COVID em BH: na fila da vacina, pessoas entre 59 e 50 anos criticam demora

Na fila da vacina em Belo Horizonte, pessoas entre 59 e 50 anos aguardam com ansiedade a sua vez de receber o imunizante contra a COVID-19. At� quarta-feira (26/5), a capital mineira contempla com a primeira dose da vacina todo o p�blico com comorbidades acima de 18 anos que preencheu o cadastro no portal da prefeitura at� 16 de maio. Segundo a PBH, ainda n�o h� orienta��o sobre a amplia��o dos grupos.

Freda Elisa Costa, de 54 anos, conta que com essa demora, o sentimento � de ser deixada para tr�s. “A ansiedade � muito grande porque estamos vivendo uma situa��o muito delicada no pa�s. As pessoas doentes t�m sim que ter prioridade, mas com essa falta de vacinas a gente est� sendo deixado para tr�s. Eu, por exemplo, n�o tenho as comorbidades da lista da prefeitura, que est�o ligadas mais ao cora��o e pulm�o, mas tenho meus problemas de sa�de. Estou sendo deixada para tr�s, eu e uma s�rie de outras pessoas. A gente fica com receio, porque vivemos em um estado constantemente de tens�o para fazer tudo”, lamentou.

 

Para ela, o ritmo de vacina��o est� ainda muito lento. “Espero sinceramente que essa fila da vacina��o ande mais r�pido, as vacinas cheguem e tudo se resolva o quanto antes. Tamb�m fico muito preocupada com as pessoas mais novas que eu, porque, na verdade, todo mundo deveria ser vacinado”, acrescentou.

Ela acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem contribu�do para atrasar a vacina��o. “Acho que o papel do presidente da Rep�blica � lament�vel. Ele � contra a vacina, n�o tomou o imunizante e n�o d� nenhum exemplo bom. A gente fica se sentindo realmente abandonado. Bolsonaro deveria ser o primeiro a estar na frente e dar o exemplo, mas ele faz exatamente o contr�rio”, finalizou.

 

Outras pessoas compartilham o sentimento de Freda, como Val�ria Guimar�es, de 53. Ela conta que tem vivido dia ap�s dia com medo de sair na rua. “Estou muito ansiosa para tomar essa vacina. Na minha opini�o, est� demorando demais. A gente est� entrando na (propaga��o da) nova cepa, ent�o est� cada dia mais perigoso. Cada dia a gente acorda com mais medo de sair para trabalhar”, relatou. “Estamos vivendo uma neurose de �lcool e m�scara e n�o conversando mais com as pessoas como antes. Essa vacina, infelizmente, est� demorando demais no Brasil. Esse presidente nosso, infelizmente, n�o est� nem a� para o povo brasileiro. N�o somente Belo Horizonte, como todo o Brasil est� demorando para avan�ar com a vacina��o”,completou.

 

A prefeitura de Belo Horizonte informou que segue orienta��es do governo federal para inclus�o de novos grupos na lista da vacina��o. “A prefeitura segue as orienta��es dos Informes T�cnicos do Minist�rio da Sa�de, emitidos a cada nova remessa de vacina distribu�da aos munic�pios. Nesses documentos constam as orienta��es relativas � continuidade da Campanha Nacional de Vacina��o contra a COVID-19, como os grupos que devem ser contemplados com as vacinas enviadas”, explica a PBH, em nota enviada ao Estado de Minas.

A administra��o municipal informou ainda que n�o recebeu orienta��es para ampliar a capacidade de cobertura para outros grupos, nem ao menos pessoas entre 59 a 50 anos. “Para dar andamento � campanha, � imprescind�vel que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Minist�rio da Sa�de. A prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necess�rios para a imediata continuidade do processo.”

De acordo com o vacin�metro da PBH, s�o 2.037.913 pessoas do p�blico alvo da vacina��o na capital mineira. Desses, 36,3% receberam a primeira dose da vacina e outros 17,5% se imunizaram com a segunda dose.

 

BH conta com tr�s vacinas para imunizar a popula��o. Foram distribu�das 807.944 doses da Coronavac, do Instituto Butantan, sendo 382.972 para primeira aplica��o e 328.135 na segunda. Da Astrazeneca, da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram 322.156 doses distribu�das, com 261.357 destinadas para a primeira dose e 28.137 para a segunda dose. Por fim, a mais recente � a da Pfizer, farmac�utica norte-americana, das quais foram entregues 139.434 doses e, at� o momento, 95.216 para a primeira aplica��o.

Doses de imunizantes foram destinadas at� agora a quatro grupos priorit�rios, definidos pelo Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o contra a COVID-19, do Minist�rio da Sa�de. S�o eles: idosos acima de 60 anos, profissionais da sa�de, pessoas com comorbidades, benefici�rios do BPC, gestantes e pu�rperas, for�as de seguran�a e salvamento, for�as armadas e funcion�rios do sistema de priva��o de liberdade, profissionais e moradores de Institui��es de Longa Perman�ncia para Idosos (ILPIs) e resid�ncias inclusivas (SRT), quilombolas e outros grupos.

Nesta segunda-feira (24/5), dando seguimento � retomada da vacina��o em pessoas com comorbidades, � a vez das pessoas entre 49 a 54 anos. Amanh� (25/5), � para o p�blico entre 40 a 48 anos e quarta-feira (26/5) de pessoas entre 18 a 39 anos.

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.