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Estado de Minas DESMATAMENTO

Fogo, calor e cansa�o: bombeiros fazem treinamento para combate a inc�ndios

Militares de Minas Gerais iniciam prepara��o para o per�odo de estiagem com refor�o do efetivo no prop�sito de enfrentar a batalha contra as queimadas em 2021


04/02/2021 17:37 - atualizado 04/02/2021 18:47

Ver galeria . 60 Fotos Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais inicia treinamentos para o período de estiagem e reforça efetivo para combate aos incêndios florestais em 2021Edesio Ferreira/EM/D.A. Press
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais inicia treinamentos para o per�odo de estiagem e refor�a efetivo para combate aos inc�ndios florestais em 2021 (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press )

Os inc�ndios que consumiram a mata das montanhas de Minas Gerais no ano passado devem transformar cada vez menos o verde em cinza. Isso porque o Corpo de Bombeiros tem refor�ado a prepara��o para esses combates. Durante esta semana, cerca de 250 militares do Curso de Forma��o de Soldados (CFSd) participam de uma instru��o sobre inc�ndios florestais no Parque Estadual Serra do Rola-Mo�a.

A equipe do Estado de Minas acompanhou um dia de treinamento dos recrutas que, em fase de aprendizagem, enfrentam o medo das altas labaredas e encaram o calor das chamas que se alastram repentinamente. Nesta quinta-feira (4/2), os militares chegaram no in�cio da manh�, ainda no clima frio da serra, e receberam as primeiras instru��es.

Bombeiros iniciam treinamentos para o período de estiagem(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Bombeiros iniciam treinamentos para o per�odo de estiagem (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)


Num primeiro momento � feita a caminhada para que os homens e as mulheres se acostumem a carregar todo equipamento que � utilizado no combate, assim, o militar se adapta a carregar peso, desconforto e tamb�m a utilizar todo o equipamento de prote��o individual correto.

J� sob o sol quente � feito o combate ao fogo de forma direta e indireta. Nesse caso, o primeiro passo � realizar os aceiros (�reas raspadas, onde � retirada toda a vegeta��o, ficando o terreno sem combust�vel (vegeta��o) e, portanto, sem condi��es de in�cio ou de propaga��o de fogo, pois proporciona uma separa��o de �reas de vegeta��o).

Militares são forjados em meio ao calor(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Militares s�o forjados em meio ao calor (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)


Depois de aplicada essa t�cnica de forma manual, com aux�lio de enxadas e outras ferramentas de corte, os militares aprendem a encarar o fogo e assim se inicia o combate direto. “� importante ter medo, mas n�o adianta ter pavor”, diz um dos sargentos aos recrutas durante a atividade.



A inten��o � familiarizar os militares com as diversas ocorr�ncias atendidas pela corpora��o durante o per�odo de estiagem, que normalmente dura entre maio e setembro. No ano passado, de janeiro a dezembro, o Corpo de Bombeiros atendeu a 20.741 ocorr�ncias de inc�ndio florestal em todo o estado.

Nesta quinta-feira (4/2), o oficial que chefiou a instru��o e acompanhou a reportagem � o tenente Andr� Dutra. Bombeiro militar desde 2014 e apaixonado pela profiss�o, ele conta a import�ncia do trabalho bem feito.

Tenente André Dutra acredita na importância de preservação do meio ambiente(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Tenente Andr� Dutra acredita na import�ncia de preserva��o do meio ambiente (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)


“O inc�ndio nunca come�a grande. Ele se torna de grande propor��o”, explica. “Quanto mais eficiente for o servi�o, a come�ar pela preven��o e depois que haja um bom treinamento para o combate e a chegada do bombeiro ser eficiente. Dessa forma a gente consegue evitar esse dando para natureza”, disse Dutra.

No limite da seguran�a

O combate a inc�ndios florestais � tido por muitos bombeiros como uma das atividades mais exaustivas entre as atendidas pelas tropas. Al�m de cansativa, � tamb�m perigosa.
Militares executam técnica de aceiro(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Militares executam t�cnica de aceiro (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)

“Em ambiente externo n�o temos o controle. Tem risco de animais pe�onhentos, perigo de desn�vel do solo, onde os militares podem cair em valas, trope�ar em pedras, tor��es. Al�m do risco do combate em si: queimaduras, desidrata��o, intoxica��o com fuma�a, corte com os pr�prios equipamentos... Tudo isso tem que ser explicado, ensinado e treinado pelos militares”, destaca o oficial.

Os militares tamb�m s�o forjados a aprimorar o condicionamento f�sico devido �s dificuldades impostas pelos treinamentos, fator importante para trabalhar a resist�ncia nas muitas horas de combate, considerando situa��es que enfrentar�o como forte calor e equipamentos como a bomba costal que pesa cerca de 20 quilos.

Parque do Rola-Mo�a

A pr�tica da atividade com fogo � feita fora da �rea de preserva��o, em vegeta��o de terrenos adjacentes. A a��o acontece em parceria com a administra��o do Parque.

O tenente Dutra explica que a queima controlada tem que ter autoriza��o do IEF e, para as aulas ministradas no parque, s�o queimados pequenos metros quadrados na inten��o de que os militares possam aprender a proteger �reas bem maiores.

“A queima controlada � utilizada no combate a inc�ndio como �ltimo recurso quando a gente leva em conta as dificuldades de relevo e de vegeta��o”, explica o tenente Dutra.
Novos soldados enfrentam fogo com coragem(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
Novos soldados enfrentam fogo com coragem (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)

Como parte da familiariza��o, o turno da tarde foi dedicado aos conhecimentos te�ricos sobre desmatamento e preserva��o. Os alunos do CFSd assistiram a uma palestra com representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) que contribu�ram com detalhes sobre as caracter�sticas da unidade de conserva��o. 

“� muito bom que esses novos militares est�o tendo o primeiro contato com o ambiente de combate a inc�ndio florestal, ainda mais neste nosso patrim�nio natural que � pr�ximo � urbaniza��o e que tem problema com queimadas, ent�o j� � um lugar conhecido pelo bombeiro”, observa o tenente Dutra.

Em 2019, houve a sa�da do Pelot�o de Combate a Inc�ndio Florestal (PCIF) do Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a. Na �poca, a not�cia causou apreens�o entre ambientalistas, moradores e visitantes da regi�o, que consideraram a medida “uma perda sem precedentes”.
No ano passado, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 20 mil ocorrências de incêndio florestal em MG(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)
No ano passado, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 20 mil ocorr�ncias de inc�ndio florestal em MG (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A. Press)

O local era a �nica unidade de conserva��o do pa�s a contar com pelot�o do Corpo de Bombeiros – pertencente ao Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) – em suas depend�ncias.

Apesar de j� ter sido o parque que registra maior n�mero de focos de inc�ndio no estado, o ano de 2020 foi um al�vio para o hist�rico. “O per�odo de estiagem castiga bastante essa regi�o. Felizmente o ano de 2020 n�o foi um ano que n�o tivemos grandes inc�ndios aqui no parque, ao contr�rio de outros parques no estado”, ressalta o militar.

Combate por efetivo

Apesar do d�ficit de efetivo que a corpora��o mineira enfrenta, os novos soldados prometem aliviar a linha de frente do trabalho operacional que ainda envolve outros tipos de ocorr�ncias al�m de inc�ndio.

O curso iniciado em novembro do ano passado tem previs�o de formatura para abril, quando os novos soldados ser�o distribu�dos em todo o territ�rio mineiro.

Pr�ximas a��es

De acordo com a corpora��o, esta a��o � apenas a primeira de muitas previstas para come�ar neste m�s de fevereiro, “antecipando o per�odo de estiagem e preparando os bombeiros militares para uma atua��o cada vez mais eficiente”.


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