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Est�tica, sa�de e atividade f�sica s�o os principais motivos pelos quais as pessoas consomem suplementos alimentares

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Geralmente associados aos praticantes de muscula��o e exerc�cios f�sicos, os suplementos alimentares tamb�m est�o se tornando presentes nas casas dos brasileiros. No pa�s, entre 2014 e 2020, houve um aumento no consumo dessas subst�ncias, de acordo com dados mais recentes da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Alimentos para Fins Especiais e Cong�neres (Abiad). O levantamento identificou que em 59% dos lares brasileiros pelo menos uma pessoa consome suplementos.

O formato desses produtos � variado e, considerando que o consumo deve ser por via oral, eles podem ser incorporados � alimenta��o de diferentes formas farmac�uticas, como suplemento em p�, c�psula, comprimido, l�quido, gel, barra e pastilha de goma. De qualquer forma, seu prop�sito, como o nome diz, � complementar a alimenta��o do indiv�duo, fornecendo nutrientes, subst�ncias bioativas, enzimas e probi�ticos, seja de forma isolada ou combinada.



Est�tica, sa�de e atividade f�sica s�o os principais motivos pelos quais as pessoas consomem suplementos alimentares. No entanto, a nutricionista esportiva Alessandra Paula Nunes ressalta que � um equ�voco associar automaticamente a pr�tica de atividade f�sica � necessidade de suplementos. Ela explica que "os suplementos alimentares servem para complementar nutrientes e calorias quando a dieta base n�o est� satisfat�ria".

Alessandra alerta para a busca constante pelo "corpo perfeito" e pela melhora no desempenho f�sico, o que tem levado muitas pessoas a buscar suplementos que prometem resultados imediatos. Como esses produtos s�o vendidos sem prescri��o m�dica, o uso inadequado e sem orienta��o tem se tornado mais comum.

O alerta n�o � feito apenas por nutricionistas. A Sociedade Brasileira de Medicina do Exerc�cio e do Esporte tem observado o uso excessivo de suplementos no Brasil, bem como a presen�a de produtos sem embasamento cient�fico, que podem causar danos � sa�de ou agravar condi��es pr�-existentes, quando utilizados de maneira impr�pria.

COQUETEL DE ADITIVOS 

Suplemento, de acordo com o dicion�rio, � algo que supre ou serve para suprir alguma car�ncia. No entanto, ao comprar esse tipo de produto, o consumidor est� ingerindo apenas o que realmente necessita? De acordo com a pesquisa do nutricionista Alexander Marcellus, que analisou oito marcas de suplementos proteicos, foi constatado que alguns desses produtos se assemelham a alimentos ultraprocessados, como macarr�o instant�neo, refrigerante e hamb�rguer industrializado. Esses produtos cont�m corantes, conservantes e flavorizantes que s�o desnecess�rios para o organismo humano.

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Nesse sentido, Alessandra recomenda que o segredo est� em ler a lista de ingredientes, que apresenta todos os componentes do suplemento ou do alimento industrializado. A regra geral � que quanto mais extensa a lista, menor a qualidade do produto. Ela adverte que a adi��o de aditivos qu�micos e subst�ncias sem benef�cios significativos para a sa�de do consumidor costuma aumentar a lista de ingredientes. No caso de multivitam�nicos, � normal que ela seja longa, mas isso � algo que merece aten��o.

MERCADO PROMISSOR 

Ao iniciar sua pesquisa, analisando suplementos frequentemente usados por pacientes com c�ncer, Alexander percebeu que muitos desses produtos cont�m uma quantidade significativa de aditivos alimentares. Ele observou que o suplemento, que deveria ser um exemplo de sa�de, muitas vezes inclui tantas subst�ncias para conservar e agradar o paladar que parece haver mais interesse comercial do que de fato na sa�de das pessoas.

Esse cen�rio n�o � surpreendente. Um estudo publicado pela Future Market Insights (FMI) estima que o mercado global de suplementos alimentares deve ultrapassar cerca de R$ 1,25 trilh�o at� 2025. Os investimentos nesse tipo de produto podem ser notados nas “vestes modernas” dos suplementos e pelas estrat�gias de marketing cada vez mais voltadas para imunidade, for�a e est�tica. Al�m disso, influenciadores s�o frequentemente usados para dar credibilidade aos produtos milagrosos. Nesse meio, compartilha-se informa��es que s�o pouco precisas ou sem comprova��o cient�fica. Isso inclui ch�s emagrecedores e suplementos para ganho de peso, que prometem benef�cios corporais imagin�rios.

A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) disponibiliza em seu portal uma ferramenta que permite verificar os ingredientes permitidos, seus limites m�nimos e m�ximos definidos para cada nutriente, subst�ncia bioativa e enzima, bem como os requisitos de rotulagem e as alega��es aprovadas, juntamente com as condi��es de uso correspondentes.

* Estagi�ria sob supervis�o da editora Ellen Cristie.