
Quando eu visitei a It�lia pela primeira vez, no ano de 2013, lembro que voltei impressionada com a riqueza dos lugares, da arquitetura e da cultura do pa�s. Mas confesso que algo particular chamou a minha aten��o: o tomate.
Com uma tonalidade �nica e um sabor incompar�vel, ele foi um ingrediente marcante em todas as refei��es que eu fiz durante os dias em que estive por l�.
Por essa raz�o que eu recebi, com alegria, o convite da C�mara Italiana e do cons�rcio Oi Pomodoro Centro Sud, para viver uma jornada de experi�ncias e de pesquisas a respeito do tomate italiano.
A jornada, que teve in�cio na regi�o de Napoli, faz parte da Campanha Meu Tomat�, que tem o objetivo de promover os tomates italianos de qualidade e mostrar ao mundo a for�a desse ingrediente. Ao longo de 5 dias, todo o processo de produ��o foi apresentado em uma experi�ncia completa, do campo at� a mesa.
Logo nos primeiros dias da experi�ncia eu ouvi, do Michele Sabatino, representante do Cons�rcio, uma das frases mais marcantes da viagem: “A vida � mais feliz com tomates”.
Imposs�vel discordar, afinal, o que seriam das nossas massas, pizzas e molhos, sem os tomates?

E � claro: os tomates italianos s�o inconfund�veis em forma e tamanho. Eles s�o mais alongados, possuem casca fina, polpa densa e poucas sementes. Isso se d� em raz�o das caracter�sticas do solo e do clima mediterr�neo que proporciona ver�es quentes e secos, favorecendo a planta��o.
Entre as variedades, o San Marzano, cultivado nas encostas vulc�nicas do Ves�vio, se destaca como um verdadeiro embaixador da tradi��o culin�ria italiana. Ele tem a certifica��o "Denomina��o de Origem Protegida" (DOP), e garante autenticidade e origem geogr�fica.
Por�m, na regi�o de Foggia, na Puglia, mais de 20 mil hectares de planta��es produzem a maioria dos tomates destinados a serem pelados, especialmente da variedade Taylor, que � similar ao famoso San Marzano.
Ap�s a temporada de colheita, entre os meses de julho a setembro, esses tomates passam por um processo de conserva��o imediato, o que permite o consumo durante todo o ano, mantendo o frescor.
O interessante � que ap�s as experi�ncias no campo, o processo de conserva��o desse produto foi apresentado em detalhes durante visitas que foram realizadas �s empresas La Doria e Ciao.
A La Doria tem como foco r�tulos privados para clientes de supermercados, entre eles, por exemplo, o Supermercado Verdemar. A Ciao, por sua vez, exporta com marca pr�pria para 95 pa�ses e � l�der na produ��o de tomates pelados e polpa.
A conserva��o � extremamente interessante e come�a na separa��o dos produtos. Os frutos que n�o atendem o padr�o de qualidade s�o descartados e enviados para a produ��o de alimentos para animais, e os produtos escolhidos seguem para o tratamento.
Conv�m destacar que s�o realizadas confer�ncias no campo, durante a colheita, e na chegada. Por�m, ap�s serem lavados, acontece uma nova separa��o - primeiro por uma m�quina, e depois por mais uma equipe treinada.
Ou seja: a qualidade � a maior preocupa��o das empresas.
Mas o que me surpreendeu n�o foi a informa��o de que a It�lia � a terceira maior importadora de tomates do mundo, mas sim saber que o Brasil est� entre os principais clientes desse produto, e todas as estat�sticas revelam um mercado em crescimento constante.
Com as iniciativas da Meu Tomat�, que est�o programadas at� o ano de 2025, o objetivo � conscientizar ainda mais o p�blico brasileiro a respeito do produto e mostrar, por meio de chefs, restaurantes e venda direta em supermercados, todo o diferencial da produ��o, do sabor e da qualidade.
A partir deste m�s de outubro, os eventos come�ar�o a ser organizados em restaurantes, como uma primeira forma de apresentar esse ingrediente em receitas. Aqui em Belo Horizonte, vale ficar atento �s programa��es de restaurantes aut�nticos como o Est! Est!! Est!!! e a La Vera Pizza.
Ambos possuem selos de Ospitalit� Italiana e s�o os escolhidos pela C�mara para a realiza��o de eventos, tendo em vista que preservam, na integralidade, as tradi��es italianas em rela��o ao uso de ingredientes e ao modo de fazer.
Como os mineiros, os italianos levam a s�rio a identidade gastron�mica, e isso envolve considerar ingredientes locais, pessoas e respeito ao modo de fazer, que marcam uma regi�o e formam uma cultura.
E foi pensando nesse modo de fazer que vivemos uma experi�ncia de preparar nosso pr�prio molho italiano e a nossa aut�ntica pizza napolitana, em uma casa de fam�lia.
Falando em Pizza Napolitana, em Napoli o Ristorante Pizzeria Umberto, que existe desde 1916, � uma parada obrigat�ria.
Atualmente, o respons�vel pela casa � o Presidente da Associa��o da Verdadeira Pizza Napolitana, que confere o t�tulo de aut�ntica pizza napolitana a estabelecimentos espalhados em diversos lugares do mundo. Ele explicou que uma pizza s� pode ser considerada napolitana quando � preparada apenas com farinha, fermento natural, �gua e sal.
Mas, al�m disso, existem fatores centrais para o reconhecimento dessa autenticidade: forma de cozimento, abertura da massa � m�o, sem uso de rolo ou equipamento mec�nico, massa que cresce em temperatura ambiente e uso de produtos t�picos. Fica essa informa��o aos curiosos!
Se a vida � o resumo das nossas experi�ncias, essa certamente me marcou.
E deixo aqui meu conselho: quando encontrar um tomate italiano, aqui ou em qualquer lugar do mundo, apenas coma e seja feliz!
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