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Estado de Minas JUNHO DE 2013

P�ginas que contam hist�ria: os protestos de 2013

A cobertura jornal�stica dos protestos de junho de 2013 cresceu � medida em que os atos ganhavam dimens�o. O tema ocupava todas as editorias do EM


16/06/2023 04:00 - atualizado 16/06/2023 07:10
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Capa do Em Brasil vence. BHperde

As p�ginas dos jornais de junho de 2013 oferecem um panorama sobre como a escalada das manifesta��es se deu ao longo do m�s. Se, nas ruas, os protestos cresceram em n�mero de manifestantes, se espalharam geograficamente pelo pa�s e a pauta foi ampliada recebendo uma infinidade de reivindica��es, nas edi��es do Estado de Minas, o que come�ou com uma nota de p�gina foi ganhando espa�o dia ap�s dia at� se transformar em seguidas manchetes de capa e virar assunto de todas as editorias e cadernos at� o fim do m�s. � o que mostra a sexta reportagem da s�rie sobre os dez anos dos protestos de junho de 2013.
 
Nas primeiras movimenta��es populares em S�o Paulo e depois no Rio de Janeiro, os protestos estamparam not�cias na editoria Nacional. Tido como ponto de inflex�o para a nacionaliza��o dos atos, a violenta repress�o aos manifestantes que pediam a revoga��o do aumento da passagem na capital paulista em 13 de junho marcou tamb�m a amplia��o da cobertura jornal�stica. No dia 15, os protestos chegaram � capa do Estado de Minas e ganharam destaque no caderno de Pol�tica � medida que os representantes dos poderes come�avam a esbo�ar rea��es ao que acontecia nas ruas. Ambas as se��es seguiram dominadas pelo tema ao longo do m�s.
 

Em 16 de junho, o caderno de Gerais entra na cobertura. A repercuss�o do primeiro grande protesto em BH com fotos de uma Pra�a Sete lotada j� mostra como a segunda quinzena do m�s abrigava uma pauta mais difusa. Nos dias seguintes, a se��o de not�cias locais do EM torna-se majoritariamente tomada pelas manifesta��es. As capas e p�ginas do caderno passariam a retratar a organiza��o dos atos e os protestos em si; a apreens�o dos moradores e comerciantes; a repress�o policial e os epis�dios de vandalismo; e as duas mortes que aconteceram em Belo Horizonte.

Capa do Em A Pátria e as chuteiras


Tamb�m na segunda quinzena de junho, as manifesta��es chegaram �s not�cias esportivas, come�ando com a repercuss�o das vaias � presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura da Copa das Confedera��es e seguindo com an�lises sobre a rela��o entre o torneio e a insatisfa��o popular que tomava as ruas. At� o fim do m�s, os atos pelo pa�s seriam destaque no Pensar, com entrevistas e an�lises no esfor�o de entender os multifacetados movimentos; no caderno de Cultura, repercutindo como as ruas ecoaram no cen�rio art�stico; e at� mesmo na antiga se��o infantil Guril�ndia, explicando �s crian�as justamente o porqu� de o tema ser abordado e discutido de forma t�o abrangente.

Capa do Em Brasil nas ruas. Valeu a pena?


As capas tamb�m sintetizam a cobertura, que por sua vez, pintam o cen�rio do m�s no calor do momento. Junto a artes que reverberavam a est�tica dos cartazes e fotografias dos momentos de maior tens�o nas ruas, as manchetes legendaram o esp�rito do momento, com apelos contra a viol�ncia, condena��o das cenas de brutalidade e um esfor�o de oferecer um resumo das plurais e ca�ticas jornadas.

Em uma das capas, de 27 de junho, a manchete dizia “Brasil vence, BH perde”, mostrando uma foto da vit�ria do Brasil sobre o Uruguai, no Mineir�o, pela Copa das Confedera��es, e outra com a destrui��o feita por manifestantes ao longo da Avenida Antonio Carlos.

Em resumo, recordar e tentar entender o impacto dos protestos de junho de 2013 passa, invariavelmente, pela revisita � cobertura jornal�stica do per�odo em forma e conte�do.

Insurreição


DEPOIMENTOS DE REP�RTERES DO ESTADO DE MINAS QUE PARTICIPARAM DA COBERTURA DOS PROTESTOS DE JUNHO DE 2013

LEANDRO COURI

“Do ponto de vista jornal�stico foram dias que lembravam um cen�rio de guerra em Belo Horizonte. Uma coisa que ningu�m nunca tinha visto. Tanto � que no primeiro dia ningu�m tinha capacete e nenhuma prote��o. No final de junho, com tantas manifesta��es, todo mundo j� tinha seus equipamentos, os capacetes, as m�scaras para nos proteger dos gases, das pedradas. A gente tentava sempre estar perto de outros colegas, prestar aten��o no momento, aproveitar a oportunidade, fazer o trabalho e sair o mais r�pido poss�vel.  Tinha que prestar aten��o, triangular para n�o ficar na linha de fogo de pedras e tiros. Enfim, s�o algumas estrat�gias que inclusive aprendemos na �poca com cursos que a pol�cia deu para jornalistas”.

MATEUS PARREIRAS

“A gente estava vendo que a coisa estava crescendo nas outras capitais e sabia que quando estourasse em BH seria grande. Mas n�o sab�amos se seria violento. No in�cio, foram pac�ficas, tinha a participa��o de idosos, crian�as, pessoas com dificuldades motoras, com aquele lema do ‘vem pra rua’. Mas, com o passar do tempo, essas manifesta��es pac�ficas, que eram avessas � pol�tica e n�o aceitavam ser colocadas como iniciativas de grupo pol�tico espec�fico, come�aram a ser tomadas de assalto. Na hora que chegava pr�ximo da pol�cia ou de certos alvos midi�ticos interessantes e do interesse desses grupos, eles tomavam a frente da manifesta��o e atacavam. A partir da� a viol�ncia se tornou di�ria, o que nos obrigou tamb�m a adotar estrat�gias de guerra, com uso de �culos protetor, capacete, a se preocupar muito com a nossa seguran�a e a dos colegas.”


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