
Na era digital atual, a acessibilidade � pornografia atingiu n�veis sem precedentes. Com uma simples conex�o � internet, qualquer pessoa pode assistir a conte�dos totalmente expl�citos, gratuitos e, num primeiro momento, extremamente gratificantes aos centros de prazer do c�rebro - respons�vel pela libera��o de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao prazer e � recompensa.
Quando uma pessoa assiste a conte�do pornogr�fico, o c�rebro libera uma grande quantidade de dopamina. Isso pode levar a um aumento da toler�ncia � pornografia, o que significa que a pessoa precisa de cada vez mais est�mulos para obter o mesmo n�vel de prazer.
Por isso, a repeti��o da exposi��o � pornografia pode levar � depend�ncia e prejudicar a capacidade de estabelecer conex�es significativas com parceiros da vida real, por causa da dificuldade em ficar excitados ou satisfeitos sem a estimula��o visual que a pornografia proporciona.
A pornografia � muitas vezes usada como um al�vio f�cil durante momentos solit�rios e tristes devido � sua acessibilidade, levando � insensibilidade emocional e desconex�o nos relacionamentos.
As pesquisas nos mostram ainda que o consumo de pornografia pode desenvolver disfun��es sexuais como: ejacula��o retardada, ejacula��o precoce e falta de desejo sexual.
A ejacula��o retardada acontece por perda de sensibilidade, enquanto a ejacula��o precoce ocorre porque se aprende que tudo pode ser r�pido. A falta de desejo surge da compara��o com imagens irreais, causando desconex�o emocional; o c�rebro, crucial na sexualidade, busca est�mulo visual ao inv�s de intimidade emocional.
De uma perspectiva neurocient�fica, imagens n�o reais podem ter um impacto significativo nos processos emocionais, cognitivos e perceptuais do c�rebro. Ela explica que a neuroplasticidade do c�rebro (a capacidade do c�rebro de se adaptar e reorganizar em resposta �s experi�ncias) ativa as vias de recompensa no c�rebro e os repetidos est�mulos fortalecem as conex�es neurais associadas � excita��o sexual e ao prazer. Com o tempo, esse comportamento potencializa o isolamento e, a cada novo relacionamento, o c�rebro prioriza a intimidade sexual, causando uma desconex�o emocional com o outro.
Pesquisas conduzidas por Willoughby, Carroll e Busby (2016), publicadas na revista Archives of Sexual Behavior, descobriram que o consumo de pornografia estava associado a uma menor qualidade nos relacionamentos e a uma diminui��o na satisfa��o sexual.
Outras pesquisas de Perry, White e Perry (2013), publicadas na revista Family Life and Sexual Health, mostraram que os parceiros de pessoas com v�cio em pornografia relataram sentir-se tra�dos e magoados, levando a uma quebra na confian�a e na intimidade.
J� as pesquisas de Mark e Janssen (2011), na revista Sexual and Relationship Therapy, discutiram como os casais muitas vezes enfrentam dificuldades para se comunicar abertamente sobre o uso de pornografia, levando a mal-entendidos e a um distanciamento adicional nos relacionamentos.
O pre�o que o consumo de pornografia pode cobrar nos relacionamentos � muito alto. Ser� que vale a pena?
� indiscut�vel a necessidade de tratamento qualificado para as pessoas envolvidas com a depend�ncia de pornografia. Elas precisam buscar um profissional especialista em relacionamento e sexualidade.