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Estado de Minas DEZEMBRO VERMELHO

Vacina contra Aids est� mais pr�xima, constata estudo

Depois do sucesso em teste com humanos, resultado mostra a viabilidade de uma t�cnica considerada j� promissora


02/12/2022 09:41 - atualizado 02/12/2022 09:43

palavra aids escrita em letras vermelhas
A Aids, doen�a descoberta em 1981, j� matou mais de 40,1 milh�es de pessoas mundo afora (foto: Gerd Altmann/Pixabay )
No dia mundial de combate � Aids, um artigo publicado na revista Science abre caminho para a pesquisa e produ��o de uma vacina eficaz contra uma doen�a que, desde sua descoberta, em 1981, j� matou mais de 40,1 milh�es de pessoas mundo afora. Pela primeira vez, cientistas conseguiram testar em humanos, com sucesso, uma abordagem considerada promissora mas que, at� hoje, n�o havia se mostrado vi�vel. O estudo foi pequeno e ainda est� na fase 1 mas, mesmo reconhecendo que h� muitos passos pela frente, os pesquisadores est�o otimistas de que encontraram a dire��o correta.

O v�rus da Aids � extremamente mut�vel, uma das raz�es pelas quais em mais de quatro d�cadas de pesquisas, todas as tentativas de desenvolver uma vacina anti-HIV falharam. Um imunizante para o micro-organismo precisa estimular a produ��o dos chamados anticorpos amplamente neutralizantes (bnAbs), capazes de reconhecer as diversas cepas e prevenir a prolifera��o viral. Um dos principais desafios � que, mesmo quando a pessoa j� foi infectada, os bnAbs raramente se desenvolvem. Para driblar o problema, pesquisadores de v�rias partes do mundo apostam em uma abordagem chamada de segmenta��o da linhagem germinativa.

Evolu��o for�ada

Como � dif�cil obter os bnAbs, a estrat�gia consiste em estimular as c�lulas B — f�bricas de anticorpos — a produzir uma linhagem celular do sistema imunol�gico, chamada germinativa, com potencial de gerar esses mecanismos de defesa. Isso acontece por meio de um processo conhecido como evolu��o for�ada ou matura��o gradual, ativada por um esquema de vacina��es m�ltiplas. Al�m do HIV, cientistas apostam na t�cnica para combater v�rios outros pat�genos dif�ceis de vencer.

Agora, pela primeira vez, uma equipe conseguiu mostrar a viabilidade — ou prova de conceito — da segmenta��o da linhagem germinativa em humanos. O grande grupo de pesquisadores, liderados por David J. Leggat , dos Institutos Nacionais de Sa�de dos Estados Unidos, testou a t�cnica em um ensaio cl�nico com 48 volunt�rios saud�veis, divididos em dois grupos de dosagens, de 20mg e 100mg. No total, 36 pessoas receberam o tratamento de fato, e os demais, placebo.
Ap�s um regime de tr�s imuniza��es, tanto os pacientes que receberam as maiores doses quanto os das mais baixas produziram os precursores dos anticorpos: a resposta foi de 97%. Al�m disso, a subst�ncia foi bem tolerada, um passo cr�tico para que o ensaio avance para a fase 2.

Isca

Segundo Leonidas Stamatatos, pesquisador do Centro de C�ncer Fred Hutch, um dos centros de sa�de norte-americanos que participam dos testes da vacina, a subst�ncia tem como alvo uma classe de bnAbs chamada VRC01, que, embora com caracter�sticas semelhantes, n�o s�o id�nticos, formando uma isca ideal para matar o HIV. "Dentro dessa classe, pode haver centenas de vers�es ligeiramente diferentes dos anticorpos, tornando ainda mais dif�cil para o v�rus evit�-los, por meio de muta��es."

Os anticorpos VRC01 foram identificados pela primeira vez em 2010, em amostras de sangue de pessoas que vivem com HIV h� v�rios anos. Nesses pacientes, as poderosas prote�nas se desenvolveram naturalmente, mas, aparentemente, tarde demais para ajudar seus sistemas imunol�gicos a superar a infec��o. "No entanto, testes de laborat�rio sugerem que esses anticorpos amplamente neutralizantes t�m o potencial de prevenir novas infec��es. Portanto, a chave � persuadir o sistema imunol�gico a produzi-los, ap�s a vacina��o, na aus�ncia de uma infec��o", complementa Stamatatos.
"Aprender como induzir anticorpos amplamente neutralizantes contra pat�genos com alta diversidade antig�nica, como HIV, influenza, v�rus da hepatite C ou a fam�lia dos coronav�rus, representa um grande desafio para o design racional de vacinas", escreveram os pesquisadores, no estudo. "O design da vacina direcionada � linhagem germinativa oferece uma estrat�gia potencial para enfrentar esse desafio", acrescentaram.
Em um artigo tamb�m publicado na Science, que avaliou os resultados do estudo, Penny Moore, da Universidade de Witwatersrand e do Instituto Nacional de Doen�as Transmiss�veis da �frica do Sul, destacou que uma quest�o importante que ainda precisa ser testada � quanto tempo os anticorpos induzidos pela imuniza��o podem durar. Al�m disso, se a dose de refor�o for muito diferente da vacina anterior, "os anticorpos que foram desencadeados pela primeira vacina��o podem n�o reconhecer o refor�o e n�o amadurecer�o mais", escreveu Moore. "Conseguir o equil�brio certo entre a necessidade de matura��o de anticorpos para bnAbs e a viabilidade no mundo real ser� essencial".

Para Clive Aspin, professor da Universidade de Wellington, na Austr�lia, que n�o participou do estudo, � importante que, quando pronta, a vacina seja acess�vel. "Esta � uma not�cia empolgante, especialmente para as pessoas que sofreram o impacto da pandemia do HIV — ind�genas, mulheres, pessoas em pa�ses com poucos recursos. Agora � a hora de esses pesquisadores planejarem como essa vacina chegar� a essas pessoas e contribuir� para uma redu��o nas disparidades de HIV que vemos em todo o mundo."


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