Organizado pela "Frente 8 de Mar�o Unificado", que re�ne mais de 50 movimentos sociais e coletivos feministas da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o ato visa cobrar as autoridades para que pol�ticas p�blicas que garantam a seguran�a e integridade das mulheres sejam implementadas.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sejusp), de janeiro a junho deste ano, foram registrados 294 estupros na capital mineira, caracterizando um aumento de 36%, quando comparado ao mesmo per�odo do ano anterior, que registrou 216 casos.
“Fomos para as ruas hoje novamente movidas pela brutalidade da viol�ncia contra a mulher. N�o admitimos a falta de indigna��o frente a um caso t�o brutal como esse. N�o d� mais para ficar de casa assistindo tudo pela TV. � muito importante ocuparmos as ruas e mobilizarmos a sociedade para lutar e cobrar justi�a”, diz Yany Mabel, jornalista, militante feminista e uma das organizadoras da "Frente 8 de Mar�o Unificado".
Pesquisas que abrangem o cen�rio nacional tamb�m evidenciam a gravidade do problema. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), divulgado em mar�o deste ano, � estimado que duas mulheres sejam estupradas por minuto no Brasil, totalizando cerca de 822 mil casos por ano.
“Hoje pedimos um basta � cultura do estupro. Infelizmente aconteceu com essa jovem de 22 anos, mas poderia ser qualquer uma de n�s”, conclui Yany.
Para a estudante de ci�ncias sociais Sofia Amaral, de 22 anos, o protesto serve "para tirar a barbaridade que aconteceu do sil�ncio".
"Assim, conseguimos demonstrar apoio e solidariedade � v�tima. Que os nossos corpos, historicamente violados, possam ser livres", avalia a militante do movimento, acrescentando que houve alguns poucos momentos de hostiliza��o.
"Apesar da maioria estar ali para recepcionar o protesto de forma positiva, algumas pessoas que passavam de carro gritavam ofensas ou nos mandavam ir trabalhar. De todo modo, somos mulheres, trabalhadoras, e est�vamos ali em busca de justi�a", finaliza.
"Apesar da maioria estar ali para recepcionar o protesto de forma positiva, algumas pessoas que passavam de carro gritavam ofensas ou nos mandavam ir trabalhar. De todo modo, somos mulheres, trabalhadoras, e est�vamos ali em busca de justi�a", finaliza.
Para realizar uma den�ncia de viol�ncia sexual, � necess�rio realizar um boletim de ocorr�ncia ou ligar para o n�mero 180 para entrar em contato com a Central de Atendimento � Mulher, que funciona 24h horas por dia, durante toda a semana. Em casos de viol�ncia contra crian�a e adolescentes, a den�ncia pode ser realizada no conselho tutelar, no Minist�rio P�blico e/ou na Delegacia da Inf�ncia e da Juventude.
O que � relacionamento abusivo?
Os relacionamentos abusivos contra as mulheres ocorrem quando h� discrep�ncia no poder de um em rela��o ao outro. Eles n�o surgem do nada e, mesmo que as viol�ncias n�o se apresentem de forma clara, os abusos est�o ali, presentes desde o in�cio. � preciso esclarecer que a rela��o abusiva n�o come�a com viol�ncias expl�citas, como amea�as e agress�es f�sicas.
A viol�ncia dom�stica � um problema social e de sa�de p�blica e, que quando se fala de comportamento, a raiz do problema est� na socializa��o. Entenda o que � relacionamento abusivo e como sair dele.
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Como denunciar viol�ncia contra mulheres?
- Ligue 180 para ajudar v�timas de abusos.
- Em casos de emerg�ncia, ligue 190.
Onde procurar ajuda
A mulher em situa��o de viol�ncia de qualquer cidade de Minas Gerais pode procurar uma delegacia da Pol�cia Civil para fazer a den�ncia. � poss�vel fazer o registro da ocorr�ncia on-line, por meio da delegacia virtual. Use o aplicativo 'MG Mulher'.Locais de atendimento e acolhimento �s mulheres
- Centros de Refer�ncia da Mulher
Espa�os de acolhimento/atendimento psicol�gico e social, orienta��o e encaminhamento jur�dico � mulher em situa��o de viol�ncia. Devem proporcionar o atendimento e o acolhimento necess�rios � supera��o da situa��o de viol�ncia, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua cidadania. - Casas-Abrigo
Locais seguros que oferecem moradia protegida e atendimento integral a mulheres em risco de morte iminente em raz�o da viol�ncia dom�stica. � um servi�o de car�ter sigiloso e tempor�rio, no qual as usu�rias permanecem por um per�odo determinado, durante o qual dever�o reunir condi��es necess�rias para retomar o curso de suas vidas. - Companhia de Preven��o � Viol�ncia
Dar acolhimento e seguran�a � mulher v�tima de viol�ncia dom�stica. Trata-se do corpo militar que atuava na Patrulha de Preven��o � Viol�ncia Dom�stica (PPVD), criada em 2010, treinada para dar a resposta adequada � v�tima de viol�ncia dom�stica e atua em conjunto com outros �rg�os do Governo de Minas Gerais. - Delegacias Especializadas de Atendimento � Mulher (DEAMs)
Unidades especializadas da Pol�cia Civil para atendimento �s mulheres em situa��o de viol�ncia. As atividades das DEAMs t�m car�ter preventivo e repressivo, devendo realizar a��es de preven��o, apura��o, investiga��o e enquadramento legal, as quais devem ser pautadas no respeito pelos direitos humanos e pelos princ�pios do Estado Democr�tico de Direito. Com a promulga��o da Lei Maria da Penha, as DEAMs passam a desempenhar novas fun��es que incluem, por exemplo, a expedi��o de medidas protetivas de urg�ncia ao juiz no prazo m�ximo de 48 horas. - N�cleos de Atendimento � Mulher
Espa�os de atendimento � mulher em situa��o de viol�ncia (que em geral, contam com equipe pr�pria) nas delegacias comuns. - Defensorias da Mulher
T�m a finalidade de dar assist�ncia jur�dica, orientar e encaminhar as mulheres em situa��o de viol�ncia. � um �rg�o do Estado respons�vel pela defesa das cidad�s que n�o possuem condi��es econ�micas de ter advogado contratado por seus pr�prios meios. Possibilitam a amplia��o do acesso � Justi�a, bem como, a garantia �s mulheres de orienta��o jur�dica adequada e de acompanhamento de seus processos. - Promotorias de Justi�a Especializada na Viol�ncia Dom�stica e Familiar contra a Mulher
A Promotoria Especializada do Minist�rio P�blico promove a a��o penal nos crimes de viol�ncia contra as mulheres. Atua tamb�m na fiscaliza��o dos servi�os da rede de atendimento. - Servi�os de Sa�de Especializados no Atendimento dos Casos de Viol�ncia Dom�stica
A �rea da sa�de, por meio da Norma T�cnica de Preven��o e Tratamento dos Agravos Resultantes da Viol�ncia Sexual contra Mulheres e Adolescentes, tem prestado assist�ncia m�dica, de enfermagem, psicol�gica e social �s mulheres v�timas de viol�ncia sexual, inclusive quanto � interrup��o da gravidez prevista em lei nos casos de estupro. A sa�de tamb�m oferece servi�os e programas especializados no atendimento dos casos de viol�ncia dom�stica.
O que � viol�ncia f�sica?
- Espancar
- Atirar objetos, sacudir e apertar os bra�os
- Estrangular ou sufocar
- Provocar les�es
O que � viol�ncia psicol�gica?
- Amea�ar
- Constranger
- Humilhar
- Manipular
- Proibir de estudar, viajar ou falar com amigos e parentes
- Vigil�ncia constante
- Chantagear
- Ridicularizar
- Distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em d�vida sobre sanidade (Gaslighting)
O que � viol�ncia sexual?
- Estupro
- Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto
- Impedir o uso de m�todos contraceptivos ou for�ar a mulher a abortar
- Limitar ou anular o exerc�cio dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher
O que � viol�ncia patrimonial?
- Controlar o dinheiro
- Deixar de pagar pens�o
- Destruir documentos pessoais
- Privar de bens, valores ou recursos econ�micos
- Causar danos propositais a objetos da mulher
O que � viol�ncia moral?
- Acusar de trai��o
- Emitir ju�zos morais sobre conduta
- Fazer cr�ticas mentirosas
- Expor a vida �ntima
- Rebaixar por meio de xingamentos que incidem sobre a sua �ndole
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