A famosa frase "no pain, no gain" ("Sem dor, sem ganho" em tradu��o livre), muito utilizada para os amantes de academia, pode ter um novo significado para pessoas que sofrem da doen�a arterial perif�rica. Um novo estudo estadunidense mostra que caminhadas mais intensas, e que causam mais dores e desconforto, podem ajudar esses pacientes a longo prazo.
Entre 8 e 10 milh�es de pessoas nos Estados Unidos sofrem de doen�a arterial perif�rica (PAD, na sigla em ingl�s). A condi��o consiste na redu��o de fluxo sangu�neo para os membros por parte de vasos sangu�neos que se estreitaram e, geralmente, afeta as pernas e os p�s, causando sintomas durante caminhadas, como c�ibras, fraqueza, fadiga, dor ou desconforto que desaparecem em 10 minutos de descanso.
Leia tamb�m: Quem faz cinco horas de exerc�cio por semana vive mais, indica pesquisa
Pensando nisso, pesquisadores da Associa��o Americana do Cora��o observaram como a abordagem conhecida como "no pain, no gain" pode ajudar a pacientes com PAD a caminhar melhor e diminuir os sintomas causados pela doen�a.
A m�dia de idade dos participantes do estudo foi de 69 anos e os pacientes foram divididos em tr�s grupos distintos para an�lise.
A pesquisa - publicada na revista cient�fica Journal of the American Heart Association, nesta quarta-feira (27/7) - durou um ano e os volunt�rios foram submetidos a testes no in�cio do estudo e nas marcas de seis e 12 meses.
Os exames observavam os pacientes fazendo uma velocidade de caminhada em uma dist�ncia de quatro metros em ritmo normal e em ritmo mais r�pido. Al�m disso, eles fizeram bateria curta e f�sica de desempenho (SPPB) analisando a velocidade de caminhada de quatro metros em ritmo habitual, teste de equil�brio em p� e o tempo para cinco eleva��es repetidas da cadeira.
O primeiro grupo, que tinha 38% dos participantes, caminhou em casa em ritmo confort�vel; o segundo grupo (41%) caminhava em casa em um ritmo que induzia sintomas da doen�a nas pernas, enquanto o terceiro grupo (21%) n�o caminhava para se exercitar. Os pacientes precisavam usar um dispositivo chamado ActiGraph, para monitorar a intensidade e o tempo de caminhada que faziam.
Resultados surpreendentes
Nos exames, os participantes que tinham ritmo de caminhada induzindo dor ou desconforto nas pernas caminharam 3,3 metros por minuto mais r�pido nos testes ap�s seis meses e, ao fim do estudo, caminharam mais de 4,8 metros por minuto mais r�pido do que os participantes cujo ritmo de caminhada n�o induziu dor ou desconforto nas pernas.
Comparando os resultados dos participantes que faziam exerc�cios mais intensos aos que n�o praticaram exerc�cios, eles caminharam quase 3,9 metros por minuto mais r�pido aos seis meses, no entanto, esse aumento n�o foi estatisticamente significativo aos 12 meses.
Os resultados mostram ainda que, nos exames para testar o desempenho f�sico, aqueles que se exercitaram mais intensamente conquistaram quase 1 ponto a mais na soma dos tr�s testes de fun��o das pernas do que aqueles que caminhavam em um ritmo confort�vel. Contudo, n�o houve melhora na velocidade de caminhada aos seis meses ou 12 meses em compara��o com os n�o se exercitaram.
"Esta descoberta � consistente com 'sem dor, sem ganho' no que diz respeito ao exerc�cio de caminhada na DAP", pontua Mary M. McDermott, uma das autoras do estudo.
Os pesquisadores indicam ainda que buscam agora interven��es que possam tornar o exerc�cio de alta intensidade mais f�ceis mas que ainda continuem trazendo ben�ficos para pessoas com DAP. circula��o sangu�nea doen�a arterial perif�rica exerc�cio f�sico pesquisa