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Estado de Minas SA�DE

O que � sarcopenia, doen�a que gera perda gradual de massa magra e m�sculo

Problema surge ao longo do processo do envelhecimento, principalmente ap�s os 60 anos, e tem preval�ncia no mundo girando em torno de 5% a 13%


30/11/2022 11:18

Idoso
(foto: Matthias Zomer/Pexels)

Pesquisadores da Universidade Federal de S�o Carlos, juntamente com colegas da University College London, no Reino Unido, est�o sugerindo mudan�as no protocolo de diagn�stico da sarcopenia, doen�a que tem como caracter�stica a perda gradual de massa magra e m�sculo, que acontece ao longo do processo do envelhecimento, principalmente ap�s os 60 anos e, tem preval�ncia no mundo girando em torno de 5% a 13%. Quanto mais idoso, maior esse n�mero. Tanto � que esse percentual para pacientes com mais de 80 anos pode chegar a 50%.

Para identificar a doen�a, � realizada a medida da for�a das m�os, atrav�s de um aparelho chamado dinam�metro. A ideia do estudo � aumentar o valor m�nimo de for�a palmar que � considerado normal para diagnosticar a doen�a de forma precoce, diminuindo, assim, o risco de morte.

De acordo com a m�dica geriatra da empresa especializada em home care Sa�de no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima, existem algumas situa��es que favorecem a acelera��o da sarcopenia, tais como a idade, o sexo, o ambiente.

"O ambiente, como institui��es de longa perman�ncia, tem uma incid�ncia maior de sarcopenia, pois geralmente os idosos s�o mais fr�geis e praticam uma quantidade de atividade f�sica menor. Em rela��o ao sexo, a preval�ncia em homens � um pouco maior do que em mulheres, j� que a massa magra muscular do homem � maior."

Ela pode ser classificada como prim�ria e acontece a partir do processo de envelhecimento, e secund�ria, que tem como causa uma m� nutri��o que, somada ao envelhecimento, vai aumentar a velocidade da perda muscular. O sedentarismo ou falta de exerc�cio f�sico, alguns medicamentos, doen�as que causem hospitaliza��o e que restrinjam o movimento do paciente, alguns tipos de c�ncer, problemas renais que deixem o paciente mais fr�gil, problemas neurol�gicos e at� mesmo problemas card�acos, se limitarem a funcionalidade e a capacidade do paciente de fazer exerc�cios, s�o outras causas.

A médica geriatra da empresa especializada em home care Saúde no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima
De acordo com a m�dica geriatra da empresa especializada em home care Sa�de no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima, fatores como idade, sexo e o ambiente favorecem a acelera��o da sarcopenia (foto: Jordana Nesio/Divulga��o)
A geriatra ressalta que a perda progressiva de massa magra (muscular) t�pica do processo de envelhecimento, quando encontra fatores que a favore�am, acaba gerando a diminui��o acelerada da for�a e da fun��o muscular.

"Esses sintomas acabam aumentando o risco de queda, favorecem a chance de fratura e, caso isso aconte�a, gera uma limita��o funcional ou at� mesmo um decl�nio funcional. Ao perder fun��o, o idoso fica mais fr�gil e dependente, podendo, em casos extremos, chegar a �bito."

O m�dico ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT - N�cleo de Ortopedia e Traumatologia, Daniel Oliveira, pontua que os principais sintomas que devem ser levados em considera��o quando o assunto � sarcopenia s�o: fraqueza muscular, dificuldade em realizar atividades que antes eram consideradas f�ceis no dia a dia, tais como subir escadas, carregar objetos, bolsas e sacolas, desequil�brio ao caminhar, principalmente em terrenos com ch�o irregular e queda persistente.

O diagn�stico ainda n�o � um consenso. O ortopedista afirma que essa an�lise pode ser feita por m�dicos como cl�nico geral, geriatra ou ortopedista, atrav�s de um exame f�sico, hist�rico do paciente, investiga��o sobre idade, n�vel de atividades e de depend�ncia, comorbidades, h�bitos, medica��es e exames de imagem, para que o profissional consiga mensurar o qu�o de perda de massa muscular o paciente perdeu. "Tamb�m � feito um teste da velocidade da marcha e o DEXA, exame parecido com o de densidade �ssea, mas que permite a avalia��o da massa �ssea, muscular e adiposa."

Segundo a geriatra, existem v�rios estudos sendo realizados e cada pa�s/regi�o adota alguns par�metros. "No Brasil, iniciamos com a aplica��o de um question�rio (perguntas) e a medida da circunfer�ncia da panturrilha. Atrav�s da pontua��o obtida rastreamos os pacientes com maior chance de ter a doen�a. Esse rastreio seria parecido com fazer a mamografia para detectar precocemente o c�ncer de mama. Se o rastreio for positivo (depende da pontua��o alcan�ada com as respostas), n�s passamos para a medi��o da for�a de preens�o palmar atrav�s de um dinam�metro (aparelho que mede for�a da m�o) ou fazemos um teste de levantar e sentar da cadeira. Quando qualquer um destes dois �ltimos testes est� alterado, j� podemos dizer que temos uma sarcopenia prov�vel", ensina Simone.

O médico ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT - Núcleo de Ortopedia e Traumatologia, Daniel Oliveira
O m�dico ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT - N�cleo de Ortopedia e Traumatologia, Daniel Oliveira, diz que o diagn�stico pode ser feito por m�dicos como cl�nico geral, geriatra ou ortopedista (foto: Ellen Casadonte/Divulga��o)
O tratamento, conforme explica Daniel, � feito de maneira multidisciplinar com ortopedistas, fisiatras, geriatras, fisioterapeutas e nutricionistas e vai depender do est�gio da doen�a. "O objetivo � promover mudan�as no estilo de vida do paciente, dando a ele mais qualidade de vida. S�o realizados exerc�cios f�sicos, dieta balanceada com inclus�o de prote�nas (carnes, aves e suplementa��o) e reposi��o de vitaminas, se necess�rio", pontua.

A geriatra recomenda uma boa ingest�o de prote�nas que podem ser encontradas na carne, no leite e derivados, e tamb�m no ovo. "Isso j� � um grande come�o para mantermos nosso m�sculo bem. Outros alimentos tamb�m possuem prote�na, mas o aproveitamento costuma ser menor. Quando o paciente � vegetariano ou vegano, por exemplo, precisa procurar outras fontes de prote�na para atingir o valor m�nimo necess�rio por dia de ingest�o. Muitas vezes � necess�rio recorrer a nutricionistas para fazer o ajuste/c�lculo da quantidade desses alimentos e atingir a quantidade de prote�na necess�ria", sinaliza.

Al�m disso, faz-se necess�rio um acompanhamento de perto com um educador f�sico que tenha conhecimento sobre a patologia durante a realiza��o de exerc�cios, j� que o paciente com sarcopenia corre o risco de lesionar e desequilibrar com mais facilidade.

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Segundo o ortopedista, uma queda favorece fraturas e, pela necessidade de permanecer em repouso, aumenta tamb�m a atrofia muscular nesses pacientes com sarcopenia e muitos, infelizmente, ap�s uma queda mais s�ria, podem n�o voltar a andar. "Al�m das limita��es para realizar as atividades do dia a dia, a depend�ncia de cuidadores e familiares se torna maior e pode levar a casos graves de depress�o e sofrimento mental", finaliza.

Sarcopenia secund�ria

O empres�rio Thiago Salvador de Oliveira, de 42 anos, conta que sua m�e, Denise Drummond Salvador, de 62 anos, j� falecida, deu in�cio ao processo de sarcopenia em outubro de 2020, seis meses ap�s ser diagnosticada com c�ncer.

Ele acredita que a evolu��o do quadro de sarcopenia em sua m�e se deu tanto pelo tumor quanto pelo tratamento realizado para a doen�a.

"Os primeiros sintomas observados na �poca foram cansa�o precoce em tarefas b�sicas como subir escadas e carregar compras. Com o passar do tempo e a evolu��o dos sintomas, o fato de levantar de uma cadeira ou at� mesmo da cama somente era poss�vel com um esfor�o muito grande."

Al�m do preju�zo pr�tico de n�o conseguir fazer tarefas simples como se movimentar dentro do seu pr�prio lar, Thiago fala do abalo emocional constante por conta da depend�ncia de terceiros, que fez com que sua m�e se visse em uma situa��o que jamais imaginaria estar.

"Nesse per�odo, n�s tivemos acompanhamento constante de atendimento domiciliar de profissionais de fisioterapia, t�cnicos de enfermagem e enfermeiros, m�dicos especialistas, nutricionista e psic�logos, que fizeram com que o processo de toda doen�a que minha m�e passou fosse menos doloroso, f�sica e psicologicamente. Durante a fisioterapia, um ponto fundamental foi o trabalho de movimenta��o dos m�sculos e um trabalho de controle respirat�rio, esse �ltimo servia tanto para fun��o da respira��o como para trazer calma e tranquilidade para ela, quase como uma medita��o."

O cuidado com o corpo e o zelo pela sa�de mental e corporal, de acordo com o empres�rio, s�o fundamentais para enfrentar de forma digna, e com melhores chances de vit�ria, os desafios que a terceira idade traz. Essas, segundo ele, foram as li��es deixadas por Denise.


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