
Gr�vidas de esperan�a, elas trazem no calor do ventre o tempo futuro e carregam nas veias a for�a para gerar uma nova vida, mesmo com os caminhos incertos dos �ltimos 14 meses.
Se tiveram seus beb�s recentemente, acreditam em dias melhores para v�-los crescendo e semeando a confian�a por todo canto.
Hoje, Dia das M�es, tr�s mineiras contam suas hist�rias em meio � pandemia do novo coronav�rus: Renata, de 44 anos, que deu � luz Maria Lu�za, na quarta-feira; Neila, de 29, enfermeira na linha de frente contra a COVID-19, contando os dias para a chegada de Mait�; e Mayara, de 30, que traz nos bra�os Benjamim, nascido em dezembro.
Engravidar quando todos falam em doen�a, perdas, sofrimento n�o � das combina��es mais animadoras, reconhecem, mas a coragem vence obst�culos, destr�i barreiras e faz a vida falar mais alto. E triunfar.
Luz e companheirismo para seguir em frente
Maria Lu�za chegou ao mundo �s 23h35 de quarta-feira, e o nome da menina foi escolhido por dois motivos: em homenagem a Nossa Senhora, alvo de muitas preces e s�plicas, especialmente a conhecida “Maria passa na frente”, e em mem�ria ao av� materno, Luiz, j� falecido, que apareceu em sonho dizendo que tudo daria certo.
Quem conta essa hist�ria, com calma no cora��o, � a dona de casa Renata Almeida Vigilato, de 44, casada com o t�cnico de mec�nica industrial Francisco de Assis da Costa, com quem j� tem o esperto Enzo, de 4. Do casamento anterior dela, nasceram Jhonatan, de 27, e Jefferson, de 20.

"Procuro me informar bastante para ter seguran�a. H� muita informa��o hoje, mas � preciso passar um filtro. Tamb�m gosto muito de disciplina para viver melhor"
Renata Almeida Vigilato, de 44 anos, dona de casa
“N�o foi nada programado desta vez, engravidei em agosto. No in�cio, fiquei muito preocupada, tanto pela minha idade quanto pela situa��o em todo o mundo. Rezei muito para a Virgem Maria e ainda houve o sonho da minha irm�, Gisele, com nosso pai, o que me tranquilizou bastante”, revela Renata.
Os dias foram se passando e Renata se fortaleceu cada vez mais – de forma especial ao ver a alegria no rosto de Francisco pela chegada da primeira filha e o carinho do ca�ula que a todo instante pergunta se a mam�e est� bem.
“Quando esperava o Enzo, o problema grave era o zika v�rus, os beb�s nascendo com microcefalia... Fiquei apavorada, mas ele veio cheio de sa�de. Agora, � o coronav�rus, mas sabia que daria tudo certo. Estou passando bem. Meu filho mais velho mora em BH e teve a doen�a. Fui visit�-lo e n�o peguei nada”, afirma Renata, para quem ler � aprender. “Procuro me informar bastante a fim de ter seguran�a. H� muita informa��o hoje, mas precisamos passar um filtro. Tamb�m gosto muito de disciplina para viver melhor.”
Belo-horizontina residente no munic�pio vizinho de Santa Luzia, Renata fez o pr�-natal na capital e decidiu que, a exemplo dos partos anteriores, esse tamb�m seria natural.
“O m�dico achou melhor, pois cesariana � uma cirurgia, n�? Exige muito mais cuidados. No parto normal a gente fica liberada logo.”
Boa parte da quarentena a fam�lia passou envolvida com a constru��o da casa onde mora, e em abril, o quarto de Maria Lu�za recebeu os �ltimos retoques pelas m�os do papai Francisco. “Ela chegou cheia de sa�de. Teremos um Dia das M�es especial”, diz ele.

"Para engravidar numa �poca assim, com tantas incertezas, precisamos ter coragem, f�, acreditar na vida, contar com o apoio do parceiro"
Neila Natasha F�lix, de 29 anos, enfermeira
Energia e trabalho remoto durante a gravidez
O dia, certamente, precisaria ter mais de 24 horas para dar conta da energia da enfermeira Neila Natasha F�lix, de 29 anos.
Em tempos normais, conforme relata, � dessas de acordar antes das 5h, correr na pista do condom�nio onde mora, na Regi�o Nordeste de BH, treinar pesado, dar aten��o � filha, Maria Valentina, de 3 anos, e depois seguir para o trabalho.
Coordenadora do Servi�o de Controle de Infec��es do Grupo Santa Casa BH, Neila est� no nono m�s de gravidez, e aguarda, ao lado de Kleiton Soares Macedo, a chegada da segunda filha do casal, Mait�.
“Para engravidar numa �poca assim, com tantas incertezas, precisamos ter coragem, f�, acreditar na vida, contar com o apoio do parceiro”, diz a enfermeira. Outro suporte de suma import�ncia vem sendo a terapia.
“Parei com os treinos, com a corrida, tive que me submeter a uma cerclagem uterina, ainda em fun��o da primeira gravidez. Ent�o, tenho que buscar equil�brio de alguma forma, e a terapia � �tima.”
Neila seguiu em trabalho remoto, com as atividades a dist�ncia sob sua coordena��o.
“Sempre digo para minha equipe: o hospital � o local onde me sinto mais segura no mundo.” E d� o exemplo: em agosto, no mesmo m�s em que engravidou, ela teve COVID-19, doen�a que tamb�m acometeu Kleiton e Maria Valentina.
Mas a enfermeira avisa logo que a contamina��o n�o foi no hospital, onde todos usam os equipamentos de prote��o individual (EPIs) e obedecem a protocolos sanit�rios rigorosos.
Sem perder o bom humor, ela explica que, em agosto, exaurida emocional e fisicamente pela pandemia, a fam�lia foi passar cinco dias num hotel-fazenda.
“O Kleiton resolveu fazer a barba, tr�s dias antes da viagem, num local onde ningu�m usava m�scara ou mantinha distanciamento. Resultado: todos n�s fomos contaminados. Felizmente, n�o foi nada grave. Isso que d� fazer a barba para dormir de 'conchinha'!”
"Consegui que Bruno, meu marido, estivesse comigo, mas a fam�lia toda visitar... Ah... Isso n�o teve. Mas, como se diz, dias melhores vir�o"
Mayara Moraes, de 30 anos, farmac�utica e empres�ria
A festa ficou para mais tarde
Tamb�m residentes na Regi�o Nordeste de BH, o contabilista Bruno C�ndido Silva, de 32, e Mayara Moraes, de 30, farmac�utica e empres�ria, cumpriram os primeiros meses de quarentena como manda figurino.
Ficaram trancados em casa, trabalhando a dist�ncia, cuidando do pequeno Murilo, de 3 anos, saindo s� para o essencial. Apenas quando foram anunciadas as primeiras normas de flexibiliza��o � que o casal baixou um pouco a guarda, com sa�das pelo Bairro Cidade Nova e viagens � terra natal dos dois, Dores do Indai�, na Regi�o Centro-Oeste do estado. Em 16 de dezembro, a fam�lia ficou maior com o nascimento de Benjamim.
Mayara com a palavra: “Nossos dois filhos foram bem planejados. J� t�nhamos alguns anos de casados, compramos nosso apartamento e planejamos Murilo. O tempo foi passando e percebi que nosso menino estava grandinho. Queria muito ter filhos com idades pr�ximas e foi a� que pensamos em outro”.
O teste de gravidez de Mayara deu positivo no m�s exato em foi declarada a pandemia pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) e a fam�lia entrou em quarentena.
“Naquele comecinho, tive a sensa��o preocupante de como seria o decorrer dos meses seguintes. Queria muito que tudo fosse bem parecido como foi com o Murilo. Bruno comigo assistindo ao parto, a fam�lia vindo do interior para nos visitar, aquela alegria de sempre.”
Com o pequeno Benjamim no colo, Mayara se mant�m firme, forte e cheia de esperan�a diante das mudan�as. “Consegui que Bruno estivesse comigo, mas a fam�lia toda visitar... Ah... Isso n�o teve. Lembrancinhas de nascimento? Essas ficaram guardadas. Tamb�m n�o houve visitas. Mas, como se diz, dias melhores vir�o.”
Partos durante a pandemia
O n�mero de partos teve ligeiras varia��es no per�odo da pandemia na Odete Valadares, a maior maternidade p�blica do estado, vinculada � Funda��o Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
Em BH, de novembro de 2020 a janeiro �ltimo, foram registrados 790, enquanto no per�odo de novembro de 2019 a janeiro de 2020 houve 801.
Os n�meros mais recentes dispon�veis indicam 257 em fevereiro e 289 em mar�o. J� na Maternidade J�lia Kubitschek, refer�ncia em gravidez de alto risco e com leitos para gestantes com COVID-19, os dados se mantiveram iguais em dezembro (185), mas com queda nos subsequentes: 199 partos em janeiro de 2020 contra 163 em janeiro de 2021, e 189 em fevereiro de 2020 contra 165 este ano.
Em mar�o, foram 180 em 2020, com queda para 131 em 2021. Enquanto isso, o Hospital Sofia Feldman, 100% SUS, filantr�pico, maior neonatologia do pa�s e a terceira maior maternidade em n�mero de partos, incluindo os de alto risco, teve crescimento.
Em janeiro, houve 930 contra 842 de 2020. Em fevereiro, foram 945 partos (2021) contra 797 (2020).
Em mar�o deste ano foram 978 e, no m�s passado, 1.077. Segundo a dire��o, 70% das gestantes s�o do interior e da Regi�o Metropolitana de BH, com destaque para Santa Luzia e Ribeir�o das Neves, onde esses servi�os n�o est�o funcionando devido � pandemia.
O que � um lockdown?
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
- CoronaVac/Butantan
- Janssen
- Pfizer
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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