Transtorno de imagem: objetivo do estudo � conhecer o perfil dos indiv�duos mais vulner�veis para subsidiar estrat�gias preventivas e de promo��o da sa�de
Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil
Um estudo publicado na revista Environmental Research and Public Health mostrou que as mulheres, os mais jovens, os consumidores de suplementos fitness ou de subst�ncias farmacol�gicas para mudar a forma corporal s�o as pessoas mais propensas a desenvolver transtornos mentais associados � imagem corporal e � alimenta��o. O conjunto de caracter�sticas que podem levar a isso inclui ainda adeptos de dietas restritivas, sedent�rios, pessoas com diagn�stico de obesidade ou sobrepeso e que fazem uma avalia��o ruim da pr�pria alimenta��o.
O objetivo do estudo � conhecer o perfil dos indiv�duos mais vulner�veis a esse tipo de transtorno do corpo para subsidiar estrat�gias preventivas e de promo��o da sa�de.
“Essas caracter�sticas n�o necessariamente se acumulam formando um perfil, mas podem ser encontradas em um �nico sujeito. Ademais, o estudo tamb�m identificou que a avalia��o f�sica negativa foi correlacionada positivamente com o percentual de gordura corporal e negativamente correlacionada com a quantidade de massa muscular; ou seja, uma pessoa com maior quantidade de gordura e menor de massa magra pode ter maior sensa��o de que seu corpo ser� avaliado negativamente por outras pessoas”, disse o professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e coautor do artigo Wanderson Roberto da Silva.
O estudo foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros da Unifal e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Universit�rio de Ci�ncias Psicol�gicas, Sociais e da Vida (Ispa), de Portugal e recebeu financiamento da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp), que aplicaram dois question�rios a 1.750 volunt�rios.
Foi avaliada a rela��o entre “aten��o � forma corporal”, “ansiedade f�sica social” e “caracter�sticas pessoais dos participantes”, e o que se descobriu foi que, quanto mais os indiv�duos d�o aten��o � forma corporal, mais propensos s�o a esperar uma avalia��o negativa de sua forma f�sica e tendem a estar menos confort�veis com a apresenta��o f�sica do corpo.
Mais velhos est�o mais confort�veis com o corpo
A pesquisa identificou tamb�m que aqueles que est�o mais confort�veis com o pr�prio corpo s�o os mais velhos, do sexo masculino, sem sobrepeso ou obesidade, que n�o usam subst�ncias farmacol�gicas para modificar a forma corporal, n�o fazem dietas restritivas e praticam atividade f�sica, al�m da autoavalia��o da qualidade da alimenta��o positiva.
“N�s identificamos que, quanto mais os participantes deram aten��o � forma corporal, maiores foram suas expectativas de avalia��o f�sica negativa e menor a sensa��o de conforto quando da apresenta��o f�sica do corpo. Em termos pr�ticos, isso sugere que, quando as pessoas d�o muita import�ncia � imagem que t�m do pr�prio corpo, podem interpretar as formas assim�tricas, que s�o normais do corpo humano, como inadequadas e, consequentemente, experienciar sensa��es negativas, tais como sentimentos de ang�stia e sofrimento diante de uma ocasi�o p�blica, como um evento, praia, academia, devido ao receio de algu�m notar as ent�o consideradas imperfei��es”, explicou Silva.
Segundo o professor, os resultados do estudo s�o uma oportunidade de alertar sobre a import�ncia dos transtornos relacionados � imagem corporal e alimenta��o, como o transtorno dism�rfico corporal, a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, o que � bastante importante, pois tais transtornos usualmente s�o negligenciados, talvez pelo fato de as taxas de diagn�stico n�o serem elevadas em compara��o com outras doen�as, como obesidade, diabetes, hipertens�o e dislipidemias.
“Apesar disso, o trabalho desenvolvido por mim junto aos meus colegas visou alertar que existem caracter�sticas individuais que sugerem maior vulnerabilidade � imagem corporal negativa e alimenta��o transtornada levando a comportamentos insalubres”, acrescentou.
De acordo com Silva, diante disso, uma sugest�o seria usar essas caracter�sticas para promover a��es assertivas de preven��o de doen�as e promo��o da sa�de na popula��o, seja em contexto coletivo ou individual. “Tais a��es podem ser impulsionadas tanto pelo setor p�blico com campanhas direcionadas aos grupos mais vulner�veis, quanto por profissionais da sa�de que realizam atendimento nutricional ou psicol�gico visando auxiliar no manejo de comportamento humano saud�vel", finalizou.
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