dos fura-fila investiga?

Na Assembleia de Minas, as CPIs podem funcionar por 120 dias. Posteriormente, � poss�vel prorrogar os trabalhos por mais 60 dias. O presidente � Jo�o V�tor Xavier (Cidadania); a relatoria est� a cargo de C�ssio Soares (PSD).


Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares.

O que uma CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • Ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que uma CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
 


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