
As quedas de temperaturas registradas durante o outono e o inverno podem aumentar em at� 20% as chances de se ter um AVC (acidente vascular cerebral), de acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia. Isso acontece porque a sensa��o de frio eleva a press�o arterial, uma das principais causas do problema.
Para manter a temperatura do corpo, os vasos sangu�neos entram em vasoconstri��o, ou seja, diminuem a concentra��o de sangue para evitar a perda de calor. Esse comportamento aumenta a press�o arterial sist�mica, por isso as patologias vasculares t�m uma maior ocorr�ncia durante o frio.
"Uma das possibilidades e teorias que existem � que alguns fatores de risco que j� s�o naturalmente respons�veis por estarem associados ao AVC podem ficar mais desregulados no per�odo do frio, como por exemplo, o aumento da press�o sangu�nea, o aumento da propens�o de fen�menos de coagula��o dentro da circula��o sangu�nea. Aalguns estudos colocam tamb�m a possibilidade de aumento dos n�veis de colesterol e o aumento da chance de ter AVC por conta de um �mbolo que tem origem no cora��o ou em grandes vasos", explica o neurocirurgi�o Felipe Mendes.
Com a redu��o das mortes por COVID-19, o AVC e o infarto voltaram a ser as principais causas de �bito no Brasil, segundo dados do Portal de Transpar�ncia dos Cart�rios de Registro Civil do Brasil. Entre as doen�as cardiovasculares, o AVC � a principal causa de morte, sendo respons�vel por 10% de todas elas, principalmente entre a popula��o com mais de 75 anos e mulheres.
O acidente vascular cerebral pode ser dividido em dois grupos: hemorr�gico e isqu�mico. O primeiro decorre de uma hemorragia causada pelo rompimento de um vaso cerebral; j� o segundo tipo, que representa 85% dos casos, pode ser causado pela morte de c�lulas cerebrais em fun��o da obstru��o de uma art�ria, por trombose ou por embolia.
A preven��o para esse tipo de problema n�o se d� de forma imediata durante as esta��es mais frias. � preciso manter h�bitos saud�veis ao longo da vida como, praticar atividades f�sicas, ir regularmente ao m�dico e evitar o tabagismo e o sedentarismo - fatores que aumentam a predisposi��o para ocorr�ncia de um AVC.
"O mesmo tipo de preven��o que se deve ter em qualquer �poca vai valer tamb�m no inverno. Tamb�m � importante estar atento aos outros fatores de risco que j� s�o classicamente conhecidos do AVC, como por exemplo, controle da press�o arterial, controle do colesterol, controle do diabetes e manter o estado de hidrata��o, j� que no frio as pessoas tendem a ingerir menos l�quido", completa o especialista.
Sintomas
O m�dico esclarece que o AVC pode ocorrer, inicialmente, com sintomas leves e depois evoluir para um quadro mais grave, ou j� se manifestar de forma aguda.
Ele se caracteriza por um um comprometimento do c�rebro ou um d�ficit neurol�gico, seja motor, com a diminui��o da for�a em um bra�o ou perna, uma perda de vis�o ou quando o paciente come�a a rebaixar a consci�ncia.
Sintomas como fraqueza e formigamento apenas em um lado do corpo, seja na face, bra�os ou pernas, altera��es na fala ou na compreens�o e dor de cabe�a s�bita sem causa aparente tamb�m podem ser sinais.
"Podemos antes de chegar no tratamento, falar sobre a import�ncia dentro dessa �poca de maior risco e maior incid�ncia de AVC, que as pessoas e familiares estejam mais atentos aos sinais que podem sugerir tal diagn�stico. Diante de qualquer sinal, � fundamental procurar servi�o de urg�ncia o mais r�pido poss�vel para que o paciente tenha uma aten��o profissional e o melhor e mais efetivo tratamento", finaliza Mendes.
*Estagi�ria sob supervis�o