
Na coluna anterior, falamos um pouco sobre o que � a confer�ncia e seus principais pontos e expectativas.
Esse fundo de repara��o, ou perdas e danos, para fazer frente a preju�zos hist�ricos de pa�ses mais pobres e fragilizados pelas altera��es clim�ticas era pleiteada h� d�cadas. Afinal, nada mais justo que aqueles que deram maior parte da causa aos desequil�brios clim�ticos hoje existentes, os pa�ses desenvolvidos e ricos, arquem com sua responsabilidade, afinal se moldaram socioeconomicamente, em grande parte, em cima de uma desregulamenta��o e desresponsabiliza��o ambiental.
Como dissemos no artigo anterior, a emerg�ncia clim�tica afeta o planeta com os extremos de seca e chuvas, calor e frio, redu��o da camada de oz�nio e v�rios outros desdobramentos. Mas seus efeitos mais graves incidem sobre a base da popula��o mundial composta por pessoas vulner�veis e pobres.
Mas mesmo com a esse compromisso de cria��o do fundo, ainda h� muito ch�o a se percorrer para sua efic�cia, j� que ainda h� que se construir suas regras de operacionaliza��o, quem entra e montante a ser disponibilizado pelos participantes. E esse compromisso ficou acertado para a COP28.
J� em rela��o aos combust�veis f�sseis (petr�leo, carv�o mineral e g�s natural), que respondem por quase 90% das emiss�es lan�adas na atmosfera, nada aconteceu. Apenas para se ter mais uma ideia da gravidade da situa��o, de acordo com pesquisa divulgada no evento, se apenas a queima de carv�o continuar no ritmo atual, isso seria capaz de levar o mundo a ultrapassar o limite de 1,5°C de aumento na temperatura m�dia global em rela��o aos valores pr�-industriais.
Em rela��o a financiamentos, tamb�m n�o houve nenhuma novidade, em que pese o posicionamento do enviado americano John Kerry no sentido de mobilizar os bancos nacionais de desenvolvimento a constru�rem linhas s�lidas, chegando a falar em “centenas de bilh�es de d�lares” para fazer frente aos desafios. Ressalte-se que hoje a ONU defende algo em torno de U$ 2oo bilh�es anuais para fazer frente �s necessidades de mitiga��o e adapta��o por parte de grandes empresas e pa�ses.
Mesmo havendo promessas nos �ltimos anos, nada nesse sentido foi definido na COP27.
Por fim, dentro dos principais aspectos das discuss�es, a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em rela��o ao per�odo pr�-industrial, foi mantida sem altera��es, o que gerou cr�ticas, j� que era considerada bastante vaga em termos operacionais, desde sua cria��o na COP21(Acordo de Paris).
Dessa forma, n�o h� como negar que acordos globais s�o sempre muito complexos de serem fechados. A COP27 entrega uma grande conquista mas muitos desafios permanecem. E os efeitos dos desequil�brios clim�ticos est�o cada vez mais impactantes e cr�ticos. H� muito trabalho at� 2030.