Cozinhar ajuda a exercitar a parte sensorial do cozinheiro
Cozinhar � a arte de misturar sabores de forma equilibrada e harmoniosa. Uma li��o de sabedoria que voc� pode aplicar em todas as �reas da sua vida.
“Cozinhar � como um espet�culo: � preciso muita organiza��o, treino, dedica��o, conhecimento e amor para que, no final, os cinco sentidos o aplaudam de p�”.
A descri��o � creditada ao chef Fernando Capella Reis. Vis�o tamb�m compartilhada pela nutricionista Adriana Stavro, p�s-graduada em doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis pelo Hospital Albert Einstein, assim como em nutri��o cl�nica funcional e fitoterapia: “Quando voc� cozinha uma refei��o para si ou para pessoas queridas, est� trabalhando em algo que est� sob seu controle e que pode ser concretizado de forma realista”.
S�o poucas as atividades que envolvem todos os sentidos, e cozinhar � uma delas. Vis�o, audi��o, tato, olfato e paladar s�o ativados quando estamos trabalhando no processo de cozimento.
Ao preparar uma refei��o, diz Adriana Stavro, voc� � capaz de ver o resultado e degustar tamb�m. Isso fornece uma valida��o imediata da sua tarefa e isso o deixa satisfeito e feliz. Mas, cozinhar tem muito mais a oferecer.
Adriana Stavro afirma que cozinhar � terap�utico. “Passar algum tempo na cozinha pode n�o ser a cura para doen�as emocionais, mas qualquer pessoa que precise de �nimo deve considerar a possibilidade de retirar a farinha do arm�rio e aquecer o forno. Assar deixa as pessoas mais felizes, devido ao efeito calmante motivado por ele. Enquanto voc� espera que a massa cres�a, os vegetais fervam e os biscoitos assem, definitivamente estamos exercitando a arte da paci�ncia. Al�m disso, ajuda a melhorar o foco e a concentra��o. Cozinhar permite alimentar, alegrar, aproximar os indiv�duos, mas tamb�m encontrar-se. Em outras palavras, essa atividade responde a quatro tipos de necessidades: desenvolvimento fisiol�gico, psicol�gico, social e pessoal.”
A nutricionista explica que j� foi demonstrado que os alimentos que ativam o sistema de recompensa possibilitam a libera��o de dopamina, conferindo prazer, al�vio do estresse e sentimentos calorosos (embora temporariamente), muitas vezes acompanhados por mem�rias profundas que podem incluir carinho e amor.
“A dopamina orienta as pessoas a priorizar o prazer em todas as suas intera��es com subst�ncias como alimentos e drogas. O estresse muitas vezes faz as pessoas ansiarem por mais dopamina, pois um aumento do horm�nio contribui para uma resposta prazerosa.”
No entanto, segundo Adriana Stavro, a dopamina fornece, na melhor das hip�teses, uma experi�ncia transit�ria.
“Quando seus n�veis no c�rebro caem, voltamos ao nosso estado anterior, qualquer que seja ele: estressados, desanimados, cansados ou tristes. Por isso, � importante saber que n�o s�o apenas substitui��es alimentares que podem ser ben�ficas. Atividades alternativas podem ajudar a superar esses desejos.”
CONFORTO
A nutricionista Adriana Stavro diz que cozinhar deixa as pessoas mais felizes devido ao efeito calmante produzido pela pr�tica
Pastore/Divulga��o
Por isso, Adriana Stavro recomenda falar com algu�m sobre seus pensamentos e sentimentos, ou process�-los por escrito, ler um livro, assistir a um filme ou montar um quebra-cabe�a s�o boas op��es.
“Isso pode n�o trazer satisfa��o instant�nea, mas os resultados em longo prazo, certamente, ser�o mais satisfat�rios e podem, at� mesmo, ajudar a viver mais e ao mesmo tempo mais saud�veis. Alimentos reconfortantes fornecem lembran�as agrad�veis, sentimentos satisfat�rios e os prazeres da libera��o de dopamina. Essa n�o � necessariamente uma receita para uma vida totalmente saud�vel, mas em tempos de estresse e incerteza, o conforto tem seu lugar.”
Para que o ato de cozinhar e comer tragam benef�cios para a sa�de � necess�rio, antes de mais nada, saber o que leva para o prato e consome.
Se por um lado muitos brasileiros retornaram ou descobriram a cozinha em tempos de pandemia, por outro, muitos se acomodaram com o fast food, congelados e delivery com escolhas nada saud�veis.
“Precisamos de estrat�gias pr�ticas para ajudar pais e filhos a apostar em escolhas alimentares melhores. Fazer o planejamento das refei��es, priorizar escolhas saud�veis, comparar com uma lista de alimentos e ler os r�tulos de informa��es nutricionais � um bom come�o.”
Para quem o tempo n�o � desculpa e preparar o pr�prio alimento n�o � uma alternativa, a nutricionista explica se uma boa sa�da � a chamada comida dita fit, saud�vel, mas congelada.
“O ato de congelar n�o torna os alimentos saud�veis ou n�o saud�veis. Ser ou n�o saud�vel depende do conte�do nutricional dos alimentos congelados. O congelamento n�o altera a quantidade de fibras, gordura, prote�na, carboidratos, a��car, calorias ou de minerais de um alimento. Esse processo pode fazer diferen�a com algumas vitaminas (como folato e vitamina C), mas a maior parte do valor nutricional ser� mantida”, afirma.
Alimentos congelados s�o uma maneira conveniente e acess�vel de incorporar alimentos saud�veis de todos os grupos, incluindo gr�os integrais, frutas, vegetais, prote�nas e latic�nios.
Al�m da praticidade e da economia de tempo, eles podem ser um benef�cio para pessoas com tempo limitado ou que n�o sabem ou n�o gostam de cozinhar.
Os benef�cios psicossociais
Autores de um estudo publicada no Journal of Health Education & Behavior, em 2018, sobre os benef�cios psicossociais das interven��es culin�rias, analisaram as liga��es entre cozinhar e bem-estar psicol�gico. Eles conclu�ram que:
1 - Cozinhar aumenta sua autoestima e o bem-estar mental
2 - Descobriu-se que cozinhar diminui a ansiedade e a agita��o
entre grupos de pessoas
3 - Indiv�duos com dem�ncia e v�timas de queimaduras tamb�m
relataram al�vio na agita��o
4 - Aumenta sentimentos de realiza��o e confian�a
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