Em tempos de guerra, cada dia conta. A vacina��o contra a COVID-19 em Belo Horizonte vai fazer uma pausa de dois dias (s�bado e domingo) enquanto os �ndices do novo coronav�rus continuam altos na capital. A prefeitura justifica que os profissionais de sa�de merecem descanso. Especialista diz que pausa � "lament�vel nesses dias".
Segundo dados da Prefeitura de Belo Horizonte, at� essa quinta-feira (1º/04), 389.346 doses j� haviam sido aplicadas na capital. Desse montante, a maioria tem a primeira dose: 288.427. A segunda dose foi aplicada em 100.919 pessoas.
Foram destinadas 572.270 doses para BH. Sendo assim, a prefeitura ainda teria dispon�vel 182.924 doses para serem aplicadas na popula��o. Al�m disso, Minas Gerais recebeu na noite dessa quinta-feira (1°/04) uma nova remessa com 1 milh�o de doses de vacinas contra a COVID-19. Os dados s�o at� 1º/04, desconsiderando, portanto, a vacina��o deste feriado.
A vacina��o na capital come�ou em 19 janeiro. Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que a m�dia, se considerado os dias de vacina��o at� 1º de abril, � de 6.830 doses aplicadas por dia. Portanto, a cada dia sem a campanha, s�o, em m�dia, 6.830 imuniza��es a menos.
Desde o in�cio da campanha, a prefeitura utilizou tr�s s�bados para vacina��o e nenhum domingo. Ao todo, s�o 16 dias n�o consecutivos sem campanha, o que poderia significar, em m�dia, 109.280 doses adiadas para os dias �teis.
Vale ressaltar que, at� 21 de mar�o, as ampolas precisavam ficar guardadas para aplica��o da segunda dose dos imunizantes (CoronaVac e Astrazeneca), diretriz que foi alterada pelo Minist�rio da Sa�de recentemente. Al�m disso, a procura pela imuniza��o nos dias dispon�veis tamb�m t�m sido baixa.
"A prefeitura esclarece que n�o havia vacinas suficientes para que fosse poss�vel fazer uma mobiliza��o em todos os s�bados desde o in�cio da campanha, j� que a entrega para a capital � feita de forma fracionada", informou em nota.
Especialista defende intensifica��o
O m�dico infectologista, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Geraldo Cunha Cury, defende maior intensifica��o na vacina��o. “Lament�vel que a PBH n�o fa�a vacina��o nesses dias”, diz o especialista sobre a falta de campanha aos finais de semana. “Infelizmente � uma situa��o dif�cil, esperemos que n�o aconte�a de novo”, acrescenta.
Em contrapartida, o epidemiologista defende que os colegas de trabalho precisam de descanso. “Deveria ter mais profissionais dispon�veis, entretanto � preciso lembrar que os profissionais de sa�de precisam de descanso sen�o podem acontecer problemas na vacina��o das pessoas”, alerta.
O que poderia ter sido feito, no entanto, � um planejamento na escala dos profissionais, o que, segundo Cury, n�o � t�o f�cil. “� dif�cil fazer planejamento quando as vacinas chegam de repente”, defende. “Como tem que ter controle rigoroso na vacina��o n�o pode colocar pessoas sem treinamento, � complicado.”
Descanso dos profissionais
De acordo com a PBH, somente nesta sexta-feira, dia 2, foram cerca de 1.600 trabalhadores atuando nos postos fixos e postos extras, al�m de outros 120 em pontos drive-thru.
Ainda segundo a prefeitura, foram vacinados cerca de 16 mil idosos nesta sexta-feira, dia 2. S� hoje, feriado nacional, a cobertura vacinal da popula��o de 68 anos foi de aproximadamente 80% (o valor preconizado pelo Minist�rio da Sa�de � de 90%). A partir de segunda-feira, dia 5, haver� amplia��o do p�blico priorit�rio e ser� iniciada a imuniza��o de idosos com 67 anos.
“A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que os profissionais de sa�de est�o trabalhando incansavelmente para garantir assist�ncia � popula��o da capital. Inicialmente, o expediente nesta sexta-feira, dia 2, feriado nacional, seria de escala m�nima, mas a Secretaria Municipal de Sa�de refor�ou todas as equipes de vacina��o para o pleno atendimento”, informou a prefeitura, por meio de nota.
Como m�dicos e enfermeiros enfrentam o colapso nos hospitais
O texto acrescenta: “sendo assim, os profissionais est�o atuando normalmente e merecem o descanso do final de semana, al�m de respeito e considera��o para que possam continuar cumprindo sua nobre miss�o.”
A PBH tamb�m refor�ou que no �ltimo s�bado, dia 27, houve vacina��o nos pontos fixos, extras e postos drive-thru da capital.
Ritmo lento preocupa
Enquanto o ritmo de vacina continua lento, a tend�ncia � de demora na baixa de hospitaliza��es por conta da doen�a. Tamb�m ontem, BH registrou seu maior n�mero de mortes por COVID-19: 90 vidas perdidas. Esse salto � bem superior que o recorde anterior, que era de 59, computado no �ltimo dia 26.
Vale sempre lembrar que nem todos essas mortes aconteceram, necessariamente, nas �ltimas 24 horas. Isso porque o processo de confirma��o se uma morte aconteceu ou n�o em decorr�ncia do novo coronav�rus leva um tempo indeterminado.
O salto, por�m, vem na esteira do colapso do sistema de sa�de nas �ltimas semanas.
Com mais essas 90 mortes, a cidade registra 3.314 no total. Conforme o Estado de Minas mostrou nessa quarta (31/3), BH fechou mar�o como o m�s com mais casos da doen�a e o segundo com mais �bitos, perdendo apenas para fevereiro.
Quanto ao n�mero de diagn�sticos, o crescimento foi de 1.939. No total, s�o 144.877 casos confirmados: al�m das mortes, h� 7.795 pacientes na fase ativa da doen�a e 133.768 recuperados.
Leitos
A ocupa��o dos leitos de UTI para pacientes com COVID-19 caiu pelo terceiro dia consecutivo em Belo Horizonte nesta quinta. O indicador est� em 92,5%, inferior aos 94,7% computados no boletim anterior, divulgado nessa quarta (31/3).
A queda � acompanhada pela abertura de mais leitos do tipo. Nesta quinta, o levantamento traz um acr�scimo de sete unidades, todas ligadas � rede suplementar.
Portanto, agora a cidade disp�e de 1.129 vagas de terapia intensiva para v�timas da pandemia: 548 no Sistema �nico de Sa�de (SUS) e 581 nos hospitais privados. Dessas, 85 est�o livres.
(Com informa��es de Gabriel Ronan)
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
V�deo explica porque voc� deve aprender a tossir
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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