Prefeito n�o admite vacinar presidi�rio antes de trabalhador
Delegado Christiano Xavier, prefeito de Santa Luzia, alterou o PNI para imunizar professores e motoristas de �nibus antes que detentos na cidade da Grande BH
Professores j� est�o sendo vacinados contra a COVID-19 em Santa Luzia. A partir desta quarta-feira (26/5), motoristas de �nibus tamb�m ser�o imunizados (foto: Max F�lix/Divulga��o)
Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), come�ou a vacinar contra a COVID-19 professores da rede p�blica e privada de ensino. O prefeito Christiano Xavier (PSD) alterou a fila priorit�ria na cidade e se recusou a vacinar a popula��o carcer�ria antes dos trabalhadores das escolas e do transporte p�blico.
O chefe do Executivo foi delegado da Pol�cia Civil por muitos anos e afirma que tomou a decis�o por contra pr�pria, mesmo a secretaria municipal de Sa�de tendo o orientado para um poss�vel questionamento do estado.
A vacina��o dos professores est� ocorrendo desde sexta-feira (21/5) e essa decis�o foi contra a orienta��o do Plano Nacional de Imuniza��o(PNI) do Minist�rio da Sa�de, que estabelece que os detentos deveriam ser vacinados contra a doen�a primeiro.
Santa Luzia possui um pres�dio e uma Associa��o de Prote��o e Assist�ncia aos Condenados (APAC) e conta com uma popula��o carcer�ria de quase 500 pessoas.
Nesta quarta-feira (26/5) e quinta-feira (27/5) os motoristas de �nibus tamb�m ser�o imunizados com a primeira dose da vacina contra a COVID-19 em Santa Luzia.
Sobre a vacina��o dos professores, que j� est� ocorrendo, a assessoria de comunica��o n�o divulgou o n�mero de profissionais j� vacinados e a quantidade de doses destinadas a este p�blico.
Christiano Xavier informou que o retorno das aulas presenciais ocorrer� daqui a 20 dias e que no momento a prefeitura est� preparando as escolas para atender os protocolos.
Ainda segundo ele, as doses da vacina ser�o para todos os profissionais da educa��o, como cantineiras, serventes, faxineiros, porteiros e o transportador escolar.
Cr�tica feita pelo prefeito de Santa Luzia, Christiano Xavier, no Instagram (foto: Instagram/Reprodu��o)
“Passei mais de 20 anos da minha vida estando entre o cidad�o de bem que foi v�tima e o autor de um crime. E � o que est� acontecendo neste momento, tem essas duas pessoas na linha e a imuniza��o est� sendo direcionada para o que delinque, aquele que errou e que, inclusive, est� dentro de uma carceragem, isolado. Tem v�rios outros cidad�os mais importantes que est�o expostos no dia a dia como, por exemplo, motoristas de �nibus. Que est�o tendo que ir pra rua buscar o p�o de cada dia”, pontua o prefeito.
Christiano Xavier contou que tem vontade de focar a vacina��o em todos os grupos de trabalhadores que atuam com o p�blico, como � o caso de banc�rios e com�rcio, como supermercados.
A decis�o de alterar a orienta��o do Minist�rio da Sa�de trouxe inseguran�a � Secretaria Municipal de Sa�de, mas, segundo Xavier, ele quis arcar com as responsabilidades.
“O pessoal ficou receoso pelas implica��es jur�dicas de n�o seguirmos o PNI. Eu falei que queria, eu assino embaixo e sou eu quem ‘t�’ mandando. Se n�o fizer, eu mando embora. � cheio de �rg�o de sindic�ncia, querendo colocar a gente em cabresto pra seguir determinado caminho, mas eu fui eleito pelo povo. Como eu vou vacinar um monte de ladr�o e deixar motorista de �nibus e deixar toda essa categoria de trabalhadores de fora? Eu n�o aceito. Eu vou mandar embora se vacinar ladr�o primeiro que trabalhador. Se eu receber as implica��es jur�dicas, estou pronto para me defender”, contou o prefeito.
Recentemente, Christiano Xavier publicou em sua rede social um cr�tica em rela��o � imuniza��o da popula��o carcer�ria e tem recebido apoio da popula��o.
Segundo ele, “99% das pessoas est�o me aplaudindo. Que outros prefeitos tomem coragem e n�o deixem um absurdo desse acontecer. Imagina Ribeir�o das Neves ter que vacinar ladr�o primeiro que o povo? Eles v�o ficar uns dois meses vacinando ladr�o, tem umas cinco cadeias l�”, criticou o prefeito de Santa Luzia.
De acordo com o Minist�rio da Sa�de, estados e munic�pios t�m autonomia para seguir com a campanha de vacina��o de acordo com suas peculiaridades.
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