Estudo analisa 227 m�scaras de prote��o comercializadas no Brasil

O uso de m�scaras de prote��o se tornou h�bito necess�rio em meio � pandemia de COVID-19. Inclusive, as feitas de pano s�o uma das mais usadas, haja vista a possibilidade de reutiliza��o e a facilidade de confec��o caseira. Por�m, elas s�o as menos eficientes como preven��o de inala��o de part�culas contaminadas pelo Sars-Cov-2. � o que aponta estudo conduzido no Instituto de F�sica da Universidade de S�o Paulo (IF-USP). 

Segundo os dados da pesquisa, as m�scaras de pano apresentam capacidade de filtragem de part�culas de aerossol com tamanho equivalente ao do novo coronav�rus em torno de 15% e 70%, valores menores do que as de outras m�scaras dispon�veis no mercado. Por�m, para o coordenador do estudo, o professor Paulo Artaxo, o uso da m�scara, ainda que seja de pano, � essencial para evitar a prolifera��o do v�rus. 

“Fizemos muitas an�lises de m�scaras feitas de pano, com tecido de algod�o, de camiseta e de microfibra, por exemplo, e essas m�scaras forneceram uma efici�ncia que varia muito de acordo com a qualidade do tecido. A m�dia de efici�ncia foi de 40%. Elas n�o protegem t�o bem quanto as m�scaras de TNT – segunda mais eficiente –, mas � importante o uso de m�scara, mesmo que seja de algod�o, o m�ximo poss�vel, porque ela reduz ao menos pela metade a chance de inalar o coronav�rus, que causa a COVID-19.” 

Fernando Morais, doutorando no IF-USP e no Instituto de Pesquisas Energ�ticas e Nucleares (Ipen) e um dos autores do estudo, comenta que a efici�nica menor das m�scaras de pano pode, e tem, rela��o com a costura e lavagem. “De modo geral, m�scaras com costura no meio protegem menos, pois a m�quina faz furos no tecido que aumentam a passagem de ar. Por outro lado, a presen�a de um clipe nasal, que ajuda a fixar a m�scara no rosto, aumenta a filtra��o pelo melhor ajuste no rosto.” 

“Al�m disso, algumas m�scaras de tecido s�o feitas com fibras met�licas que inativam o v�rus, como n�quel ou cobre, e por isso protegem mais. E h� ainda modelos de material eletricamente carregado, que aumenta a reten��o das part�culas. Em todos esses casos, por�m, a efici�ncia diminui com a lavagem, pois h� desgaste do material”, conclui. 

Enquanto isso, as m�scaras mais eficazes foram as chamadas N95, normalmente usadas por m�dicos e cirurgi�es em ambientes de alto risco de infec��o, como hospitais. A efic�cia, segundo os �ndices apresentados pelo estudo, financiado pela Fapesp (Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo), varia entre 95% e 98%. “Ou seja, elas filtram a enorme maioria dos v�rus”, pontua Paulo Artaxo. 

 

 

Em “segundo lugar”, as m�scaras feitas de TNT, vendidas em farm�cias, s�o �timas op��es tamb�m, e inclusive s�o as mais indicadas do ponto de vista custo-benef�cio. “Essas m�scaras s�o relativamente baratas e t�m efici�ncia de coleta muito boa, em torno de 60% e 90%. Por isso, � a m�scara mais indicada com melhor rela��o custo-benef�cio. Elas s�o feitas de um tecido que parece mais um pl�stico, que repele �gua e, portanto, n�o ficam t�o �midas quanto as de pano. E elas protegem efetivamente uma pessoa em ambiente contaminado.” 

 

Uma reclama��o recorrente durante o uso de m�scaras � sobre o “abafamento” provocado por alguns modelos, diminuindo a capacidade de respira��o. Nesse cen�rio, uma das novidades do estudo, conforme o coordenador da pesquisa, foi avaliar a respirabilidade das m�scaras. Ou seja, a resist�ncia do material � passagem de ar. 

“As de TNT e de algod�o foram as melhores nesse quesito. J� as do tipo PFF2/N95 n�o se mostraram t�o confort�veis. Mas a pior foi uma de papel. Esse � um aspecto importante, pois se a pessoa n�o aguenta ficar nem cinco minutos com a m�scara, n�o adianta nada”, afirma Paulo Artaxo.

No caso das m�scaras de pano, o estudo apontou que as de algod�o de duas camadas filtraram consideravelmente mais as part�culas de aerossol que as feitas com apenas uma. Mas, a partir da terceira camada, a efici�ncia aumentou pouco, ao mesmo passo que a respirabilidade diminuiu consideravelmente. 

 

"As tr�s coisas principais para se evitar pegar COVID-19 �: primeiro, use sempre m�scara. A segunda recomenda��o �: continue a manter o distanciamento social, e a terceira indica��o � sempre ventilar o m�ximo poss�vel os ambientes."

Paulo Artaxo, coordenador do estudo

 

Apesar disso e haja vista as considera��es, o estudo conclui que todas as m�scaras ajudam a reduzir a propaga��o do novo coronav�rus e seu uso, associado ao distanciamento social, � fundamental no controle da pandemia. Ainda, de acordo com os respons�veis pelo estudo, o ideal seria a produ��o em massa de m�scaras do tipo PFF2/N95 para distribuir gratuitamente � popula��o.

Isso, inclusive, “deveria ser considerado em futuras pandemias”, avalia Vanderley John, coordenador da iniciativa "respire!", organizada pela Ag�ncia de Inova��o da USP, e coautor do estudo. 

Na pesquisa, foram analisadas 227 m�scaras diferentes, todos elas dos tipos comercializados no Brasil. E por que se resolveu estudar sobre essas m�scaras? De acordo com o coordenador do estudo Paulo Artaxo, para responder um questionamento recorrente: “As m�scaras protegem contra a COVID-19 com que efici�ncia?”.  

Assim, a an�lise foi feita com um equipamento que produz, a partir de uma solu��o de cloreto de s�dio, part�culas de aerossol de tamanho controlado – no caso 100 nan�metros, valores pr�ximos ao do Sars-Cov-2, que tem aproximadamente 120 nan�metros.  

Ent�o, o jato de aerossol foi lan�ado no ar e a concentra��o de part�culas foi medida antes e depois da m�scara. Os resultados foram divulgados na revista “Aerosol Science and Technology”. Agora, ao ter a resposta para tantos questionamentos, Paulo Artaxo faz um alerta: “As tr�s coisas principais para se evitar pegar COVID-19 �: primeiro, use sempre m�scara. Sempre que sair e em qualquer ambiente p�blico, use m�scara.” 

“A segunda recomenda��o �: continue a manter o distanciamento social, a COVID-19 passa de pessoa para pessoa pelo ar, ent�o evite ficar em locais fechados, porque mesmo pessoas contaminadas pelo v�rus podem n�o ter sintomas e o contaminar, podendo levar a �bito. A terceira recomenda��o � sempre ventilar o m�ximo poss�vel os ambientes, ent�o, mantenham as janelas e portas abertas, isso ajuda muito na preven��o da contamina��o.” 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram

 

Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

• Oxford/Astrazeneca

• CoronaVac/Butantan

• Janssen

• Pfizer

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

• Febre
• Tosse
• Falta de ar e dificuldade para respirar
• Problemas g�stricos
• Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

• Pneumonia
• S�ndrome respirat�ria aguda severa
• Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas

[VIDEO4]

 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

• Veja onde est�o concentrados os casos em BH

• Coronav�rus: o que fazer com roupas, acess�rios e sapatos ao voltar para casa

• Animais de estima��o no ambiente dom�stico precisam de aten��o especial

• Coronav�rus x gripe espanhola em BH: erros (e solu��es) s�o os mesmos de 100 anos atr�s