
“� um assunto que precisa de estudos, mas a pondera��o t�cnica vai ser atropelada pela vontade pol�tica”, avaliou o economista Gil Castello Branco, diretor da Associa��o Contas Abertas. Ele lembra outras medidas j� antecipadas, como o pagamento de um aux�lio para os �rf�os da covid-19 e a extens�o do aux�lio emergencial at� outubro.
Segundo Castello Branco, n�o se pode desprezar a necess�ria ajuda aos vulner�veis. Por�m, ao contr�rio do aux�lio emergencial, o Bolsa Fam�lia � permanente e n�o pode ser considerado uma substitui��o eficaz. “Na verdade, o presidente jogou ao vento um valor, mas n�o disse quantas pessoas ser�o beneficiadas”. Hoje, o programa paga, em m�dia, R$ 192 a R$ 200 mensais para 14,69 milh�es de fam�lias, segundo o Minist�rio da Cidadania. J� o aux�lio emergencial, para esse ano, tem or�amento previsto � de R$ 32 bilh�es e paga de R$ 150 a R$ 375 mensais.
Se a base do novo BF for ampliada, em pelo menos 10%, o custo total, em 2022, poder� chegar a R$ 58 bilh�es, segundo Castello Branco. “No ano que vem, � poss�vel que caiba no Or�amento, j� que o governo ter� uma reserva devido ao aumento da infla��o, que vai corrigir os recursos. Mas, e depois?”, questiona.
O Minist�rio da Cidadania reiterou que a reformula��o do Bolsa Fam�lia prev� a amplia��o do n�mero de fam�lias contempladas, al�m de reajuste dos benef�cios, mas os n�meros ainda n�o est�o definidos.
Para o economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Leal de Barros, o Bolsa Fam�lia, como anunciado por Bolsonaro, pode comprometer o teto de gastos do ano que vem. Ele prev�, em 2022, despesa adicional de R$ 37 bilh�es acima do or�ado para o programa, estourando a margem que ser� criada por causa da corre��o do limite � infla��o mais alta.
Nos c�lculos de Barros, a despesa anual com o programa seria de R$ 72 bilh�es, considerando aumento do n�mero de beneficiados para 20 milh�es de pessoas. Caso passe para 25 milh�es de repasses, o custo anual ser� de R$ 90 bilh�es, o que significa mais R$ 55 bilh�es al�m do previsto. “O teto dos gastos corre s�rios riscos, porque o governo n�o vai ter uma margem fiscal t�o ampla para gastar em 2022 como esperava no in�cio do ano”, alertou Barros. (Colaborou Rosana Hessel)