Pesquisa: 6 em cada 10 pessoas n�o praticam atividade f�sica no tempo livre
Com base nos dados da PNS, os cientistas avaliaram a porcentagem de brasileiros que seguem as recomenda��es da OMS de praticar atividades f�sicas
Segundo a organiza��o, 150 minutos semanais destas pr�ticas podem contribuir para a redu��o da mortalidade por doen�as metab�licas, cardiovasculares e alguns tipos de c�ncer
Arquivo/ Jos� Cruz/ Ag�ncia Brasil
Seis entre dez brasileiros adultos n�o seguem as recomenda��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) de 150 minutos semanais de pr�tica de atividades f�sicas no tempo livre. Entre os idosos, a partir de 65 anos, essa taxa aumenta para sete em cada 10. O levantamento feito por pesquisadores do Centro de Pesquisa Cl�nica e Epidemiol�gica da Universidade de S�o Paulo (USP), em parceria com institui��es dos Estados Unidos e Noruega, est� publicado na revista “Epidemiologia e Servi�os de Sa�de”.
O artigo apontou que cerca de 60% das pessoas s�o inativas fisicamente, ou seja, n�o praticam nenhuma atividade f�sica. Entre os idosos com 65 anos ou mais, quase 4% pratica alguma atividade de fortalecimento muscular. Cerca de um quarto (26%) dos adultos � fisicamente ativo e o restante (14%) � insuficientemente ativo. A an�lise usou dados da Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS) de 2019, feita pelo Minist�rio da Sa�de com uma amostra de 88.513 participantes. Esse levantamento utiliza a mesma metodologia do Censo Demogr�fico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), ou seja, � representativa da popula��o brasileira.
Com base nos dados da PNS, os cientistas avaliaram a porcentagem de brasileiros que segue as recomenda��es da OMS de praticar atividades f�sicas aer�bicas, como caminhada, corrida ou andar de bicicleta, e de fortalecimento muscular, como muscula��o, pilates ou yoga. Segundo a organiza��o, 150 minutos semanais destas pr�ticas podem contribuir para a redu��o da mortalidade por doen�as metab�licas, cardiovasculares, alguns tipos de c�ncer (como mama, endom�trio e pr�stata), al�m de contribuir tamb�m para o controle de peso, redu��o da ansiedade e outros problemas de sa�de mental.
Al�m de n�o praticar as atividades recomendadas no tempo livre, um ter�o da popula��o tem uma rotina sedent�ria: passa seis horas ou mais por dia sentada usando celulares, tablets, computadores ou na frente da televis�o. “Ficar muito tempo parado traz muitos preju�zos para a sa�de”, avalia Ar�o Oliveira, epidemiologista e aluno de p�s-doutorado no Centro de Pesquisa Cl�nica e Epidemiol�gica do Hospital Universit�rio da USP, primeiro autor do artigo. “Existem dados robustos sobre benef�cios para a sa�de como a preven��o de doen�as cr�nicas e redu��o de mortalidade precoce para quem cumpre as recomenda��es de atividades f�sicas da OMS”, aponta o pesquisador.
Oliveira ressalta que, por causa da pandemia, a pr�tica de atividade f�sica tenha ca�do ainda mais na popula��o brasileira. “� uma observa��o com base em algumas pesquisas online, sem amostras representativas da popula��o, mas que mostraram que as pessoas fizeram ainda menos atividade f�sica, o que pode impactar at� mesmo na mortalidade de maneira geral, n�o s� relacionada � COVID-19, mas tamb�m por doen�as cr�nicas”, diz o epidemiologista.
Mesmo quando a pessoa tem um trabalho fisicamente ativo, � importante se exercitar no tempo livre. “A modalidade de atividade f�sica que tem mais evid�ncias de benef�cios para a sa�de � aquela praticada no tempo livre”, diz. Na an�lise, Oliveira e seus colegas observaram que mulheres s�o ainda mais inativas do que homens. Entre a popula��o feminina, 63% � fisicamente inativa, enquanto na popula��o masculina, 56% n�o se exercita. “Isso acontece, possivelmente, por quest�es socioculturais relacionadas ao trabalho, afazeres dom�sticos e � maternidade”, pontua.
No artigo, os pesquisadores apontam que � preciso investir em a��es e programas de educa��o na aten��o prim�ria de sa�de, promovendo e prescrevendo atividades f�sicas nas comunidades, cidades e munic�pios. “Esses programas precisam ser subsidiados”, diz Oliveira. Em um estudo multic�ntrico, publicado por pesquisadores de institui��es do Brasil e Estados Unidos, em 2014, apenas 40% de todas as Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) do pa�s apresentavam programas de promo��o de atividades f�sicas.
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