mulher em leito de hospital

Les�es por press�o: pode levar � depress�o e isolamento social, sem falar na perda da privacidade e da autoconfian�a por conta da mudan�a de aspecto e apar�ncia da pele

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As les�es por press�o (LPP) s�o feridas que aparecem na pele de pacientes que permanecem muito tempo na mesma posi��o, geralmente acamadas ou com mobilidade reduzida. A principal causa � a falta de movimenta��o, que gera press�o constante em determinadas regi�es do corpo e consequentemente ocasionam os ferimentos na pele. 

De acordo com Vivian Giudice, diretora executiva do Grupo Instituto Brasileiro para Excel�ncia em Sa�de (IBES), as les�es por press�o s�o um dos principais eventos adversos relacionados � assist�ncia em servi�os de sa�de e est�o associadas �s condi��es cl�nicas e fatores de riscos, como idade acima de 65 anos, m� circula��o, imobiliza��o, desnutri��o, perda de sensibilidade e incontin�ncia urin�ria.

“A preven��o do problema � fundamental por estar relacionada � seguran�a do paciente e ao alto custo do tratamento”, destaca a especialista. Segundo ela, os pacientes que sofrem de les�es por press�o t�m sua qualidade de vida afetada pela dor, que pode ser extremamente debilitante. “Quando as les�es persistem, podem levar � depress�o e isolamento social, j� que a falta de autonomia gera descontentamento e des�nimo. Isso sem falar na perda da privacidade, da dignidade e da autoconfian�a por conta da mudan�a de aspecto e apar�ncia da pele”, explica ela.

OMS recomenda medidas simples 

Segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), grande parte das les�es por press�o podem ser evitadas com a ado��o de medidas simples, como cuidados com a pele e mudan�a na posi��o do paciente no leito.

Entretanto, ainda � preciso muito investimento em educa��o e ado��o de melhores pr�ticas para minimizar o problema. De acordo com a  Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), no Brasil, essas les�es correspondem ao terceiro tipo de evento mais frequentemente notificado pelos N�cleos de Seguran�a do Paciente.

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Dados da Smith+Nephew, companhia de tecnologia m�dica, apontam que um em cada dez pacientes hospitalizados sofrem com o problema, sendo que o custo m�dio para os hospitais de cada les�o por press�o chega a mais de US$ 21 mil, incluindo despesas indiretas. 

Certificado de pr�ticas cl�nicas

Para ajudar no combate �s les�es por press�o, o IBES e a Smith Nephew, desenvolveram a Certifica��o em Pr�ticas Cl�nicas Seguras na Preven��o de Les�o por Press�o, que visa reconhecer organiza��es de sa�de que demonstram sua preocupa��o em proteger os pacientes por meio de ferramentas, pr�ticas e gest�o de processos, contribuindo para a preven��o da les�o por press�o.

Para adquirir a certifica��o, as organiza��es de sa�de passam por uma s�rie de an�lises que foram estruturadas em um manual com cinco cap�tulos, desdobrados em 98 padr�es - sendo que, para cada padr�o, s�o definidos requisitos que devem ser atendidos pelas organiza��es de sa�de que buscam enquadrar-se nessa certifica��o.
Para Vivian, o principal objetivo da certifica��o � educar os profissionais de sa�de que atuam na �rea hospitalar: “A ideia � inseri-los em um m�todo capaz de reduzir os �ndices das les�es por press�o. A certifica��o � capaz de demonstrar quantitativamente resultados assistenciais e de impacto financeiro em curto espa�o de tempo. Agora, a meta � sensibilizar todas as institui��es de sa�de brasileiras para conquistarem os mesmos resultados r�pidos e de melhoria da experi�ncia do paciente". 

Princ�pios do manejo

A diretora ressalta que, entre as estrat�gias eficazes de preven��o preconizadas pelo m�todo, est�o o uso de superf�cies de suporte adequadas, reposicionamento frequente, nutri��o apropriada e gerenciamento de umidade: “O manejo da �lcera por press�o baseia-se em tr�s princ�pios: remover o agente agressor (a press�o), proteger a ferida de contamina��o e promover a cicatriza��o”, explica.
 
Hoje, a Certifica��o em Pr�ticas Cl�nicas Seguras na Preven��o de Les�o por Press�o j� tem seis hospitais certificados no Brasil: “N�o � uma caminhada f�cil, mas todas as institui��es participantes melhoraram em at� 57% as n�o conformidades identificadas no in�cio do processo de certifica��o, contribuindo para a aus�ncia de casos de les�o por press�o em at� tr�s meses em alguns dos hospitais”, comemora Vivian. At� o final de 2023, a perspectiva � agregar outros hospitais na busca pela preven��o desse tipo de les�o.