rato de pesquisa em laboratório

Conclus�o � de estudo com ratos feito por pesquisadores do Instituto de Ci�ncias Biom�dicas da USP e do Hospital S�rio-Liban�s

Nature Blossom/Pixabay


Ag�ncia FAPESP

Em pacientes com doen�a de Parkinson, exerc�cios aer�bicos podem contribuir para a redu��o das dores orofaciais, localizadas na cavidade oral e na face. � o que mostra estudo feito no Laborat�rio de Neuroanatomia Funcional da Dor do Instituto de Ci�ncias Biom�dicas da Universidade de S�o Paulo (ICB-USP), em parceria com o Laborat�rio de Neuroci�ncias do Hospital S�rio-Liban�s. O trabalho teve apoio da Fapesp e e foi divulgado na revista Neurotoxicity Research.

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Como explicam os autores, a doen�a de Parkinson �, al�m de neurodegenerativa, inflamat�ria. Os sintomas s�o divididos em dois grandes grupos: motores, aqueles relacionados a movimentos, como tremores; e n�o motores, que podem incluir dor, depress�o, dist�rbios de sono e outros.

Segundo Daniel de Oliveira Martins, autor do estudo e pesquisador do ICB, essa �ltima categoria s� ganhou maior aten��o recentemente: "Antigamente, a dor do paciente com Parkinson era confundida com aquela dor pr�pria da idade avan�ada, porque a doen�a tem maior incid�ncia em pessoas acima de 60 anos”, disse o cientista � assessoria de imprensa do ICB-USP.
 
Nos experimentos, os pesquisadores induziram a doen�a em ratos com uma inje��o da 6-hidroxidopamina, subst�ncia que causa a perda de neur�nios dopamin�rgicos, principal caracter�stica da enfermidade. Depois, os animais foram colocados para treinar em esteiras de exerc�cio tr�s vezes por semana, durante cinco semanas.
Para medir o comportamento da dor, os pesquisadores utilizaram um m�todo chamado de filamentos de Von Frey. Nele, filamentos de v�rias espessuras s�o aplicados na face do animal com diferentes intensidades de for�a. Quanto menor a espessura dos filamentos que causam desconforto, mais sens�vel os animais est�o � dor. O grupo observou ent�o que, depois do tratamento, a express�o dos marcadores relacionados � dor diminuiu, mantendo os roedores com o mesmo comportamento dos animais livres da doen�a.

Os pesquisadores tamb�m testaram nos animais os efeitos da desativa��o dos receptores canabinoides por meio do uso de f�rmacos. Essa interven��o contribuiu para que a dor retornasse, desaparecendo novamente com a retomada de exerc�cios.

“Devido a todos os estudos recentes com Cannabis, resolvemos tamb�m testar os receptores de canabinoides nesse modelo. Os resultados mostram uma poss�vel correla��o entre os receptores e o mecanismo de dor orofacial no Parkinson, o que pode ser �til para o desenvolvimento de novas terapias”, afirmou a professora do ICB Marucia Chacur, coordenadora do laborat�rio e coautora da pesquisa.

Benef�cios do exerc�cio f�sico

O estudo � mais um indicativo dos benef�cios do exerc�cio f�sico, reduzindo a necessidade de medica��o. A recomenda��o, contudo, depende da individualidade de cada paciente e dos problemas que o acometem. “A doen�a de Parkinson tem uma variedade muito grande de sintomas, que se manifestam nos pacientes de maneiras diferentes. Para algumas pessoas, o exerc�cio f�sico ï¿½ muito ben�fico, mas n�o � o caso de todos”, explicou Martins.

Chacur aponta que h� outros caminhos a serem explorados no futuro. A pesquisa dever� continuar em outras frentes, analisando a dor em outras regi�es do corpo e outros mecanismos fisiol�gicos, n�o s� relacionados ao movimento, como os associados ao calor e ao frio.
“Tem uma parte desse trabalho com enfoque na dor neurop�tica – causada por danos aos nervos sensitivos do sistema nervoso central ou perif�rico – nos membros inferiores. � importante, pois o paciente tem dores generalizadas no corpo, muitas vezes justamente pela rigidez nos membros superiores”, disse a professora.

O artigo Exercise Improves Orofacial Pain and Modifies Neuropeptide Expression in a Rat Model of Parkinson’s Disease pode ser lido neste link.