(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas JUSTI�A POR GENIVALDO

At� quando um homem negro pode ser asfixiado no cambur�o pela pol�cia

Genivaldo, de 38 anos, foi asfixiado at� a morte em um cambur�o da Pol�cia Rodovi�ria Federal em Umba�ba, em Sergipe


27/05/2022 06:00 - atualizado 27/05/2022 15:20

Desenho mostra Genivaldo do peito pra cima, um homem negro, de boné e camisa pretos, com a frase 'Justiça por Genivaldo' escrito em tons de amarelo na altura do peito
Arte criada pelo artista Cristiano Siqueira para demonstrar indigna��o pela viol�ncia policial contra pessoas negras (foto: Reprodu��o/ Arte do ilustrador Cristiano Siqueira)


As imagens das pernas de um homem negro que se contorce dentro de um cambur�o da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Umba�ba, em Sergipe, s�o agoniantes. A cena fica pior quando se v� a fuma�a branca dentro do carro, e o alerta de quem filme de que ele morreria. E o desfecho n�o foi outro: Genivaldo de Jesus dos Santos, de 38 anos, foi asfixiado at� a morte no porta-malas que foi transformado em c�mara de g�s.

 

O assassinato foi na mesma data, 25 de maio, da morte de George Floyd nos Estados Unidos, dois anos atr�s. Tamb�m um homem negro morto asfixiado pela pol�cia, de forma cruel, um golpe que o impediu de respirar. L� nos Estados Unidos n�o houve d�vida que se tratava de um assassinato com motiva��o racial. 

 

Aqui no Brasil, a rela��o entre a crueldade do assassinato de Genivaldo e a cor da pele dele � apagada, colocada embaixo do tapete, a n�o ser pelos movimentos negros, que n�o � de hoje  denunciam a viol�ncia do Estado brasileiro contra pessoas negras - pretas e pardas. Segundo a fam�lia, o homem era v�tima de esquizofrenia e tomava rem�dios controlados. Ele era casado e deixou dois filhos.

 

A PRF emitiu nota em que afirma que os agentes empregaram "t�cnicas de imobiliza��o e instrumentos de menor potencial ofensivo" porque Genivaldo resistiu � abordagem. 

 

A licen�a para se matar pessoas negras em opera��es policiais passou a fazer parte de uma ideia de seguran�a p�blica, nos �ltimos anos no pa�s. O presidente da Rep�blica Jair Bolsonaro, na �poca da campanha eleitoral, apresentou como proposta de que as mortes cometidas por policiais em servi�o sequer seriam investigadas. Proposta semelhante foi apresentada pelo ex-juiz Sergio Moro quando ele ocupou o Minist�rio da Justi�a no governo Bolsonaro. Ao ser questionado sobre o assassinato de Genivaldo Bolsonaro, disse que n�o sabia do fato e que iria "se inteirar com a PRF".

 

Na �poca do assassinato de George Floyd, vimos uma como��o de grande parte da sociedade brasileira, com manifesta��es nas redes sociais contra o racismo.

 

Mas por que n�o estamos vendo a mesma como��o e mobiliza��o em rela��o ao assassinato de Genivaldo?

 

Uma hip�tese � que as pessoas e at� mesmo as autoridades n�o veem para o ato uma motiva��o racial. Mas quando se analisa o perfil de pessoas mortas em opera��es policiais, quase sempre em favelas, quase na totalidade as v�timas s�o negras.


Em 2019, a menina �gatha Vit�ria Sales F�lix, de 8 anos, foi morta quando voltava para casa com a m�e, na noite de sexta-feira (20), no Complexo do Alem�o, na Zona Norte do Rio. 

Jo�o Pedro foi morto em maio de 2020, no Complexo do Salgueiro, em S�o Gon�alo (RJ), durante uma a��o conjunta das pol�cias Civil e Federal. 

 

Em junho de 2021, a designer de interiores Kathlen Romeu foi morta durante uma a��o da Pol�cia Militar no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio. A jovem negra tinha 24 anos e estava gr�vida de 14 semanas.

 

Em maio, 25 pessoas foram mortas em opera��o policial no Rio.

 

N�o s�o ind�cios suficientes para que se fa�a uma problematiza��o das mortes de pessoas negras?


Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM



 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)