Doença atinge cerca de 40 mil pessoas no Brasil e entre 2 milhões e 2,5 milhões de pessoas no mundo

Doen�a atinge cerca de 40 mil pessoas no Brasil e entre 2 milh�es e 2,5 milh�es de pessoas no mundo

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A mais recente atualiza��o do rol da ANS - lista que determina a cobertura obrigat�ria de procedimentos e tratamentos a serem garantidos pela rede privada de sa�de - trouxe atualiza��es para os pacientes de esclerose m�ltipla: a possibilidade de acesso a mais uma op��o de tratamento para a doen�a no sistema privado. Ofatumumabe, da Novartis, foi incorporado ao rol na �ltima segunda-feira (7/8), no m�s de conscientiza��o da doen�a, o Agosto Laranja. Em estudos cl�nicos, a taxa anualizada de surtos ajustada nos pacientes tratados com essa medica��o corresponde a um surto a cada 20 anos.

Ofatumumabe foi aprovado pela Anvisa em 2021 para o tratamento da esclerose m�ltipla em suas formas recorrente em adultos. De aplica��o subcut�nea, a medica��o � um anticorpo monoclonal que atua sobre os linf�citos B, que tem papel relevante na esclerose m�ltipla por produzirem os mecanismos inflamat�rios e degenerativos que atacam a bainha de mielina - estrutura presente em neur�nios - e � fundamental para a transmiss�o adequada dos impulsos nervosos.

� essa degrada��o da bainha de mielina, causada pelas rea��es das c�lulas imunes, que configura a esclerose m�ltipla. Doen�a que atinge cerca de 40 mil pessoas no Brasil e entre 2 milh�es e 2,5 milh�es de pessoas no mundo, ela exige diagn�stico e tratamento precoces para evitar consequ�ncias mais graves a longo prazo, como dor, fadiga, perda cognitiva e limita��es f�sicas.

Seus primeiros sintomas podem passar despercebidos e a doen�a pode avan�ar por anos com sintomas sensitivos (formigamentos e dorm�ncias), visuais (vis�o dupla ou borrada), motores (perda de for�a muscular), cognitivos e mentais (problemas de mem�ria e aten��o ou altera��es de humor) que vem e v�o com espa�amento de tempo. Da� o porqu� do forte engajamento dos pacientes nas redes sociais e da import�ncia de a doen�a precisar ser t�o amplamente conhecida pela sociedade.

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"Essa � uma doen�a neurol�gica que pode ser grave n�o s� por ser progressiva e pelo risco de sequelas neurol�gicas irrevers�veis, mas tamb�m por muitas vezes demorar a ser diagnosticada. O paciente tem epis�dios de sintomas caracter�sticos da doen�a, mas que podem ser transit�rios e levarem tempo para reaparecerem, o que acaba adiando a procura a um especialista e consequentemente, o diagn�stico", explica o neurologista do Hospital Albert Einstein e especialista em esclerose m�ltipla, Herval Ribeiro Neto.

"Uma vez que o diagn�stico � fechado, o tratamento tem que ser iniciado o quanto antes para evitar a progress�o da doen�a. As perdas neurol�gicas podem se tornar irrevers�veis se o in�cio do tratamento for tardio", complementa o especialista.

Parte do processo de incorpora��o de qualquer terapia, seja no SUS, seja na ANS, a consulta p�blica aberta para a sociedade civil opinar a respeito da nova incorpora��o contou com mais de tr�s mil depoimentos em 20 dias, entre junho e julho deste ano. M�dicos, cuidadores e principalmente pacientes (por meio das associa��es) se engajaram e se organizaram para ressaltar a import�ncia do acesso a novas terapias para o manejo da doen�a e o direito a tratamentos modernos.

"A incorpora��o de ofatumumabe na cobertura obrigat�ria da rede privada de sa�de � uma conquista dos pacientes de esclerose m�ltipla", diz Lenio Alvarenga, diretor m�dico da Novartis no Brasil. "Quanto mais alternativas de tratamento estiverem dispon�veis para o acesso nos sistemas de sa�de, mais conseguiremos garantir oportunidade aos pacientes de controlarem os sintomas, retardarem a progress�o dessa grave doen�a e, com isso, manterem sua qualidade de vida. Enxergo essa como a nossa principal miss�o com esses pacientes", diz o executivo.

A esclerose m�ltipla tem como causas uma predisposi��o gen�tica associada a fatores externos, que incluem infec��es virais (como o v�rus Epstein-Barr), n�veis baixos de vitamina D prolongadamente, exposi��o ao tabagismoobesidade, por exemplo, em especial na adolesc�ncia. A doen�a � mais incidente em jovens de 20 a 40 anos, e atinge mais mulheres do que homens.