
O drama vivido por milhares de fam�lias brasileiras com uma pandemia marcada pelo fechamento de estabelecimentos de ensino tem destaque no mundo. O Brasil integra o ranking de pa�ses com o maior n�mero de dias letivos, 178 ao todo, nos quais as escolas ficaram totalmente fechadas. Esse p�dio � composto por 46 na��es ligadas � Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) – 38 membros e oito parceiros. Os dados est�o no relat�rio “Estado da educa��o mundial: 18 meses de pandemia”, divulgado ontem em Paris.
O documento destaca que no mundo foram implementadas medidas para impedir a propaga��o da COVID-19, sendo uma delas o fechamento das salas de aula. Embora estabelecimentos de todos os n�veis de ensino tenham sido fechados nos primeiros meses da pandemia em 2020, as escolas infantis tiveram suas atividades interrompidas por menos tempo na m�dia geral. No Brasil, os 178 dias letivos fora da sala de aula foram vivenciados igualmente, do maternal ao ensino m�dio.
Entre os pa�ses da OCDE, a m�dia de fechamento de escolas ano passado foi de 44 dias letivos para os alunos do infantil. No ensino fundamental esse per�odo chegou a 58 e, no m�dio, a 65 dias. Mas, h� diferen�as significativas: no Brasil, Col�mbia, Costa Rica e M�xico, as escolas infantis ficaram fechadas por 140 dias ou mais, em 2020. Na outra ponta, permaneceram abertas ao longo de todo o ano na �ustria, Rep�blica Tcheca, Est�nia, Finl�ndia, Hungria, Jap�o, Let�nia e Su�cia.
Os dados do relat�rio foram recolhidos e produzidos em colabora��o com a Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) e o Banco Mundial. “Um ano e meio depois, a reatividade impressionante do poder p�blico na maior parte dos pa�ses da OCDE permitiu uma melhora significativa da situa��o sanit�ria e econ�mica. S�o muitos os pa�ses a gerir uma nova onda de contamina��o, gra�as a uma campanha vacinal de amplitude in�dita. Mas, apesar dos avan�os encorajantes e mesmo se as escolas se adaptaram � limita��o sanit�ria, a propaga��o da COVID-19 continuou a travar o acesso � educa��o em presencial em muitos pa�ses do mundo”, disse o secret�rio-geral da OCDE, Mathias Cormann, em coletiva de imprensa.
O relat�rio sobre a situa��o do ensino no mundo integra a publica��o anual Education at a glance 2021 (Olhares sobre a educa��o 2021 na tradu��o livre), que inclui dados atualizados sobre funcionamento, organiza��o, evolu��o dos sistemas de ensino e investimentos associados, principalmente no quesito recursos humanos. Mathias Cormann destacou a necessidade de evitar que a equidade e acesso a uma educa��o de qualidade num contexto t�o particular como o atual se agrave nos pr�ximos anos.
“Equidade � o tema central desta edi��o de ‘Olhares sobre a educa��o’. A pandemia p�s em evid�ncia a import�ncia da equidade na educa��o, que j� faltava nessa �rea e que n�o necessariamente recebeu o tratamento adequado no passado. S�o os alunos mais vulner�veis e marginalizados que, infelizmente, foram mais uma vez duramente afetados”, ressaltou. Segundo a analista da OCDE no Brasil Manon Costinoti, os pa�ses com piores resultados escolares fecharam as escolas por mais tempo.
Ela lembrou que o Brasil e outros pa�ses da Am�rica Latina, como Costa Rica, Col�mbia e M�xico, apresentaram baixo desempenho em leitura nos crit�rios do Programa Internacional de Avalia��o de Estudantes (Pisa) 2018 e foram justamente as na��es onde os alunos passaram mais longo per�odo fora da sala de aula.
Gradua��o
Ao tratar da educa��o superior, a publica��o deixa em evid�ncia outras desigualdades. Nesse n�vel, em expans�o nas �ltimas d�cadas, em 2020, as mulheres com 25 a 34 anos tinham mais possibilidade de chegar � gradua��o em todos os pa�ses da organiza��o. O Brasil seguia a tend�ncia mundial j� em 2018, quando 27% delas tinham diploma de ensino superior, contra 20% dos homens. Na m�dia do conjunto da OCDE, o percentual feminino � de 52% e o masculino, de 39%.
Contudo, se as mulheres t�m mais chance de qualifica��o, isso n�o se traduz em participa��o equivalente no mercado de trabalho. Na m�dia de pa�ses da OCDE, 80% das mulheres com gradua��o estavam empregadas em 2018 – entre os homens, o �ndice subia a 87%. No Brasil, a diferen�a � ainda maior: 77%, ante 85%, respectivamente.
A situa��o se agrava quando o n�vel de estudos se limita � educa��o b�sica: 35% das mulheres brasileiras que completaram o ensino m�dio est�o empregadas. Entre os homens, s�o 69%. Nos outros pa�ses da OCDE essa desigualdade tamb�m � gritante: o mercado de trabalho se abre para 43% das mulheres e 69% dos homens. “Isso tamb�m mostra que as mulheres podem ter incentivo importante para chegar ao ensino superior, porque para elas h� uma diferen�a em termos de emprego muito importante”, avalia Manon Costinot.
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