O Dia da Gastronomia Mineira � celebrado todo 5 de julho, mas neste ano n�o haver� tanta fartura. Diferentemente de anos anteriores, a programa��o est� emagrecida. As maiores entidades privadas do setor n�o prepararam nenhuma a��o ou evento especial. O contexto atual da pandemia e a falta de patrocinadores foram citados por fontes ouvidas pelo Estado de Minas como motivos para a timidez atual.
O Dia da Gastronomia Mineira remete � data de nascimento de Eduardo Frieiro, professor e jornalista considerado o primeiro a escrever de forma organizada algo sobre os modos de comer em Minas Gerais. Seu livro “Angu, feij�o e couve”, publicado em 1966, � considerado a b�blia de qualquer pessoa interessada em cultura alimentar mineira.
Anualmente, uma premia��o era realizada pela Frente da Gastronomia Mineira, mas n�o foi vi�vel levantar recursos neste ano. A entidade n�o vai conseguir viabilizar as incurs�es nos mercados.
Edson Puiati, no entanto, n�o se queixa. O chef v� com entusiasmo o momento atual para o segmento. Ele diz que h� um alinhamento entre os governos municipal, estadual e federal a respeito da import�ncia da gastronomia no cen�rio econ�mico. O governo mineiro inicia um invent�rio da cultura alimentar para, posteriormente, pleitear o reconhecimento como patrim�nio cultural no �mbito estadual, nacional e at� internacional.Temos que levar nossa cozinha mineira a patamares mais altos
Edson Puiati, coordenador da Frente da Gastronomia Mineira (FGM)
Para o cozinheiro e professor, ainda que as festividades atuais estejam esmaecidas, � importante relembrar a data para marcar a exuber�ncia da gastronomia mineira. “S�o 300 anos de hist�ria, de respeito � tradi��o, receitas heredit�rias e tamb�m uma miscigena��o”, avalia Puiati. A tradi��o, no entanto, n�o estanca o dinamismo da cultura alimentar. “Hoje temos influ�ncias asi�ticas e uma cozinha contempor�nea de quintal”, exemplifica. No entanto, � necess�rio aumentar mais a chama desse preparo. “Temos que levar nossa cozinha mineira a patamares mais altos”.
Ponto ic�nico da comida mineira, o Mercado Central tamb�m j� festejou o 5 de julho de maneiras mais animadas. A pandemia � citada como alega��o para deixar a data em banho-maria. Mas quem quiser fazer sua celebra��o individual, l� continuam tira-gostos e pratos imbat�veis, como f�gado com jil�, canjiquinha, feij�o tropeiro, torresmo, entre outras tenta��es.
“Gostaria muito de estar celebrando. A gente fazia cozinha-show nos corredores, mas n�o pudemos fazer para evitar aglomera��o”, explica Luiz Carlos Braga, superintendente do Mercado Central. Mas o gestor adianta que planeja inaugurar um novo espa�o gastron�mico no estacionamento em at� tr�s anos. “As casas poder�o funcionar at� meia-noite”, promete.
DOIS DIAS
Apesar do nome, a Semana da Gastronomia Mineira deste ano vai ocupar somente dois dias. No s�bado (9/7), haver� preparo de receitas na Pra�a Duque de Caxias, em Santa Tereza, Leste de BH, al�m de oficinas gastron�micas e harmoniza��o de cervejas. �s 16h30, o Cine Santa Tereza exibe o document�rio “A dona do tacho”, sobre Nelsa Trombino, cozinheira que fundou o afamado restaurante Xapuri, na Regi�o da Pampulha.
No domingo (10/7), o evento “Al�m das Gerais” integra a programa��o, com seis cozinheiros nacionais e internacionais mostrando pratos t�picos. As atividades ser�o realizadas no Odara Caf� e Of�cios, que fica no Bairro Uni�o, Regi�o Nordeste da capital. A entrada � gratuita.