Jovem mulher aplicando creme para o rosto

Jovem mulher aplicando creme para o rosto

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Uma das maneiras de diagnosticar precocemente o c�ncer de pele � por meio do autoexame, visualizando no espelho manchas e pintas. Mas um estudo da Universidade de Queensland (Austr�lia), publicado em maio na revista Science, descobriu que a pele com poucas sardas ou manchas vis�veis ainda pode carregar muta��es de DNA danificadas pelo sol que podem desencadear o c�ncer. "Esse � um alerta importante e que refor�a a import�ncia de n�o se expor ao sol nos per�odos em que a incid�ncia da radia��o ultravioleta � maior, ou seja, das 10 �s 16h, al�m do uso di�rio do fotoprotetor", explica a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Paola Pomerantzeff.

Os pesquisadores investigaram a rela��o entre o n�mero de muta��es encontradas na pele de 'apar�ncia normal' e o n�mero de c�nceres de pele anteriores de uma pessoa. Os autores coletaram amostras de pele dos antebra�os de 37 pacientes com c�ncer de pele que eram frequentemente expostos ao sol. "Eles tiveram uma m�dia de quatro a cinco vezes mais muta��es na pele de apar�ncia normal em compara��o com estudos semelhantes no exterior. Os n�veis mais altos de muta��o provavelmente se devem ao fato de a Austr�lia, o pa�s que mais recebe radia��o por metro quadrado, ter n�veis duas a quatro vezes mais altos de luz ultravioleta do que o Reino Unido e a Europa. No entanto, � necess�rio pontuar que no Brasil os n�veis de radia��o tamb�m s�o altos em compara��o � Europa", diz a m�dica. "Ent�o, o estudo tamb�m serve de alerta para os brasileiros", acrescenta.

O pr�ximo estudo comparou pessoas da mesma idade e sexo que tiveram um n�mero diferente de c�nceres de pele. Um grupo teve muitos c�nceres de pele e o outro grupo teve poucos ou nenhum nos �ltimos cinco anos. Os pesquisadores encontraram uma diferen�a de 45% entre os grupos, com um n�mero muito maior de muta��es nos antebra�os daqueles com mais c�nceres de pele. Cerca de dois ter�os dos australianos desenvolver�o um c�ncer de pele durante a vida, segundo a universidade, por isso Queensland lidera o mundo em pesquisas de c�nceres de pele comuns, como carcinomas de c�lulas basais e escamosas.

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As descobertas explicam em parte por que as pessoas com um �nico c�ncer de pele t�m uma chance muito maior de desenvolver outros na mesma �rea do corpo no futuro. "As descobertas tamb�m sugerem que, se reduzirmos os n�veis de muta��o na pele de apar�ncia normal, poderemos reduzir o risco de novos c�nceres de pele. Tratamentos a laser e a dermoabras�o, segundo o trabalho, podem 'eliminar' as muta��es da pele e reduzir o risco de c�ncer de pele, mas essa abordagem n�o � aplic�vel a todos, pois s�o abordagens dif�ceis e caras de se implementar em larga escala. O pr�ximo passo � explorar terapias que possam reduzir a carga de muta��es na pele. Mas por enquanto, o que temos de mais relevante � a prote��o com filtro solar", aponta a m�dica.