
Vivemos na era da fragmenta��o: fragmentamos rela��es pessoais; o tempo e o trabalho n�o seriam diferentes. A ideia do emprego vital�cio, em que se projetava o futuro da gera��o X (nascidos entre 1960 a 1981) muda radicalmente no contexto das gera��es Y ou millennials (nascidos entre 1982 a 1994) e Z ou p�s-millennials (nascidos entre 1995 a 2010).
Para a gera��o X, que viveu o per�odo que se seguiu � Segunda Grande Guerra, a seguran�a do emprego era a busca mais constante, sem muitos idealismos. Sobreviver aos tempos dif�ceis da reconstru��o global p�s-guerra, definiu muito da postura adotada a partir de meados do S�culo XX.
S�o trabalhadores que t�m, entre outras caracter�sticas, o respeito ao quadro hier�rquico tradicional e tendem a ser fi�is, permanecendo por longo tempo, �s vezes por toda uma vida, em uma mesma empresa. � um grupo que deseja ser reconhecido pelo empregador pelo seu justo valor.
A exig�ncia, o rigor e o esfor�o s�o palavras de ordem que os caracterizam, em um momento hist�rico em que a “for�a de trabalho” era mais recrutada que a qualifica��o nas tecnologias digitais dos tempos atuais.
Hoje, as habilidades tecnol�gicas determinam muito a perman�ncia no emprego.
Os millennial, os nativos digitais, s�o os mais afetados por essa exig�ncia. Entre eles, � comum a mudan�a de trabalho ao longo de um ano devido a essa depend�ncia tecnol�gica e � pr�pria postura perante o emprego.
Os millennial, os nativos digitais, s�o os mais afetados por essa exig�ncia. Entre eles, � comum a mudan�a de trabalho ao longo de um ano devido a essa depend�ncia tecnol�gica e � pr�pria postura perante o emprego.
Os workaholic do passado foram substitu�dos por um grupo mais narcisista e mimado, que anseia empregos bem sucedidos e qualidade de vida imediatos. Nem sempre isso � alcan�ado sem muito esfor�o, e eles n�o parecem t�o dispostos a dedicar tanto s� em nome da realiza��o profissional, se isso n�o for acompanhado de um prazer associado.
Um aspecto marcante dessa gera��o � ser mais egoc�ntrica, estruturada, de acordo com muitos estudos, nos princ�pios do eu-eu-eu. Isso � considerado como uma das causas da efemeridade atual do mundo do trabalho. Eles s�o chamados de individualistas, socialmente conscientes, criativos, estressados, diversos e aut�nticos e, at� 2025, eles representar�o quase 30% da for�a de trabalho global.
Muitos buscam, na tentativa de conciliar seus desejos, maior flexibilidade e mobilidade na profiss�o para atingirem as metas de sucesso e bem-estar. Da� surgem os “Slashers”. O termo foi cunhado, em 2007, pela jornalista Marci Alboher, em um artigo no New York Times, para se referir � versatilidade do trabalho.
Corresponde a um grupo de jovens adultos, com idade entre 20 e 35 anos, que se distinguem, geralmente, por um alto n�vel de escolaridade e trabalham de forma independente, em m�ltiplas profiss�es ao mesmo tempo, diferentemente da gera��o anterior, mais aprisionada a uma �nica modalidade de trabalho.
Corresponde a um grupo de jovens adultos, com idade entre 20 e 35 anos, que se distinguem, geralmente, por um alto n�vel de escolaridade e trabalham de forma independente, em m�ltiplas profiss�es ao mesmo tempo, diferentemente da gera��o anterior, mais aprisionada a uma �nica modalidade de trabalho.
Em compara��o com os antecessores, esse grupo de indiv�duos viajou mais e foi mais exposto a v�rias escolhas de vida e carreira. Gra�as � internet, ficou mais f�cil fazer malabarismo com mais de um trabalho. Portanto, em vez de se concentrar em um emprego fixo para pagar as contas, eles esperam uma oportunidade, n�o apenas para atender as suas necessidades financeiras, mas tamb�m espirituais.
Todavia h� aqueles que, devido aos baixos sal�rios, menor qualifica��o e �s incertezas dos trabalhos virtuais, desenvolvem sistemas variados para fugir das crises e se entregam a diversas fun��es. Criam dessa forma a escolha da pluriatividade por necessidade e n�o apenas por op��o, como era o caso, originalmente.
A uberiza��o crescente � uma demonstra��o dessa realidade. � o trabalhador just-in-time. No Brasil, em 2019, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD), eram mais de 3,8 milh�es de pessoas cuja renda dependia dos aplicativos.
� importante ressaltar que a qualifica��o para a fun��o nem sempre implica longevidade do emprego. Bons profissionais s�o demitidos, em diversas �reas, para reduzir custos empresariais ou para que o empregador ajuste a folha de pagamento �s novas realidades tecnol�gicas, menos onerosas e mais lucrativas. � o capitalismo, amargo na sua ess�ncia.
Outra constata��o � que os mais jovens, pertencentes � gera��o Z, s�o os mais afetados pelo desemprego. Nos pa�ses da Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE), segundo dados do F�rum Econ�mico Mundial, a taxa � quase duas vezes superior, em compara��o com os demais grupos et�rios.
E o momento atual para essa gera��o trabalhadora, mais nova, n�o poderia ser pior. Esse grupo est� come�ando a se formar nas faculdades, ou ainda concluindo o Ensino M�dio, para depois dar in�cio � procura por trabalhos e carreiras. Vai encontrar muitos desafios e obst�culos nesse percurso, englobado pela ind�stria 4.0 e todo aparato de tecnologias, que avan�am em ritmo alucinante, substituindo, cada vez mais, a m�o de obra.
E o momento atual para essa gera��o trabalhadora, mais nova, n�o poderia ser pior. Esse grupo est� come�ando a se formar nas faculdades, ou ainda concluindo o Ensino M�dio, para depois dar in�cio � procura por trabalhos e carreiras. Vai encontrar muitos desafios e obst�culos nesse percurso, englobado pela ind�stria 4.0 e todo aparato de tecnologias, que avan�am em ritmo alucinante, substituindo, cada vez mais, a m�o de obra.
O desemprego que atualmente afeta essa gera��o pode deixar cicatrizes complexas adiante. Os longos per�odos sem trabalho, em uma fase em que, geralmente, ganham experi�ncias e treinamento, poder� afet�-los por toda a vida, porque, sem esses requisitos, a capacidade de crescer na carreira pode ser muito reduzida.
Aumentam-se tamb�m os riscos de aceitarem empregos com sal�rios mais baixos, o que os coloca
em um caminho de ganhos comparativamente menores no futuro.
Mas h� pontos positivos para essa gera��o: s�o mais favor�veis � estabilidade no trabalho (menos exigentes com as fun��es, obrigatoriamente, apaixonantes de antes) e mais conscientes financeiramente do que outros (nos pa�ses desenvolvidos, eram crian�as durante a crise de 2008, vivenciaram as dificuldades familiares e se tornaram mais cautelosos); � a primeira gera��o digital - crescerem sem qualquer mem�ria de um tempo antes da internet- e isso pode significar que s�o pioneiros em carreiras
independentemente da localiza��o, por isso podem criar outros fluxos de receita e novas maneiras de definir o trabalho. O amanh� dir� como v�o se safar das adversidades.
No dia de hoje, 01 de maio, h� 137 anos, ocorria em Chicago, nos Estados Unidos, uma greve generalizada, com mais de 400 mil servidores que exigiam jornada de 8 horas de trabalho. A forte resist�ncia dos patr�es prolonga o movimento. No dia 3 de maio, as tens�es aumentam em frente �s f�bricas. A pol�cia ataca a multid�o e o ex�rcito interv�m, causando 6 mortes e muitos feridos. No dia seguinte, uma bomba foi
detonada (autor desconhecido), matando policiais e civis.
O evento inspirou, no dia 01 de maio de 1890, um encontro da Internacional Socialista, em Paris, quando adotaram a data como o feriado em homenagem aos direitos dos trabalhadores, agora conhecido como Dia Internacional do Trabalhador, comemorado em muitos pa�ses. Nos EUA, distintamente, a data � festejada na primeira segunda-feira de setembro.
Os trabalhadores daqueles tempos, mulheres e homens, exigiam uma tripla demanda: 8 horas de trabalho, 8 horas de sono, 8 horas de lazer. Hoje, n�o h� muito o que celebrar. Um n�mero crescente trabalhadores n�o t�m 8 horas de sono tranquilas, nem 8 horas lazer, pois n�o possuem 8 horas de trabalho asseguradas.
O desemprego e as incertezas n�o alimentam os festejos. O rio longo e silencioso do passado est� turbulento e amedrontador. N�o se regozija com o medo.