
A gagueira � caracterizada como uma altera��o da fala, singularizada pela ruptura do ritmo (flu�ncia) da fala que causa repeti��o de s�labas e pausas longas entre palavras. Os estudos cient�ficos dividem a gagueira em dois tipos comuns, a adquirida e a do desenvolvimento – sendo esta segunda a mais frequente em crian�as.
De acordo com a fonoaudi�loga Camilla Guarnieri, doutora pela USP em transtornos da fala e linguagem em crian�as, a gagueira do desenvolvimento � comum em crian�as de 2 a 5 anos. Surge nas etapas iniciais de aquisi��o e desenvolvimento da fala e da linguagem e � idiop�tica, isto �, n�o tem nenhum motivo aparente. Essa gagueira pode ou n�o ser persistente e, tal caracter�stica, indica a necessidade maior de interven��o fonoaudiol�gica.
Falta consenso sobre a causa da gagueira
Embora os especialistas ainda n�o tenham chegado em um consenso sobre a causa da gagueira, h� muitos estudos sobre o tema, com diversos avan�os relacionados ao transtorno. Al�m das pesquisas que apresentam ind�cios de um componente gen�tico, tamb�m existem linhas cient�ficas que mostram indicativos de dificuldades motoras e/ou no processamento auditivo que podem ser a causa dessa ruptura na fluidez da fala.
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J� outras investiga��es mostram ainda que quest�es ambientais e psicol�gicas podem agravar a gagueira. Por essas raz�es, o meio cient�fico opta por falar da quest�o multifatorial que pode influenciar na gagueira, englobando assim todos esses fatores que interferem nela.
Ainda que o dist�rbio n�o tenha um fator de causa determinante, a gagueira tem sim tratamento, e o fonoaudi�logo � o profissional respons�vel por esse tratamento.
A interven��o fonoaudiol�gica precisa ser espec�fica para a promo��o da flu�ncia da fala e a dura��o desse processo, bem como a flu�ncia da fala ao final do tratamento vai depender de uma s�rie de fatores, como, por exemplo, o grau da gagueira, se a interven��o foi precoce ou tardia, etc.
A interven��o fonoaudiol�gica precisa ser espec�fica para a promo��o da flu�ncia da fala e a dura��o desse processo, bem como a flu�ncia da fala ao final do tratamento vai depender de uma s�rie de fatores, como, por exemplo, o grau da gagueira, se a interven��o foi precoce ou tardia, etc.
Terapia individualizada
De acordo com Camila, � importante uma terapia individualizada e baseada em evid�ncias cientificas, assim, o fonoaudi�logo consegue indicar, planejar e aplicar as melhores t�cnicas de terapia para aquela crian�a em espec�fico. “� muito importante os pais participarem de todo esse processo, a transpar�ncia � fundamental para o tratamento. � necess�rio entender o que vai ser avaliado, o motivo, como, os resultados dessa avalia��o, o que isso significa, qual o melhor tratamento para aquela crian�a, como ele vai acontecer, o que esperar, como os pais v�o ajudar em casa... Tudo isso tem que ser muito bem conversado, porque n�o existe receita de bolo, mas sim todo um racioc�nio por traz das dificuldades de cada crian�a e a participa��o ativa dos pais durante todo esse processo faz toda a diferen�a no final".
Vale ressaltar que mesmo uma crian�a com gagueira h� um tempo, � poss�vel iniciar uma interven��o eficaz, por�m, como n�o h� idade m�nima para iniciar o tratamento, o mais indicado � que comece o quanto antes. Uma interven��o precoce tem maiores chances de se obter �xito em seus resultados e, consequentemente, menores ser�o os preju�zos na vida da pessoa. O fonoaudi�logo vai adaptar todo esse tratamento para o n�vel de desenvolvimento da crian�a e far� com que isso seja conduzido de uma forma l�dica e prazerosa, para obter a colabora��o desta.
A gagueira tem de ser levada a s�rio e requer tratamento
A gagueira deve ser levada a s�rio e precisa de tratamento por conta dos impactos negativos na que ela pode proporcionar na vida de uma pessoa. O maior deles � observado no �mbito social, onde muitas crian�as acabam sofrendo bullying e t�m vergonha, ou at� mesmo dificuldade em se comunicar. Isso afeta a vida social delas, trazendo abalos psicol�gicos, acad�micos, profissionais, entre outros, que prejudicam a longo prazo com a gagueira. � a famosa frase: “Gagueira n�o tem gra�a, tem tratamento”, portanto, ao notar que uma crian�a est� gaguejando n�o hesite em buscar uma avalia��o profissional especializada com um fonoaudi�logo capacitado.