Estudo mostrou que a qualidade do s�men � afetada a curto prazo depois de uma infec��o por COVID, mas nenhuma pesquisa seguiu homens por um longo per�odo de tempo
Um estudo apresentado nesta segunda-feira (26/6) na 39ª reuni�o anual da Sociedade Europeia de Reprodu��o Humana e Embriologia aponta que mais de tr�s meses ap�s sofrer uma infec��o leve por COVID-19, os homens t�m concentra��es de esperma mais baixas e menos espermatozoides capazes de nadar.
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O professor Rocio N��ez-Calonge, consultor cient�fico do UR International Group na Unidade de Reprodu��o Cient�fica, de Madri, na Espanha, revelou que ap�s uma m�dia de 100 dias ap�s a infec��o por SARS-CoV-2 parecia n�o haver melhora na qualidade e concentra��o do esperma, mesmo que novos espermatozoides tenham sido produzidos naquele per�odo.O professor N��ez-Calonge e seus colegas observaram que, em alguns homens atendidos em cl�nicas na Espanha para tratamento de reprodu��o assistida, a qualidade do s�men era pior ap�s a infec��o por covid-19 do que antes da infec��o, embora eles tivessem se recuperado e a infec��o fosse leve. Ent�o eles decidiram investigar se a doen�a havia influenciado na queda da qualidade.
“Houve estudos anteriores que mostram que a qualidade do s�men � afetada a curto prazo ap�s uma infec��o por COVID, mas, at� onde sabemos, nenhum que tenha seguido homens por um longo per�odo de tempo”, afirmou ele.
“Presumimos que a qualidade do s�men melhoraria assim que novos espermatozoides fossem gerados, mas n�o foi o caso. N�o sabemos quanto tempo pode levar para a qualidade do s�men ser restaurada e pode ser que a COVID-19 tenha causado danos permanentes, mesmo em homens que sofreram apenas uma infec��o leve. Como leva aproximadamente 78 dias para criar um novo esperma, parecia apropriado avaliar a qualidade do s�men pelo menos tr�s meses ap�s a recupera��o do COVID-19”, completou o cientista.
Entre fevereiro de 2020 e outubro de 2022, os pesquisadores recrutaram 45 homens que frequentavam seis cl�nicas reprodutivas na Espanha para o estudo. Todos tinham diagn�stico confirmado de COVID-19 leve e as cl�nicas tinham dados de an�lises de amostras de s�men coletadas antes de os homens serem infectados.
Outra amostra de s�men foi coletada entre 17 e 516 dias ap�s a infec��o. A idade m�dia dos homens era de 31 anos, e o tempo decorrido entre as amostras pr� e p�s-COVID era de 238 dias. Os pesquisadores analisaram todas as amostras coletadas at� 100 dias ap�s a infec��o e, em seguida, analisaram um subconjunto de amostras coletadas mais de 100 dias depois.
Eles encontraram uma diferen�a estatisticamente significativa no volume do s�men (queda de 20% de 2,5 para 2 mililitros), concentra��o de esperma (queda de 26,5% de 68 para 50 milh�es por ml de ejaculado), contagem de espermatozoides (queda de 37,5% de 160 para 100 milh�es por mililitro de s�men), motilidade total, ou seja, ser capaz de se mover e nadar para frente (redu��o de 9,1% de 49% para 45%) e n�mero de espermatozoides vivos (redu��o de 5% de 80% para 76%).
O professor N��ez-Calonge aponta que a motilidade e a contagem total de esperma foram os mais severamente afetados. Metade dos homens teve contagens totais de esperma 57% menores ap�s a COVID-19 em compara��o com suas amostras pr�-COVID. A forma do esperma n�o foi significativamente afetada.
Quando os pesquisadores analisaram o grupo de homens que forneceram uma amostra mais de 100 dias ap�s a covid, eles descobriram que a concentra��o e a motilidade do esperma ainda n�o haviam melhorado com o tempo.
“O efeito cont�nuo da infec��o por covid na qualidade do s�men neste per�odo posterior pode ser causado por danos permanentes devido ao v�rus, mesmo em infec��es leves. Acreditamos que os m�dicos devem estar cientes dos efeitos prejudiciais do v�rus SARS-CoV-2 na fertilidade masculina. � particularmente interessante que essa diminui��o na qualidade do s�men ocorra em pacientes com infec��o leve por covid, o que significa que o v�rus pode afetar a fertilidade masculina sem que os homens apresentem sintomas cl�nicos da doen�a”, disse N��ez-Calonge.
Sabe-se que o v�rus SARS-CoV-2 pode afetar os test�culos e o esperma, mas o mecanismo ainda � desconhecido. O professor N��ez-Colange diz que a inflama��o e os danos ao sistema imunol�gico observados em pacientes com covid longo podem estar envolvidos.
“O processo inflamat�rio pode destruir as c�lulas germinativas, infiltrando-se nos gl�bulos brancos envolvidos no sistema imunol�gico, e reduzir os n�veis de testosterona, afetando as c�lulas intersticiais que produzem o horm�nio masculino”, afirmou.
“Deve-se mencionar que o comprometimento dos par�metros do s�men pode n�o ser devido a um efeito direto do v�rus SARS-CoV-2. � prov�vel que haja fatores adicionais que contribuem para a diminui��o dos par�metros esperm�ticos a longo prazo, mas cuja identidade � atualmente desconhecida. Al�m disso, n�o medimos os n�veis hormonais neste estudo: altera��es intensas na testosterona, um fator importante envolvido na sa�de reprodutiva masculina, foram relatadas anteriormente em pacientes do sexo masculino infectados com COVID", completou.
Os pesquisadores planejam continuar estudando os homens para medir a qualidade do s�men e o status hormonal ao longo do tempo. Eles acreditam que deveria haver mais pesquisas sobre as fun��es reprodutivas dos homens ap�s a infec��o por COVID para ver se a fertilidade � afetada tempor�ria ou permanentemente.
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