
O m�s do orgulho gay e os v�rios eventos, como a parada gay em S�o Paulo e em Horizonte, s�o a��es que estimulam diversas reflex�es sobre cidadania em rela��o a orienta��o sexual, travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e n�o-bin�rias (que n�o se reconhecem nem como homens nem como mulheres), ou seja, a comunidade representada pela sigla LGBTQIAPN+.
A primeira passeata do orgulho ocorreu em 1970 e, atualmente, � um marco da comemora��o, com S�o Paulo tendo realizado a maior do mundo. A liberdade de express�o expandiu e as pessoas buscam se mostrar e se empoderar. A verdade � que j� se registra uma evolu��o social neste sentido, ainda que pequena, contudo, a comunidade est� se movimentando para conquistar mais espa�o. Afinal, anteriormente, por exemplo, a homossexualidade chegou a ser considerada uma doen�a.
Al�m do conv�vio social, um dos maiores desafios, considerado por muitos, � quando se descobrem e v�o se “assumir “ para as fam�lias. Nesse momento, � importante que, mesmo sem entender, os pais acolham e aceitem os filhos, afinal, infelizmente, j� ser�o julgados fora de casa. Assim, � imprescind�vel terem seguran�a e liberdade em casa para serem quem s�o.
J� entre as fam�lias mais tradicionais e conservadoras, � necess�ria uma reconstru��o de valores, de di�logos e de ressignifica��o. Reconstruir � essencial e sempre muito desafiador. A recomenda��o � que os pais pesquisem e estudem para entender que nunca se tratou de “doen�a” ou um “problema”.
A pessoa j� nasce e se identifica com o g�nero diferente de seu f�sico. Por isso, mais informa��es s�o necess�rias para fam�lias, visando contribuir com uma sociedade mais flex�vel e abrangente. Afinal, � poss�vel, sim, construir um mundo melhor para todos com respeito.
A evolu��o e mudan�a de pensamento nos �ltimos anos �, de certa maneira, vis�vel. Por�m, a estrada pela busca por cada vez mais direitos ainda � longa e esburacada, de forma que ainda � preciso lidar com a discrimina��o e, lamentavelmente, outros tipos de viol�ncia al�m da f�sica, como a verbal e psicol�gica. Uma esperan�a est� na presen�a cada vez maior de pessoas LGBTQIAPN ocupando cargos pol�ticos e entendendo muito bem quais mudan�as precisam ser implementadas, sendo alguns, entre eles, os principais representantes.
A primeira deputada federal trans do Brasil, a mineira Duda Salabert, foi eleita na �ltima elei��o, sendo uma representante dessa comunidade. Ela � professora de literatura e ambientalista e teve mais de 200 mil votos. A hist�ria de Duda est� enraizada de sentimentos e vit�rias, ou seja, ela conta o que todos passaram e, nesse “todo”, as pessoas se identificam e se tornam empoderadas tamb�m. A educadora � uma mentora, agrega valor aos LGBTQUIAPN e representa uma oportunidade, apesar das dificuldades e do sofrimento que enfrentam diariamente.
A quest�o da orienta��o sexual e o amor entre iguais n�o �, e n�o deve ser, motivo de vergonha, sendo um sentimento experienciado por todos os seres humanos. N�o � determinado com base no sexo de nascimento e n�o se deve esconder quem realmente � e ama por medo da rea��o da fam�lia e da viol�ncia do mundo, promovida pelo pensamento limitado de algumas pessoas.
O que precisa ficar claro � que a real quest�o est� no conflito de gera��o. Qual a gera��o e como essa gera��o encara a orienta��o sexual? De acordo com cada gera��o, existe um conflito de gera��o.

Afinal, para se ter uma ideia, ocorre uma disputa por territ�rio. Isso quer dizer que, se eu n�o concordo, ent�o todo mundo n�o deve concordar, porque eu fa�o parte dessa gera��o que abomina o fato. Dessa forma, quanto mais gera��es passadas se posicionam, mais � um “n�o” e mais � um “n�o aceito”.
A gera��o atual � uma gera��o mais “google”. � mais cibern�tica, buscando informa��o r�pida. As pessoas n�o t�m nem tempo de permitir ou n�o. Acontece. Vai acontecendo. N�o tem opini�o. N�o tem cr�tica, Tudo para ser contra costumes anteriores t� valendo. � uma gera��o que n�o aceita frustra��o e, assim, n�o cresce, n�o tem autonomia nem maturidade. A quest�o n�o � aceitar ou n�o.
A quest�o � respeitar o que os outros querem. � preciso respeitar todas as escolhas em rela��o � orienta��o sexual, independentemente do credo e da posi��o, enquanto ser humano socialmente estruturado. Respeito � essencial.
Agora, a consequ�ncia em rela��o a uma escolha, cada um ter� de lidar com a sua e isso � outra situa��o. A quest�o n�o � amor. � a orienta��o sexual e ponto.