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Estado de Minas Economia

Malha a�rea brasileira cresce e ver�o ter� mais rotas do que antes da pandemia

Haver� ao menos 519 rotas, contra 443 no ver�o de 2019, segundo dados do sistema OAG (Official Aviation Guide), levantados pela CCR Aeroportos


16/10/2022 13:43 - atualizado 16/10/2022 13:53

Aviões no aeroporto de Confins
(foto: Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Divulga��o)

S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quem estiver na praia e olhar para o c�u durante o ver�o no Brasil neste ano ter� mais chances de ver avi�es passando. A malha a�rea prevista para a alta temporada, de dezembro e janeiro, ser� maior do que em 2019, �ltimo fim de ano antes da pandemia.

Para este ver�o, haver� ao menos 519 rotas, contra 443 no ver�o de 2019, segundo dados do sistema OAG (Official Aviation Guide), levantados pela CCR Aeroportos a pedido da Folha.


Apesar dos 76 trajetos extras (alta de 17,2%), haver�, no entanto, menos decolagens (queda de 3,8%, para 71 mil) e de 100 mil assentos a menos, somando 10,9 milh�es dispon�veis. Isso se explica pelo uso de aeronaves menores e menor frequ�ncia de voos em alguns trajetos.

 

 


"Vem a� o ver�o definitivo que vai deixar a pandemia para tr�s. Sa�mos do modo de recupera��o para falar de crescimento real", avalia Graziella Delicato, gerente de neg�cios da CCR Aeroportos, que opera 17 terminais no pa�s.


A Azul colocar� 2.000 voos extras na temporada de fim de ano, em 21 novas rotas, incluindo liga��es diretas entre Foz do Igua�u e Porto Seguro e Goi�nia a Vit�ria.

 

Leia tamb�m: Pre�o das passagens a�reas n�o tem previs�o de queda, dizem representantes do setor 


A Gol ter� 60 novas rotas na alta temporada, e espera atingir 760 decolagens por dia, o maior volume desde janeiro de 2020. Antes da pandemia, a m�dia era de 800 partidas di�rias.


A Latam lan�ou neste ano novos destinos, como Cascavel (PR), Juiz de Fora (MG) e Caxias do Sul (RS). Em agosto, somava 54 destinos, dez a mais do que antes da crise sanit�ria.


As mudan�as no mapa a�reo incluem mais liga��es entre o Sul, Sudeste e Nordeste e mais rotas regionais, que atendem cidades do interior ou conectam capitais de menor porte. Depois da pandemia, houve maior demanda por destinos ligados � natureza, como Bonito (MS) e Len��is Maranhenses, al�m de outras praias do Nordeste.

 

"Quando a gente coloca um voo Maring� a Salvador, automaticamente abre mais espa�o em S�o Paulo, porque tradicionalmente esse cliente voaria Maring�-S�o Paulo e S�o Paulo-Salvador. O cliente de S�o Paulo acaba n�o vendo, mas ganha mais espa�o", diz Bruno Balan, gerente de Planejamento de Malha A�rea da Gol.

 

Al�m do maior interesse dos brasileiros por voos nacionais, a cria��o de rotas internas tem uma raz�o fiscal: alguns estados, como S�o Paulo e Paran�, oferecem desconto no ICMS sobre o combust�vel de avia��o, em troca de novos servi�os a�reos em seu territ�rio.

Em muitos casos, criar rotas regionais compensa mesmo que o trajeto d� preju�zo, pois a empresa pode abastecer com desconto avi�es da frota que atendem outros destinos.

 

A avia��o foi um dos setores mais afetados pela pandemia. Quando o mundo se fechou, em 2020, o total de voos teve queda abrupta. A Azul, por exemplo, reduziu as decolagens de 1.000 para 70 por dia.

 

"Tivemos de jogar fora todas as malhas que t�nhamos e come�ar o mapa do zero", lembra Balan, da Gol.

 

As companhias a�reas costumam planejar os voos com meses de anteced�ncia e ir mudando as rotas de acordo com a �poca do ano e com os movimentos de demanda, baseados em dados anteriores. Mas, com a pandemia, eles j� n�o serviam de nada.

 

"Passamos a acompanhar voo a voo, no detalhe, como quantos passageiros embarcaram, para tentar prever a demanda. Hoje estamos em um processo [de planejamento] mais parecido com o pr�-pandemia e tirando hist�ricos da gaveta. Mas seguimos olhando no micro para tomar decis�es", conta Balan.

 

Um dos novos comportamentos dos clientes � o de fazer viagens de folga mais longas, aproveitando a possibilidade de trabalho remoto. "A gente tinha uma sexta-feira � noite muito esgotada, e um domingo � noite com um gargalo enorme. Hoje vemos que a demanda se espalha um pouco mais, o que � bom para todo mundo. Quando a demanda � desproporcional, o produto fica mais caro", diz Aline Mafra, diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil.

 

Houve tamb�m mudan�as nos voos corporativos. "O executivo que viaja para fazer neg�cios e fechar reuni�es importantes continua voando. J� o auditor que viajava para visitar v�rios locais da empresa pelo Brasil passou a fazer alguns trabalhos remotamente", compara F�bio Campos, diretor de rela��es institucionais da Azul.

 

A retomada destes voos � interessante para as empresas a�reas porque eles trazem mais lucro. "O turista geralmente procura o voo mais barato. Mas no corporativo, quando o passageiro precisa ir fechar um neg�cio, ele pega o que tem. � o voo corporativo que d� lucro para a companhia a�rea", explica Cl�udio de Carvalho, presidente do Saesp (Sindicato dos Aerovi�rios de S�o Paulo).

 

Para os pr�ximos meses, as companhias a�reas est�o com otimismo moderado, dadas as incertezas sobre o desempenho da economia e o pre�o dos combust�veis. A Abear, entidade que representa as empresas a�reas, aponta que o querosene de avia��o subiu 64,3% entre janeiro e agosto deste ano no Brasil.

 

Por outro lado, h� espa�o para expans�es r�pidas, quando a demanda surgir. Praticamente todos os aeroportos do Brasil t�m espa�o para receber mais voos, sendo Congonhas a principal exce��o.

 

A concess�o de mais aeroportos � iniciativa privada, que avan�ou neste ano, � bem-vista pelas empresas a�reas, por agilizar negocia��es. "Uma vez deixamos de colocar voo numa grande cidade do interior porque o aeroporto n�o tinha banheiros dispon�veis na hora do desembarque. S� tinha dois mict�rios, e chegavam outros voos na mesma hora. Com a iniciativa privada, h� muito mais facilidade de resolver quest�es assim. De [o aeroporto] falar 'se o problema � esse, eu vou ampliar o banheiro ou pensar em outra solu��o'", comenta Balan, da Gol.

 

J� o pre�o das passagens, que teve forte alta nos �ltimos dois anos, n�o tem perspectiva de queda. Al�m da alta do querosene, as empresas ainda est�o lidando com passivos da pandemia. "Muitos passageiros que ficaram com passagens retidas durante a pandemia e n�o optaram pelo reembolso est�o remarcando os bilhetes para agora e as empresas precisam acomod�-los", pondera Ricardo Catanant, diretor da Anac (Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil).

 

Carvalho, do sindicato, pondera que os gastos com pessoal est�o menores. "As empresas est�o recuperando a malha com menos funcion�rios. O lema das empresas � mais com menos. Uma das tr�s grandes companhias est� com quase 90% da malha que tinha, mas com 33% menos custo de pessoal. Aqueles que foram desligados est�o voltando com sal�rio menor", diz.

 

H� um consenso no setor de que h� muito espa�o para crescimento no Brasil ao atrair novos passageiros. Dados da Abear apontam uma taxa m�dia de 0,5 viagem por habitante por ano no Brasil, quatro vezes menos que nos EUA. "O �ndice de penetra��o da avia��o no Brasil ainda � muito baixo, comparado a outros mercados maduros, como o Chile. Era preciso ter mais CPFs viajando", diz Catanant.

 

 


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